Angélica
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Angélica merecia ser a personagem única de um livro inteiro daqueles com tramas, 'suspense' e aventura, tal o fascínio que tive por ela. Quando a conheci passava por um dos momentos de menor alto estima da minha vida, questionando demasiadamente meu corpo e minhas escolhas de vida. Não somos necessariamente as melhores pessoas quando estamos nessa fase, mas é humano. As redes sociais me cruzaram caminhos com ela, 20 e poucos anos, recém-graduada e com o mundo em suas mãos, viajada, inteligente, imponente.
Da primeira conversa em diante com ela, eu sentia algo diferenciado, sua capacidade em ser firme, honesta e direta era impressionante, tal como ser jovial, brincalhona, esperta, curiosa e inteligente ao mesmo tempo. Conversar com ela era um evento de horas. Havia um bom sentimento em cada mensagem recebida, em cada OI que ela mandava. Eu tenho uma sapiosexualidade que me guiava a uma atração nela. Primeiramente estabelecemos contato de amizade que gradualmente foi ganhando interesse físico, com mensagens eróticas, e abertura sobre gostos. Por uma rede social nós jogamos Eu Nunca, lá trocamos informações sobre quem já havia traído, fingido orgasmo, usado brinquedos na cama. Nesse tom de brincadeira, verdade e vontade, eu compartilho com ela minhas fantasias e formas com as quais, gosto de transar, como minha imaginação, meu fetiche com BSDM e dominação. Ela se mostra curiosa e interessada, compartilho com ela fotos que envolvem cordas, instrumentos para provocar dor e domínio. A abordagem de Angélica com a vida e o sexo era interessante, decidida e curiosa para experimentar vontades e descobertas. Ela conversando comigo:
— Nunca usei brinquedos na cama, não sei como é.
— Quer aprender, quer que te mostre?
— Sim, ahahaha.
— Eu tenho vontade de transar em cima de uma mesa, sabia? E você me conta uma vontade sua.
— Tenho vontade de transar num avião. — Respondo uma das minhas maiores fantasias não realizadas. — Gosto de sexo com sensação de perigo.
— Eu gosto também — responde ela. — E os brinquedos que você usa, é tipo 50 tons?
— Sim. Eu gosto de usar algemas, chicotes, prendedores. Se você me dê permissão vou querer te vendar, te amarrar, te chupar e te ver você tremer em meu corpo, sobre minhas ordens, ficar louca na minha língua. Você vai se entregar a mim como minha? Vai topar ser minha escrava sexual? Se for obediente, ganhará prêmios e se for desobediente, castigos.
— Eu deixo. Serei obediente, juro que sim. Será um prazer ser sua, pode fazer o que quiser.
Conversar por rede social por todo aquele tempo até que nos encontrássemos criou certa expectativa, um sentimento positivo. Nos diálogos sobre o dia-a-dia, sobre as experiências de vida dela, tanto como profissional como pessoal eu criava uma admiração maior. Mulher de pensamento livre, de abordagem direta. Sexo, por melhor que seja no puro calor animal, torna-se ainda mais excitante quando toda a conversa anterior e posterior ao ato meche contigo. E assim eu me sentia naquela relação de sermos super abertos um com outro. Angélica tinha uma beleza fascinante, branca, cabelos negros, um sorriso chamativo em lábios bem desenhados.
Nossos encontros sexuais tornaram-se carregados de tesão. Beijos inesperados que dava nela e a sentir se entregar a mim. Poder despi-la e apreciar seu corpo, com seios lindos como que aqueles fossem esculpidos, uma bunda gostosa e uma buceta depilada a laser. Em cada beijo eu a sentia entregue ao calor do momento. Sabia que para a forma com a qual gosto de transar e usar do conhecimento que tenho em dominação e BSDM, eu queria que ela se entregasse completamente a mim e ao receber de volta aquela confiança, eu queria fazer jus em forma de prazer.
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Dom Rafael - Confissões De Um Sado.
ContoContos eróticos narrados pelo ponto de vista de um Sado. Histórias de dominação e submissão.