The One That Got Away - Dofia Version

Part II

Narrator's Point of view

Sofia sabia bem o que a aguardava assim que colocasse os pés em casa, e por esse motivo estava enrolando o quanto podia para fazê-lo, e também por esse motivo não deixou que a namorada a acompanhasse.

Tentando amenizar a situação, a morena embrenhou-se pela lateral da casa e escalou até a janela de seu quarto, pondo-se para dentro no máximo de silêncio possível.

A jovem foi até seu closet e escolheu uma roupa mais adequada para o caso de uma possível social em sua homenagem está acontecendo ou prestes a acontecer no salão de festas da mansão, e perdeu-se em pensamentos frente ao espelho de seu banheiro, apenas em suas roupas íntimas, Sofia observava o próprio corpo, deslizava os dedos sob as marcas deixadas por Dove em sua noite de amor, e sua mente a levou de volta aos mágicos momentos em que esteve nos braços daquela mulher. Era loucura, Sofia sabia disso, mas estava perdida e irrevogavelmente apaixonada pela loira.

Ainda analisando o próprio corpo, a morena sorriu ao passar levemente os dedos sob o plástico que cobria a pele ainda dolorida e ligeiramente inchada de sua tatuagem nas costelas, ela sabia, apesar da pouca idade, que jamais houvera passado por situação parecida com o que estava prestes a passar, questionou a si mesma se valeria a pena o sacrifício, pois sabia que não teria volta depois que enfrentasse seus pais, e sorriu satisfeita quando lembrou do sorriso largo de Dove. Ela não tinha dúvidas.

Depois de um bom banho, a morena organizou-se rapidamente e se maquiou impecavelmente na velocidade da luz, já estava finalizando todo o seu look quando seu celular tocou, mostrando uma ligação de sua irmã, a morena atendeu no primeiro toque

– Sofia, pelo amor de Deus, onde você está? Eu não sei mais o que inventar para te dar cobertura e para variar, como em todos os anos, nossos parentes e seus amigos já estão se amontoando aqui em casa, papai e mamãe estão furiosos mas são bons atores e estão fazendo sala

– Droga! Me perdoe Lina, eu não queria te pôr nessa situação, não se preocupe, eu já estou em casa, entrei pela janela e já estou pronta pra descer

– Você está aqui? Aí graças a Deus! — A outra suspirou aliviada e Sofia repetiu o gesto, não queria por a irmã em maus lençóis, e estava torcendo para conseguir livrá-la da culpa por suas mentiras.

– Estão todos no salão?

– Estão sim

– Perfeito, então vou descer!

– Vou disfarçar por aqui

– Tudo bem, obrigada dolls... me perdoe por isso

– Só vem logo pra cá!

Paulina desligou a ligação e Sofia respirou fundo pelo menos umas três vezes antes de furtivamente descer até onde seus convidados a esperavam, entrando de fininho no salão como se já estivesse ali a horas, cumprimentando um e outro à medida em que passava por eles, rezando baixinho para que seus pais fossem os últimos a encontrá-la.

Enquanto falava com seus amigos de colégio, sentiu uma mão firme em seu ombro e engoliu a seco antes de virar e encarar seu pai

– Que bom que decidiu juntar-se a nós filha — o homem parecia cordial e simpático como sempre, mas seu olhar e o aperto exageradamente forte em seu ombro assustou a jovem que engoliu a seco e apenas sorriu sem mostrar os dentes, Paulina, parecendo ser a única a notar a tensão, se pôs ao lado da irmã rapidamente

– É ótimo pai, mas ela está atrasada! Venha Sofi, Brenna e Boo estão à tua procura

– Com licença pai — o homem assentiu mas a dureza de seu olhar ainda queimava sobre a filha mais velha