Me conta da tua janela ...

Quase lá...

Após o incidente, Quinn passou a notar que Rachel tentava a qualquer custo se aproximar dela, de um jeito ou de outro. Seja indo até a parte de trás dos apartamentos, um lugar que era só dela, agora, de certa forma, se tornara das duas, pois antes da loira chegar, Rachel já estava lá, esperando, ou puxando assunto atrás da quadra do colégio. Mas independente de como fosse, Rachel estava sempre querendo saber mais de Quinn, e isso já começava a deixá-la intrigada. Ela não gostava da prima de Santana e nunca quis amizade, agora estava ali, ouvindo e até rindo de um assunto qualquer.

- Rachel, é sério, isso é idiotice.

- Claro que não. Você nunca fez?

- Óbvio que não. Quem coloca mentos na coca-cola?

- Eles explodem, eu vi isso em um desenho.

- Puta merda - riu, gargalhando - você tem quantos anos?

- Você acharia legal.

- Eu duvido que sim.

- Então amanhã, vamos testar e você verá que achará graça.

- Tá, fechado. Mas já aviso que é perda de tempo. - Quinn encarou os olhos castanhos da garota e piscou, fazendo algumas borboletas se agitarem no estômago. Rachel engoliu seco o gesto e se pôs pra fora daquele lugar antes que pudesse agir realmente como uma idiota.

- Até amanhã Quinzinha.

- Até.

Rachel andou mais rápido do que os próprios pés, coração batendo de forma acelerada no peito. Não era possível que aquele sorriso e aquele olhar a estava tirando de órbita assim. Quinn a fitou até que sua silhueta sumisse de vista e estava tão aérea - Quinnzinha, credo - que nem notou outra presença.

- Não sabia que você curtia a minha prima.

- Que? - se assustou, fechando sua feição que antes era boba e sorridente.

- O que está rolando? - Santana questionou, sentando ao seu lado e pegando o maço que estava em seu colo, acendendo um.

- Eu é que deveria te perguntar isso.

- Como assim?

- Como assim? Tem semanas, se não, um mês completo que não conversamos ou fumamos juntas. Você sumiu.

- Você viaja Quinn.

- Vai esconder de mim até quando?

- Não é nada, Quinn. - Santana passou a ficar nervosa, ainda não estava pronta para admitir que estava ficando com uma garota, e mais, estava apaixonada por ela. Isso era demais. E se Quinn a rejeitasse como amiga e contasse a todos? Quinn poderia ser cruel assim.

- E eu não sabia que você curtia aquela loirinha... qual o nome mesmo? Betany... - forçou seus pensamentos para se lembrar do nome da loira com os olhos mais azuis que ela já tinha visto - Não... É... Bri... Haaa...

- O que tem ela Quinn? Qual o problema? Vai implicar agora?

- Calma San... sério. Por que ficou exaltada desse jeito?

- Não tem jeito nenhum. Eu tô normal. - Santana queria disfarçar mas aquele olhar da amiga sugestivo, estava tirando seu coração do eixo. Ela não podia descobrir.

- Hum... - deu de ombros - e aí, vai na festa do Sam? - mudou de assunto, Santana jamais iria admitir qualquer coisa, mesmo que fosse pressionada.

- Eu não sei. Você vai?

- E eu perco alguma festa? - sorriu travessa.

- Claro que não - deu a última tragada, apagando a guimba.

- Então pronto. E nós vamos.

- Ok

                                            ****                                      

Aquele com certeza já era o milésimo beijo que Santana e Brittany trocavam, mas agora, algo mudou e o ar pesou no pulmão de ambas. A atmosfera estava mais quente, com certeza, elas sabiam e sentiam. Enquanto Santana estava deitada na cama, Brittany sentava em sua cintura, a prendendo com suas longas pernas pálidas, colando seus corpos enquanto lábios finos se chocavam com os carnudos. Aquela posição esquentava ambos os corpos, e elas sentiam suas intimidade pulsarem loucamente. Os lábios finos traçaram o caminho do maxilar até o pescoço moreno, dando chupões por ali, arrepiando os pêlos da amiga e voltando até os lábios. Santana revirava os olhos sentindo aquela língua em seu corpo, seu cérebro explodia como fogos de artifício, esvaindo para seu corpo vibrando. Suas mãos tomaram coragem e começaram a subir pelas pernas pálidas, o constrate perfeito, apertando as coxas, fazendo a garota acima sorrir entre um beijo e outro. Seu corpo tomou impulso e ergueu-se o tronco, sentando, puxando Brittany pela cintura para mais perto.
Tudo estava tão gostoso, tão insano que as duas nem pararam para lembrar que elas nunca haviam feito aquilo. Tudo era novo, delicioso e os hormônios gritavam mais alto.
Brittany já estava com as mãos prontas para tirar a blusa de Santana quando a campainha tocou, arregalando os olhos da morena abaixo dela. Nenhuma das duas se moveram e então o som soou mais uma vez. Será que alguém sempre iria atrapalhar? Não é possível.

- É a Rachel - Santana falou após espiar pelo olho mágico da porta.

- Você está com um chupão no pescoço - Brittany sorria, devido a marca caprichada que deixou.

- Britt... baby... não é pra deixar marcas. - novamente a campainha tocou - Droga... - Não tinha jeito, só restava abrir e torcer para a prima não notar nada. - Que foi panaca? - falou ao abrir.

- Sant... preciso falar com você. Urgente.

- Hey... calma... você tá... O que aconteceu?

Rachel havia passado a tarde inteira pensando em Quinn, no sorriso da Quinn, nos olhos da Quinn, nos gestos da Quinn. Estava a ponto de surtar pois só conseguia pensar naquela garota rebelde de mechas rosas fumando cigarro mentolado. Aquele cheiro que ela odiava, se pegou sentindo falta. Ela nunca havia olhado nenhuma menina, nem beijado nenhuma, nem nada, então, o que estava acontecendo com ela?. A única pessoa de sua idade que ela confiava cegamente era a prima, mesmo sabendo de seu segredo no qual foi escondido dela, Santana ainda sim, era a única que a garota confiava, até o fim.
Não pensou duas vezes e correu para o apartamento da prima antes que enlouquecesse no seu, olhando e cheirando a blusa que a rebelde havia usado.

- Eu tô ficando maluca.

- Como assim?

- Podemos conversar só nós? - olhou para Brittany, como uma súplica, para que a amiga não ficasse chateada - por favor.

- Te vejo amanhã, Sant?

- Claro Britt-Britt. Beijos - beijaram-se as bochechas, se despedindo, os olhares, cúmplices.

- Agora me conta, Rachel... O que é tão importante pra você tocar minha campainha mil vezes? - cruzou os braços se jogando no sofá.

- Promete guardar segredo?

- Prometo.

- Santana, é sério. Promete? JURA de mindinho?

- Meu Deus Rachel... juro, oh - levantou o mindinho enroscando no da prima - juro de mindinho.

- Por favor, não me ache esquisita, ou estranha...

- Mais do que já acho?

- Só cala a boca e me escuta...

- Ok ok ... calma... respira - Santana inspirou e expirou junto da prima, para acalmá-la. - Conta...

- Eu acho que estou apaixonada... pela Quinn.

- O QUE? - Santana deu um pulo do sofá.