Capítulo 16

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- Ela dormiu? - Ludmila perguntou sem tirar os olhos da rua.

León virou um pouco o rosto para poder observar Violetta, que chegava a suspirar, parecia um anjo dormindo. 

- Acredito que sim. 

- Olha, eu sei que eu prometi para ela, mas não posso ficar em silêncio, se Tomás fez aquilo na nossa frente, com outras pessoas podendo ver, imagina o que ele não faz quando eles estão sozinhos.

- Por isso estou tentando evitar deixa-la sozinha, mas quem iria imaginar que ele estaria lá dentro. - León suspirou.

- Ele é um louco, isso não tem discussão.

Violetta se mexeu e os dois ficaram em silêncio, mais uma vez trocaram olhares, como se concordassem em conversar depois, quando estivessem sozinhos. Não demoraram tanto para chegar até a casa de Ludmila e como Violetta continuava dormindo, Ludmila sugeriu que León a levasse até seu quarto e deixasse ela lá.

- Então, o que iremos fazer? - Ludmila perguntou quando León voltou a sala.

- O quê?

- Precisamos fazer algo, ir a policia, não sei. - Ela viu León se encostar na parede, onde ele podia observar Violetta dormindo no quarto. - Eu sei que você ama ela tanto quanto eu e precisamos fazer algo.

- E nós vamos, mas precisamos de provas concretas, só nosso depoimento não vale de nada e não sei se Violetta vai nos ajudar com isso.

Ludmila suspirou e se jogou em seu sofá.

- Como pode ela ser tão burra, não acredito que ela aguente tudo isso e ainda não queira nós ajudar.

- Não seja tão dura com ela, foi bem difícil para ela admitir para mim, quem dirá para desconhecidos.

Ludmila cruzou os braços, pensando no que poderiam fazer. Violetta no quarto tinha acabado de acordar e não ficou feliz com o que ouviu, se levantou da cama tentando não fazer barulho e foi até a porta, Ludmila estava de costas para ela e León olhava para o chão, talvez pensando na situação.

- Podemos...gravar o depoimento dela escondido?

- Isso é errado e ela confia em nós, vamos pensar em outro jeito.

- Mas qual outro jeito?

- Nenhum. - Violetta respondeu atraindo os olhares para si. - Nenhum dos dois vai fazer nada, eu entendo que queiram ajudar, mas eu não quero.

- Violetta, você precisa nós entender. - Ludmila se levantou enquanto falava. - Não podemos ficar sem fazer nada.

- Já disse que entendo, mas não gosto que vocês se metam na minha vida.

Ludmila suspirou e saiu pisando firme para a cozinha. Violetta caminhou até o sofá e se sentou, para depois olhar León, que a encarava.

- Ela só quer te ajudar, não fique brava com ela.

- Não estou brava, estou...triste, vocês dois não entendem que eu não quero que vocês se envolvam nisso tudo? 

- Já estamos envolvidos, você querendo ou não. - León se aproximou, se apoiando no braço do sofá.

Violetta fitou León, ele estava tão perto, com os olhos verdes vidrados nela, seus sentimentos estavam uma verdadeira bagunça, tinha incertezas sobre tudo, menos sobre Tomás, ela sabia que ele seria capaz de tudo para que León não ficasse perto dela e também se atrevia a ter a certeza de que León não desistiria fácil dela. Ela teria que fazer algo para manter ele seguro. 

- Com tudo que aconteceu, você deveria ficar comigo, onde eu posso cuidar e te proteger.

Os olhos de Violetta começaram a arder por ela estar segurando as lágrimas.

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