Capítulo 9

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Outra vez Violetta estava sentada em sua penteadeira, passando a mesma maquiagem de sempre, porém, agora seus machucados estavam doendo mais do que no dia anterior e tinha alguns novos, Tomás tinha visto León sair da casa deles e ficou, como Violetta diria, louco com ela.

- Aonde você vai? - Tomás perguntou assim que entrou no quarto.

- Não interessa. - Ele a olhou pelo espelho fazendo ela sentir arrepios.

- Violetta, sou seu marido e exijo saber onde você vai. 

A voz dele estava calma, mas Violetta se levantou se exaltando.

- E eu como sua esposa, exijo que você vá se foder!

Em menos de um segundo, Tomás segurava o braço direito dela e puxava seu cabelo para trás, deixando o rosto dela próximo ao dele.

- Com quem você aprendeu a ser desse jeito ein? Aquele seu amiguinho León? Ou a sua amiguinha Francesca?

- Aprendi com você querido. - Ela abriu um sorriso falso, não sabia o que tinha dado nela hoje para retruca-lo assim.

Tomás puxou mais o cabelo dela a fazendo resmungar, ele poderia a ensinar como tratar ele direito, mas tinha coisas para fazer agora e era mais importante que ela, então a empurrou para longe dele.

- Vai! Sai da minha frente antes que eu faça mais do que puxar seu cabelo.

Violetta engoliu seco e pegou a chave de cima da penteadeira para sair correndo para o carro. Sentada no banco do motorista respirou fundo e levou sua mão até seu cabelo, ajeitando e passando a mão pelos fios que ele tinha puxado...até quando isso iria durar?

┈⋆┈

- Olá. - Ela forçava seu melhor sorriso enquanto cumprimentava as pessoas por quem ela passava. 

Andando pelo hospital, ela rezava para que ninguém a parasse para conversar ou perguntar por que ela estava de férias indefinidas, infelizmente os boatos corriam pelo hospital e ela não gostava de nenhum deles, então, correu discretamente para o elevador, apenas uma enfermeira entrou com ela que apenas a cumprimentou com um boa tarde, mas logo saiu no primeiro andar. Violetta agradeceu mentalmente por ninguém ter entrado com ela pelos próximos quatro andares. Quando as portas do elevador se abriram, ela caminhou, agora sem pressa até o quarto 205. Abriu a porta do quarto lentamente, nunca tinha pressa para chegar, muito menos para ir embora depois.

- Oi pai.

Violetta abriu um singelo sorriso, sem mostrar os dentes, vendo seu pai deitado naquele leito de hospital, fechou a porta e se aproximou da cama para ver seu pai melhor e poder conversar com ele. Ela puxou a poltrona branca para se sentar mais perto.

- É bom ver você. - Ela segurou a mão dele. - Faz tempo que não venho e peço desculpas, ocorreram alguns...imprevistos na minha vida. - Fez uma pausa e suspirou. - Eu preciso te contar tanta coisa, mas tem que me prometer que não vai ameaçar o garoto que conheci. - Mais uma pausa, mas dessa vez para dar uma risada. - Você iria amar conhecer o León, ele me trata tão bem, me deu flores ontem, tulipas amarelas! - Se empolgou ao contar o ocorrido, mas logo desanimou pensando no que as tulipas a lembravam. - As mesmas que você dava para a mamãe. - Ela passou o dedo indicador pela aliança que seu pai ainda usava. - Ela provavelmente aprovaria o León, inclusive, ele é militar como o senhor, um lindo tenente. - Violetta olhou para o rosto de seu pai e ela podia jurar que ele fez uma careta. - Me lembro de como ameaçou meu primeiro namorado usando uma arma, imagino que faria o mesmo com o León, mas vocês se dariam bem. - Soltou uma leve risada. - Fiz uma amiga também, o nome dela é Francesca e vai se casar. - Ela apertou a mão de seu pai já sentindo as lágrimas a invadindo. - Me desculpe, estou enrolando porque sei que o senhor não vai gostar nada do que vou te contar. - Encostou sua cabeça no corpo dele e deixou que as lagrimas a invadissem. - Tem uma coisa que vem acontecendo a alguns anos, mas nunca tive coragem de contar a você... - O soluço já ameaçava a sair. - Mas agora eu sinto que preciso te contar.

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