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• 6. Amor também é desistir, relacionamentos realmente acabam. Não insista, não anseie, não assine o contrato se não se sentir bem.

Você tem certeza que é isso o que quer? 

  Suas palavras ressoavam repentinas vezes em minha cabeça, ele puxou uma folha da gaveta e a pôs sobre a mesa, a originalidade do documento comprova o quão sério nosso relacionamento estava se tornando, mas tudo dependia de mim. 

Daisy, eu preciso que não tome essa decisão precipitadamente — suas mãos se aconchegaram nas minhas, e me confortaram sobre a situação. — Depois que assinar o contrato, nos tornaremos um só. 

"Eu me dedicarei ao máximo para corresponder todos os seus desejos."

  E de volta para onde tudo começou, o parque. Pensava ser somente um encontro, esperava ter mais um ou dois até que Simon me pedisse em namoro. Com o céu limpo, um dia ensolarado, nos encontrávamos em meio a todo o verde do campo, um lugar feito só para nós dois, o silêncio presente no ambiente aguardava mais alguns impulsos de coragem até que ele dá-se iniciativa do pedido. 

  De início, seus olhos me fitaram com um desejo só, porém estava nervoso com a declaração e eu percebia seu nervosismo. Com mais do que um "eu te amo", ele expressou diferentes formas que me queria ao seu lado, afirmou apaixonadamente estar certo e seguro de si quanto a me fazer feliz, e eu estava feliz, tanto antes quanto agora, e poderia me entregar a ele sem igual. Sua declaração não estava nem perto de acabar, eu o interrompi com um beijo tranquilizador já aceitando ser sua namorada, mas nosso papel de casal seria somente oficializado com um trato.

  O beijo terminou rápido, e inesperadamente Simon começou a se desculpar dizendo que havia muito o que me explicar, explicar o fato de que junto a mim, se confessou para mais outras três pessoas tais quais amava incansavelmente. Eu achava ter sido alguma brincadeira de mal gosto no momento, mas o mesmo se mostrou sério me convencendo realmente amar essas pessoas ao mesmo tempo, e agora, me encontro em seu escritório rodeada de acordos civis sobre esse possível namoro à cinco.

  Ele não esperava ter se apaixonado mais, e que de certa forma se sentia culpado por arrastar mais pessoas para uma situação complicada assim — até porque o "normal" seria um casal à dois. No final, o amor incondicional que ele sentia por mim era compartilhado igualmente a estes outros parceiros, mesmo que previa ser um problema um tanto doloroso para todos. Como solução, ele me mostrou o contrato.

  O contrato deixava o indivíduo ciente de que, um relacionamento discreto seria a melhor forma de evitar qualquer possível discriminação e problemas morais que alguém poderia impor sobre nós. Tirando as ordens de cautela, uma grande lista de regras especiais acompanhavam o desfecho da página, logo abaixo um campo esperando minha assinatura.

  Ele puxou essa folha da gaveta e a pôs sobre a mesa, e agora eu estava com medo de não ser o que eu realmente queria fazer, e acabar assinando o que de fato eu não queria me impor, mas tudo o que eu tinha certeza, é que eu queria estar com Simon.

  Eu me pus nisso, eu aceitei os termos, eu compreendi os detalhes, eu me comprometeria em conhecer seus amantes, e tornar eles parte de mim.

  Segurei firmemente a caneta e assinei o contrato me submetendo a esse tipo de poliamor, seus braços me envolveram amavelmente e logo me esqueci se o que fiz era certo ou não, amanhã começamos com o segundo termo, me mudar para a casa do meu namorado.

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