c a p í t u l o 1

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É nessas horas que eu queria muito ter alguém para mamar em meus peitos.

Aperto a bonbinha vendo o líquido sair do meu seio e cair no recipiente. É todo dia isso. Eu queria muito poder doar esse leite para algum centro de apoio. Mas não posso, já que podem descobrir que tipo de ser eu sou.

- Não quer ajuda mesmo? - Beatriz pergunta pela décima vez, cruzando os braços.

- Quer mamar?! - Respondo com uma
pergunta. Ela fez uma careta.- Então vê
se fica quieta.

Só as gêmeas e o meu melhor amigo, que mora na Itália, sabem que eu reproduzo leite.

Suspiro aliviada quando termino o meu trabalho sentindo meus seios mais leves.

- Delicada igual um rinoceronte. - Bufou se jogando no sofá. - Mais tarde tem festa, você vai?

- Não sei. - Pego a minha toalha, vendo ela fazer uma careta. - Não vem com isso, tenho coisas mais importantes para fazer.

- Vamos Sofia. - Resmunga tacando um travisseiro em mim. - Não é como se essa festa fosse mudar a sua vida para sempre. - Ironizou e fez um movimento com os braços. - Não, talvez na próxima.

- Vai saber. - Ri sem graça sabendo que ela tem o poder de prever o futuro. - vem comigo? - Chamo ela para ir ao banheiro, porque vou tomar um banho e não quero ficar sozinha naquele lugar.

- Vamos. - Assentiu me puxando para fora do quarto, depois de pegar a minha bolsa. - Mas você vai, não é?

- Pra onde? - Me fiz de sonsa obsevando os corredores por onde passávamos, não tinham muitas pessoas.

- Para de show Sofia. - Ela bufa ainda me puxando. Por que ela está me puxando?

- Ai Beatriz. - Grunho, vendo que ela parecia uma doida me puxando. - Eu sei andar sozinha, me larga.

- Ah. - Se tocou e soltou meu braço. - Desculpa, é que... você sabe, mania.

Sua expressão do nada mudou. Ela tentou avisar alguma coisa, mas já era tarde, eu não tinha prestado atenção.

- Tanto faz. - Não olhei para frente e bati nas costas de alguém caindo com tudo no chão. - Merda. - Resmingo colocando a mão na cabeça e logo olhando para cima. De novo não... Isso já é azar.

- Eita baixinha. - Miguel me olhou passando a mão em seus cachos. Ai, acho minha pressão caiu. Logo ele toca minha mão, me ajudando a levantar.

- Desculpa...- Engoli seco tendo a certeza de que meu rosto está extremamente azul, quer dizer, vermelho. - De novo.

Por que eu tinha que ser tão desajeitada? Era só olhar para frente, Sofia.

- Sofia, não é? - Assinto com a cabeça. Como ele sabe meu nome?! Ah claro, eu sou a capitã das cheerleadrs, que jogador não saberia o meu nome?

- Er...- Bea pigarreou chamando a minha atenção. - Nós deveríamos estár no banheiro a uma hora dessas.

- Claro... - Sem me deixar terminar de falar, Beatriz me puxa para dentro do banheiro: que ficava bem perto de onde estávamos.

- Você estava tão vermelha. - Riu da minha cara colocando as coisas em um banco. - Parecia que ia explodir a qualquer momento.

- Isso não tem graça. - Bufo me despindo para adentrar no boxe.

- Me conta essa história de que você trombou com ele de novo. - Falou um pouco alto para que eu ouvisse.

Não tinha ninguém no banheiro, então dava para conversar tranquilamente.

- Ontem, quando eu estava saindo do nosso dormitório, trombei com ele sem querer e acabei caindo...

- Como sempre. - Completou dando risada. Ela sabe dos meus desastres.

- Cara, vocês me deixaram sozinha
naquele lugar. - Ouvi mais uma voz
feminina e soltei uma risada, sabendo
que era a Maya.

- Você estava dormindo. - Bea respondeu me entregando o sabonete que eu tinha pedido. - Só dorme.

- Mas vocês poderiam ter me acordado. - Fez drama. - Aquele dormitório é mal assombrado. - Começou. - Dizem que uma das meninas que moravam lá, morreu no meu quarto.

- Eu já te falei pra parar de acreditar nessas histórias que esse povo conta. - Saio do boxe vendo a Beatriz falando com a Maya. - Ontem era que uma garota foi exorcisada lá dentro. - Bufou.

- Chega vocês duas em. - Digo me enrolando na toalha.

- É porque ela nunca apareceu para você. - Arregalo os olhos passando os produtos na minha pele. - E eu quero que um dia ela apareça.

- Ainda bem que não me colocou no meio. - Falo com um certo medo. O que é? Eu tenho medo de fantasmas.

- Fantasmas não existem. - Resmungou.

- Então vamos trocar de quarto. - Maya segueriu.

Observei elas se encararem, enquanto colocava minhas roupas no corpo; um top branco de mangas longas e uma calça de moletom azul, com um Jordan. (na mídia)

- Ta bom. - Afirmou e as duas selaram o acordo com um aperto de mão. Doidas. Eu que quero ficar bem longe desse quarto.

Me olhei no espelho verificando se meus seios estão totalmente cobertos.

- Que ódio. - Bufo frustada. - Vocês tem certeza que não querem mamar? - Choraminguei colocando meu acessórios.

- Não. - Responderam em um perfeito uníssono.

***

- Eu já falei que não vou. - Revirei os olhos, vendo as duas a minha frente cruzarem os braços. - Ainda mais que a Bea falou aquele negócio...

- De novo com isso, Beatriz? - Maya perguntou a Bea, que a olhou com um sorrisinho. - Você ainda acredita no que essa quenga fala?

- Claro. - Comfirmo, balançando a cabeça. Elas estão querendo me levar pra uma festa que o pessoal vai fazer.

- Não vai acontecer nada, não é Beatriz Nunez? - Mandou um olhar ameaçador para a Bea, que engoliu seco.

- Nã-não. - Gaguejou. Não acredito que a Bea está com medo da Maya. - Olha o lado bom Sofia, vai ter comida.

Ah, quer saber? Eu preciso me divertir, ficar trancada nesse dormitório não vai ser uma boa.

- Ta, vamos. - cedi, vendo as gêmeas darem vários pulinhos. - Mas se me abandonarem lá, eu nunca mais converso com vocês.

- Ta bom... - Me puxaram para o quarto e começaram a revirar o meu garda-roupa.

𝐌𝐞𝐮 𝐀𝐥𝐟𝐚| 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑛𝑎̃𝑜 𝑣𝑎𝑖 𝑚𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑎𝑟?Onde histórias criam vida. Descubra agora