|CAPÍTULO:17|

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Brian

Sophia saiu deixando eu, minha mãe e Elenna. Elas pareciam estar felizes com não sei o quê, mas algo me dizia que em breve eu haveria de saber.

- Meu lindo. Estou muito feliz pelo que lí ontem e hoje de manhã. - Falou minha mãe, segurando gentilmente meu rosto.

- Também a senhora com isso? - Minha voz exaltava toda indesposição que eu sentia.

- O que foi? Porquê essa voz? - Disse preocupada.

- Nada de mais. É apenas cansaço por conta do trabalho.

- E a Sophia? Por que ela saiu daquele jeito? - Perguntou Elenna, me fazendo lembrar do que ela havia me dito.

- Isso eu não sei dizer. Agora me digam, a que se deve a honra da vossa visita? - Disse mudando de assunto.

- Estava com saudades. Você quase que já nem vivi na mansão. - Disse meio manhosa.

- Ah, minha mãe querida. - Falei beijando as palmas das suas mãos que antes estavam no meu rosto. - Prometo que assim que puder irei para lá.

- Vou esperar. - Disse deixando que um sorriso de orgulho se estampasse em seu rosto.

- Brian, preciso perguntar - lhe uma coisa. Você por acaso leu as revistas ou os sites de fofocas? - Elenna me fez voltar ao assunto que eu não queria mais tocar.

- Lí.

- E...? - Parecia que ela estava a espera de que eu dissesse alguma coisa a respeito, mas eu simplesmente fingi que nada do que havia lido me interessava.

- Como você mesma disse, são apenas fofocas. - Disse dando de ombros.

- Quer dizer que...

- Quer dizer que tudo o que está escrito lá é apenas uma fofoca falsa. - Falei a enterrompendo. - Mas alguma coisa? - Ela não respondeu. - Ótimo.

- Então estou a ir. Vemo - nos em casa.

Elenna saiu deixando apenas eu e a mamãe que parecia estar a observar - me a bastante tempo.

- Meu querido, eu sei que algo te aflige. Você não quer mesmo falar comigo? - Disse ela, me fazendo suspirar pesado.

- Mamãe... - Disse esitante.

- Já entendi. Se não quiser falar, então não fale. Mas saiba que eu sempre estarei aqui pra você. - Disse beijando as costas das minhas mãos.

A puxei para um abraço forte e caloroso. Por mais que eu tentasse esconder alguma coisa, minha mãe sempre descobria, ela me conhecia talvez melhor que eu mesmo.

- Sente - se. Vou pedir um café para senhora. - Disse assim que nos soltamos do abraço.

Nos sentamos num sofá que tinha no canto da sala. Pedi que trouxessem café para nós os dois. Tomamos o café e conversamos por um longo período de tempo, até que nos despedimos ela foi - se embora.

{...}

17:09

Já estava me preparando para sair, quando notei que haviam alguns documentos por cima da minha secretária que Sophia precisaria levar para analisar. Peguei nos papeis e fui até a sala dela. Antes mesmo que eu batesse, ela viu - me e foi abrir a porta.

- Pois não? - Disse ela.

- Preciso que leve esses documentos. Eles precisam ser analisados o mais breve possível. - Disse a entregando os papeis.

- Sim, senhor. O senhor vai precisar de mais alguma coisa?

- Não. Isso é tudo. - Logo em seguida fui - me embora, sem sequer dizer um adeus. Com certeza ela nem vai notar a diferença, pensei.

Fui para o estacionamento pegar o meu carro. Quando estava prestes a subir, ouvi Christopher chamar por mim, me virei para o encarar.

- E então? Como foi o seu dia? - Disse arqueando uma sobrancelha, como quem estava a espera de ouvir uma novidade.

- Você também vai falar o mesmo que todo mundo? - Perguntei impaciente.

- Estou a ver que não foi nada bom. Olha, descobri uma boate muito boa.

- Não me diga. - Falei com ironia.

-  É sério. As pessoas vão fantaseadas. É como uma festa fantasia todos os dias.

- A, não. Se veio me fazer um convite pode já esquecer.

- Cara, você sabe que eu nem gosto muito de boates. Se estou a te dizer que essa é boa, você deveria ir.

- Esquece.

- Olha, vamos fazer assim. Se por acaso não gostar, eu pagarei o próximo almoço.

Revirei os olhos.

-  Vá lá, cara. Olha, você está muito amoado, sabe que isso não faz bem à você.

Suspirei fundo e em seguida acabei cedendo.

- Ok, eu vou. Mas se por acaso eu não gostar, fica a saber que vai me dever muito.

- Tá bom. Então nos vemos amanhã as 20.

- Pode ser. - Disse sem um pingo de emoção.

Logo em seguida ele subiu no seu carro e foi - se embora e eu fiz o mesmo.

Fui para o consultório do meu psicólogo. Já fazia um tempo que eu não ia pra lá. Era chato lembrar que eu tinha um problema e que apenas um estranho me poderia ajudar.

- Boa tarde, senhor Brian.

- Boa tarde. - Disse me sentando na habitual poltrona.

Sua sala era meio sem vida. A decoração era toda em tons de cores neutras como cinza e preto, os gostos dele não eram muito diferentes do meu.
Ele tinha uma altura média, mais baixo que eu. Tinha os olhos e os cabelos claros e tinha volta dos 38 anos.

- Já faz um bom tempo que não vem as secções. - Disse me chamando a atenção.

- Pois é, doutor.

- Então, o que o encomoda?

- O mesmo de sempre.

- E os ataques de pânico? Ainda continuam com tanta frequência?

- Quase que já nem me lembrava deles, mas algo hoje fez - me sentir como se a qualquer momento voltariam.

- Algo como o quê?  - Perguntou ajeitando os seus óculos graduados.

- Senti novamente aquela sensação de perda, de como que alguém que eu amasse estivesse escapando das minhas mãos.

- Você já se perguntou se não é você que está se afastando das pessoas?

- Nunca pensei desse jeito.

- Pois então, pense. Faça uma análise e você verá quem realmente está se afastando de quem. E deixe de cobrar tanto de você mesmo. Aproveite sempre um tempo para se destrair e para passar com a família, quem sabe isso não os aproxima mais.

{...}

Quando saí de lá, fui para a mansão. Quando lá cheguei Alan correu para o meu colo num forte abraço.

- Você demorou. - Disse ele.

- Desculpa capitão. - Disse eu.

- Você será punido hoje.

- Como?

- Irá jogar play station comigo hoje e me deixará ganhar sempre.

- Sim, senhor.

- Ok. Agora tire a sua farda pra depois ir jantar.

- Sim, capitão. -  Passei a mão no seu cabelo o bagunçado.

O coloquei no chão e fui para o meu quarto trocar de roupa para logo em seguida sentar - me à mesa para um jantar em família.

O Babaca Do Meu Chefe ( Sem Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora