O amor da sua vida pode estar muito perto, para Any Gabrielly, na sala logo ao lado, onde uma pianista misteriosa que dedilha as teclas de seu piano, faz os ouvidos de Any se apaixonarem e sua mente transbordar de curiosidade para descobrir quem é a...
saudade sf 1 Sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis; sodade, soidade.
Savannah Bardot
Bati a porta de casa com força assustando meu pai.
- Porque falou meu nome para uma estranha? - Ele me olhou nervoso - Quem é aquela morena de cabelo cacheado e como ela sabe meu nome? Eu não quero fazer amizades, pai.
- Filha, tenta me entender, eu não quero que você fique trancada o dia todo em uma sala sem socializar.
- Mas que raiva pai, a única coisa que eu te pedi era para não falar quem eu era - Corri para meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama.
Senti lágrimas preencherem meu rosto. Olhei para minha cômoda e peguei o porta-retrato observando a foto.
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As coisas eram mais fáceis com você aqui
Ouvi a porta abrir e meu pai entrar por ela.
- Filha, me desculpe por ter dito seu nome para Any, eu só queria que você tentasse fazer amizades e feri sua privacidade, me perdoe.
- Está tudo bem, eu não deveria ter lhe desrespeitado pai, você não me fez nada. Me desculpe - Ele olhou pra foto em minhas mãos - Ela era linda.
- Muito, minha filha. A mulher mais magestosa e linda que já vi.
- Me desculpe por ter gritado com você, pai. Eu estou em um dia péssimo mas nada me da o direito de subir o tom com você - Ele sorriu assentindo - Eu sei que só quer eu faça amizades.
- Me preocupo contigo, meu amor, não gosto de te ver com este semblante triste e nem com lágrimas nos olhos.
- Eu sei disso, me desculpe.
- Está tudo bem, Savy. Vem jantar.
Devolvi o porta-retrato para a cômoda e me sentei a mesa com meu pai.
Depois do jantar o ajudei a lavar a louça e sentamos juntos no sofá.
- Filha - O olhei - Acho que está na hora de você ver isso, não queria te mostrar porque era muito pequena mas.. acho que já está grandinha o suficiente.
Ele tirou uma caixa de baixo do sofá e me entregou. Soltei a tampa devagar e me deparei com um álbum de fotos.
- Minhas maiores lembranças de sua mãe - Segurei o livro com todo cuidado do mundo e abri a primeira página.
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- Ela era assim quando eu a conheci, tínhamos chácaras vizinhas. Eu pulava a janela todo fim de semana para ve-la.
Sorri e virei a folha.
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- Vocês ficam lindo juntos - Ele sorriu concordando - Ela sempre usava esse estilo de coque?
- Quase todo dia.
Passei para o lado e uma lágrima ameaçou escorrer.
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- Ela só soltava o cabelo para colher frutas, dizia que os galhos prendiam em seu coque.
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- Você era tão magestosa quanto Ophelia.
- Nossa casa era grande em Adeline.
- Era sim, sua mãe gostava desse estilo princesa, cada canto da casa tinha algum enfeite assim.
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Sorri e olhei para meu pai que tinhas os olhos vermelhos.
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- A história de vocês daria uma bela novela.
- Com certeza minha filha.
Fechei o livro e abracei meu pai. Nem percebi quando peguei no sono agarrada ao seu corpo.
