CAPÍTULO 3 - ATÉ EM MEUS SONHOS?

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Ao deitar em sua cama naquela madrugada, Snape sentia seu coração acelerado. Revirava-se em sua cama, mas o sono não vinha. Fechou os olhos e respirou fundo. Os longos cabelos loiros não saíam de sua mente. O Mestre das Poções queria tirar aquela menina da cabeça, mas quanto mais tentava dispersar seus pensamentos dela, mais ela aparecia. Por fim, Snape parou de lutar contra sua imaginação e reviveu todos os momentos daquela noite, desde a primeira vez que colocou seus olhos na garota na mesa do jantar, até o vulto que viu atravessar o salão de Sonserina. O sono foi tomando conta do Professor, após algum tempo permitindo sua mente vagar. A mente de Severo, agora vagava por outras dimensões.

Sonhava que estava no Salão Comunal de Sonserina, iluminado apenas pela lareira com alguns restos de brasa. Lentamente subiu a escada que levava aos dormitórios e parou em uma das portas. Ele podia ver sua mão alcançando a maçaneta prateada, podia sentir a gelidez do metal. Snape se encontrava naquele meio termo do sonho e da vida real. Sabia que nunca poderia girar aquela maçaneta se realmente estivesse ali. Mas o fez mesmo assim. Precisava ver o que se encontrava atrás daquela porta, o que seus devaneios tinham preparado para ele.

Ao abrir a porta, deparou-se com uma garota. Longos cabelos platinados, que escorriam por suas costas, cobertas pelo uniforme da escola. A tonalidade tipicamente verde de Sonserina ressaltava sua pele extremamente branca. Apenas a luz da lua iluminava o dormitório escuro. Snape olhou em volta e estavam sozinhos. A garota não tinha mais um sorriso no rosto que o professor observara antes. Sua face estava repleta de ansiedade e um pouco de medo. Era assim que o Professor gostava. Sua presença devia ser levemente intimidadora, pois sempre fora uma das maiores autoridades de Hogwarts.

Snape se aproximou da garota e olhou bem fundo dentro de seus olhos, que não eram mais castanhos. Agora brilhavam fortemente, feito esmeraldas. Podia sentir sua respiração ofegante conforme aproximava-se dela. Quando já estava tão próximo quanto se poderia estar, sentiu os firmes seios da garota encostando em seu corpo, como se aquele fosse o sinal de que os limites da moralidade aluna-professor estariam sendo ultrapassados. Snape não se importava, precisava sentir o calor que emanava da menina que estava na frente dele. Sua mão extremamente gélida alcançou o rosto da garota, que ardia em chamas. Como era boa a sensação.

Ele desceu sua mão até o queixo da aluna e o levantou, fazendo com que ela o encarasse. Seus olhos brilhantes encontraram as profundas írises negras do professor, as quais não possuíam brilho algum. Snape podia sentir sua respiração ficando mais curta e acelerada, conforme se aproximava do rosto da misteriosa aluna. Inclinava sua cabeça para alcançar os rosados lábios da menina e podia sentir seu nariz tocando o dela. A essa altura já conseguia sentir o hálito quente da sonserina, que lentamente abria a boca para o professor invadi-la. Snape queria mais do que tudo aquela pequena boca, quente e apetitosa toda para ele. Viu a menina fechando os olhos para finalmente ceder aos lábios dele. Suas mãos pousaram sobre os ombros do professor e os apertava delicadamente. Snape só conseguia pensar o quanto a garota era maravilhosa, segundos antes de também fechar os olhos para beijá-la.

Naquele infinito segundo que antecedia o encontro de seus lábios com os dela, Snape abre os olhos e enxerga o escuro teto de seu próprio quarto. Entende logo que o sonho acabara e ele estava novamente em sua velha solidão. Bufa de desgosto, só queria voltar a dormir e quem sabe retornar ao maravilhoso sonho que estava tendo. Sem sucesso, levanta e vai até sua escrivaninha, onde pousa uma jarra d'água. O líquido desce gelando sua garganta, seu peito desnudo. Percebe que debaixo de suas calças de pijama pretas, uma forte ereção se mantém, querendo rasgar os tecidos que o prendiam.

O professor passa as mãos no rosto, tentando entender o que estava acontecendo. Era a primeira vez que tinha um sonho com uma mulher, sem ser Lílian. Aliás, mulher não. Uma menina. Tinha idade para ser sua filha, praticamente. Snape costumava levar suas urgências carnais para longe do castelo, em bares de Hogsmeade ou para o Caldeirão Furado. Quando estava extremamente necessitado, procurava nesses lugares, solteironas de meia idade para lhe aliviar, após uma noite de bebidas. Nunca se envolvera com nenhuma professora, muito menos alunas. Precisava tirar esse pensamento da cabeça. E logo.

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