Capítulo Oito: madrugada, desabafos e sentimentos

72 8 0
                                    

Boa leitura e até o próximo capítulo ♥️🌈

🎟️

A tempestade que caia na cidade de Seoul aos poucos foi se acalmando, e os trovões e relâmpagos que iluminavam o céu durante toda a madrugada davam lugar aos primeiros raios de sol do novo amanhecer.

Myoui Mina repensava consigo mesmo todas as suas ações e sentimentos enfrentado na extensa noite que mais parecia não ter fim. E o corpo magro e trêmulo da garota ao seu lado deixava tudo mais enigmático.

O mesmo se passava com Son Chaeyoung, que cansada de lutar contra si mesmo em uma falha tentativa de se auto colocar para dormir, acaba por desistir e apenas continua repousada na cama macia e com um adorável cheiro de amaciante com aroma doce, cujo pertencia a garota deitada ao seu lado na cama.

Garota cujo suas inseguranças e sua péssima forma de se expressar acabou fazendo com que ambas não se falassem pelo restante da madrugada que se passara. Deixando apenas o conforto da presença uma da outra como consolação dos momentos vividos anteriormente.

- Unnie...? - depois de um longo tempo em silêncio, apenas com o barulho da tempestade e trovões preenchendo o quarto frio e úmido da residência da coreana, a americana resolve tentar consertar o mal-entendido formado. - Você está acordada? - A mais nova sussurra revirando seu corpo com cuidado em direção aonde o corpo da mais velha descansava com as costas em direção a outra ponta da cama.

A japonesa ao ouvir o som baixo e fino da voz da mais nova, aperta mais os olhos fechados, na tentativa de fingir melhor que estava dormindo. Conseguindo com sucesso fazer a estrangeira acredita. Já que a mesma deixa um breve suspiro sair de seus lábios.

A mais velha só não esperava que garota fosse continuar a sua fala, já que tecnicamente ela não estaria escutando.

Chaeyoung por vez acreditava que era melhor assim, era melhor não conversa com a japonesa agora. Ela precisava primeiro entender o que estava acontecendo consigo mesma, depois com a situação vivida, para assim poder dialogar com a mais velha e enfim resolver algo.

E por mais que ela dissesse a si mesma para virar para o outro lado e ir dormir, ela não conseguiu o fazer. E então começa a fazer o que mais parecia aceitável no momento. Antes de falar com a complicada Mina acordada, falaria com a adormecida e calma Mina. Dessa forma ela poderia pôr seus pensamentos em ordem sem ser interrompida e treinar para o pedido de desculpas e a explicação que a mesma deveria dar ao acordar.

- Unnie... Eu não acho que deveríamos nos beijar... eu estou tão confusa! Não é que eu não queira te beijar... eu quero! Muito. Mas, eu não sei o porquê estávamos o fazendo... sabe? Você parecia não me suportar, então passamos a tarde juntas e eu achei que estávamos virando boas amigas, mas aí brigamos e eu... eu não gostei de brigar com você, unnie. Eu... - Chaeyoung depois de dar um longo suspiro e soltar o ar calmamente, como ensinado nas aulas de controle da respiração, começa a desabafar sobre todos os sentimentos que pairava em sua mente em pequenos sussurros, quase inaudíveis para Mina, que se esforçava para ouvir cada sílaba dita pela mais nova.

- E então você me beijou, unnie... E foi meu primeiro beijo, e eu posso jurar que senti meu coração sendo entrelaçado ao seu, junto com a ligação das nossas almas sendo feita... eu sei, pode ser apenas um beijo para você, Penguin..., mas, eu nunca me sentir assim antes, todos esses sentimentos, eu sei que não sugiram agora, sabe? Mas sim na sexta-feira em que eu salvei o Boo e Ray... talvez, nossos caminhos foram juntados pelo destino e é por isso, unnie... - Chaeyoung se interrompe bruscamente ao ver o corpo da mais velha se remexer sob os lençóis, em busca de uma melhor posição para o corpo pesado da japonesa, que agora sentia todo o peso de estar ouvindo escondido a surpreendente confissão da mais nova. Que logo volta a ficar quieta, curiosa com o resto da fala da americana, que a checa por mais alguns minutos a mais velha para confirmar se a mesma continuava a dormir, volta a continuar seu pequeno desabafo, que nem mesmo ela própria sabia que sentia esses sentimentos até exporta-lo e admiti-los.

- É por isso e por muito mais que não quero continuar a te beijar, Mina. Não sei se consigo parar esses sentimentos, e nem se conseguiria consertar um coração quebrado... E por mais que eu queria ter meu coração quebrado por você, unnie... eu não quero ser quem pode quebrar o seu... - Chaeyoung finaliza a pequena declaração com algumas lágrimas teimosas tentando fugir do seus olhos marejados que encaravam o teto branco acima de sua cabeça, enquanto calmamente ela entrava em profundo sono com o coração mais aliviado de finalmente ter admitido o que sentia pra si mesma.

Mina estava sem palavras. Todos os sentimentos que agora preenchiam sua mente e seu coração a assustava. A intensidade de Son Chaeyoung a assustava. E o que mais a perturbava era saber que toda essa intensidade poderia ser recíproca. Seu coração acelerado e sua mente com turbilhões de pensamentos sobre diversos tipos de futuro com a americana, a deixava apavorada. Era o tipo de sentimento que ela se prometera evitar e nunca mais sentir.

Ela não se lembrava se alguma vez se sentiu assim antes. Nem mesmo com o amor da sua vida ela se sentiu tão completa, serena e confiante como ela se sentiu durante toda a tarde que se passou com a estrangeira.

E todos esses novos sentimentos a aterrorizava, e saber que sua intensidade era recíproca, por mais que a aliviasse de certa forma, ainda a deixava assustada. Era tudo muito novo e recente, ela não sabia o que deveria fazer.

E enquanto ela discutia internamente consigo mesma e com todos os traumas que a moldaram esses últimos meses, ela cai em um sono profundo, sem sonhos e preocupações. O cansaço vence seu corpo e sua mente, a levando em direção ao seu subconsciente por hora vazio.

🎟️

Accidentally In Love ~ MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora