Capítulo 4

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León não conseguia esquecer aquela garota, parecia que sempre que fechava os olhos, podia imaginar ela sorrindo para ele, ainda tinha vontade de passar a mão nos cabelos dela, de colar seus lábios no dela, de tocar todo o corpo de Violetta...sentiu um arrepio passar pelo seu corpo inteiro, dois meses depois e Violetta ainda dominava sua mente. Dois meses desde que descobriu que a dona dos seus sonhos era casada com o seu inimigo declarado. León estava decidido em esquecer Violetta, mas ela parecia mais decidida que ele em sumir, León não a viu mais desde aquele dia na barraca dela, não a encontrou mais na enfermaria, em lugar algum, o que só complicou o processo dele em esquecer ela. 

- Tenente Vargas, está prestando atenção?

- Sim senhor. - León se apressou em responder e torceu para que ele não fizesse nenhuma pergunta já que seus pensamentos mais uma vez estava na doutora.

Ele tinha sido chamado para a sala do major, onde teria que conversar sobre um ocorrido em sua última missão.

- Como eu dizia, o ocorrido com Tomás não irá passar em branco, ele era do seu esquadrão e o seu dever era proteger os seus companheiros.

- Era o que eu estava fazendo. - León disse em tom baixo.

- Não posso negar que você foi incrível liderando seu grupo, não tivemos perdas e o único machucado foi Tomás. - León respirou fundo lembrando do momento em que ele entrou na barraca de Violetta procurando cuidados médicos. - Você sabe o que isso significa não é?

Ele balançou a cabeça lentamente enquanto fechava as mãos que estavam atrás de seu corpo em punho. Maldito Tomás.

- A partir de hoje Tomás tem mais chances de se tornar capitão do que você. - O major fez uma pausa antes de continuar. - Você sabe quem é a minha preferencia, mas não decido nada, quem decide é o Coronel Castillo.

- Tem possibilidade de eu conversar com ele? Tentar me explicar? - O silêncio foi a resposta que León teve. - Entendi.

- Está liberado Vargas.

León respirou fundo mais uma vez, tinha que ser justo Tomás a se machucar? Era o inferno para León, o que faltava, já tinha Violetta em sua vida e agora queria o cargo de capitão? León iria lutar pelo cargo, já que a esposa dos outros era mais complicado de se ganhar. Minutos depois, León se encontrava em frente ao túmulo de seu antigo capitão, ele colocava a ordem no lugar, quem cuidou de León e não deixava ele cair na porrada com Tomás. Não sabia como ou por que ele estava ali, mas algo o tinha puxado para aquele lugar, não tinha vindo desde o enterro. Uma luz cortou o céu, seguido do trovão e em segundos, os pingos de água caiam sobre León.

- Quando você disse que iria me ver por aí, não imaginei que fosse justo aqui. - Ele se virou rapidamente para a direção de onde vinha aquela voz.

Violetta estava atrás dele, com as mãos na cintura e um sorriso maroto no rosto.

- Doutora Violetta, deveria ter entendido que não veria mais você por um tempo quando não me respondeu de volta.

- Eu te mandei o sinal, se você não entendeu. - Ela deu de ombros. - De algum jeito eu sabia que teria que voltar para casa.

- Você foi dispensada?

- Não, Tomas achou melhor que eu voltasse, disse que eu não estaria segura lá.

- E ele manda em você?

- É o meu marido.

- Não significa que ele pode mandar em você. - Violetta sorriu sem mostrar os dentes. - Ele pode?

- Não acha que essa é uma pergunta intima demais Tenente Vargas?

León fechou os olhos, sentindo seu corpo ficar quente mesmo com a chuva batendo contra si.

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