Capítulo Quatorze

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Receber declarações nunca foi algo que deixava Yoongi envergonhado, diversas vezes durante o colegial recebia bilhetinhos de alguém que teria sentimentos por si e lidava com maturidade

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Receber declarações nunca foi algo que deixava Yoongi envergonhado, diversas vezes durante o colegial recebia bilhetinhos de alguém que teria sentimentos por si e lidava com maturidade. Porém hoje ele só queria correr e se esconder como um filhote assustado. Pela Lua, isso é ridículo!

"Eu acho que gosto de você"

Este gostar pode ser algo fraternal, certo? Dizer que gosta não está necessariamente ligado ao sentido romântico da palavra.

— Yoongi?

A voz melodiosa do alfa havia o tirado devaneios.

— A-ah, sim?

— Eu tenho que ir, ok?

Se aproximou do ômega sabendo que este teria de levar um tempo para pensar no que ele havia dito. Segurou o rosto redondo entre suas mãos e beijou sua testa por alguns segundos logo tocando seus narizes.

— Não pensei muito no que eu disse Yoongi, só precisava dizer. Boa noite

Então saiu deixando o ômega sozinho.

α β Ω

Dizer que Yoongi havia dormido seria uma tremenda mentira. Não que tenha alguma influência de sua filhote, não, esta dormiu como um anjo, tranquila a noite inteira. O que lhe perturbava eram as palavras do Jeon. Ah Yoongi...

—... entendeu?

Namjoon perguntou girando a cadeira para ficar de frente ao melhor amigo.

— O que? – perguntou avoado.

— O que deu em você Yoon? É a quarta vez só essa manhã que eu falo e você não escuta. Aconteceu alguma coisa com você ou a Chae?

— A minha filhote 'tá bem. – suspirou mordendo o lábio inferior – Mas o problema é o Jeongguk.

De repente as afeições sempre tão calmas e gentis do alfa de tornaram sérias.

— O que ele fez?

Eles sempre tiveram uma relação de cumplicidade, são melhores amigos há anos, esteve ao lado dele quando estava esperando sua afilhada e, obviamente, quebraria a cara de quem lhe machucasse tanto física quando emocionalmente. Yoongi, além de melhor amigo era seu irmão.

— Não, nada, quer dizer sim, mas não foi ruim, eu acho.

— Então o que?

— Ele me disse que acha que gosta de mim.

— Ah, isso? – sorriu aliviado – Pensei que seria alguma coisa grave.

— Nam isso é grave!

— Por que?

— Ele é o pai da minha filha!

— Exatamente! – disse óbvio – Não há nada que vocês dois não tenham feito.

— Namjoon a prioridade na minha vida é a Chae e me envolver com ele? E se não der certo o que vai acontecer com a minha filhote? Eu estaria sendo um péssimo pai pra ela.

— Acabou de admitir que quer.

— É sério que só ouviu isso?

— Como seu melhor amigo e padrinho da tua filha digo que querer estar com alguém não te faz um pai ruim. Eu sei que você tem medo disso dar errado e ele não ser bom para a Chaeyong, mas se isso acontecer é por que ele não presta, entendeu?

— E o que eu deveria fazer?

— Só vá com calma e, por favor, seja sincero com suas inseguranças. Jeon parece ser um cara legal e vocês ficam bem juntos.

α β Ω

O prédio de arquitetura imponente recebia mais uma visita do sr. Shin, o alfa estava mesmo disposto em tornar o jovem Jeon membro de sua família, por este motivo estava lá. A secretária havia avisado a Jeongguk sobre a visita inesperada e indesejada. Em poucos minutos os alfas estavam frente a frente.

— O que te trouxe aqui senhor Shin? – por mais que tentasse não conseguia esconder o desgosto daquela conversa.

— Vim lhe chamar para um jantar. – não parecia se incomodar com o tom um tanto rude do mais novo – Hoje a noite, minha família adoraria ter sua companhia.

— Infelizmente tenho planos para essa noite senhor Shin.

— O ômega produtor, pai da sua filha? – o alfa Shin sempre foi um homem ardiloso, vivia a vida como se estivesse num campo de guerra e sabia tudo sobre os que o cercam e os quem mantém interesse, então não foi difícil mandar alguém acompanhar o Jeon e logo soube. Abriu um sorriso com ar vencedor e debochado ao ouvir um rosnando vindo do alfa mais jovem – O que foi? Eu faço a lição de casa, Jeon.

— O que você quer afinal? Sabe disso e o que pretende fazer com essas informações?

— Fofoca não me importo, garoto. – tossiu com um lenço em frente a boca – Você não é casado, aquilo deve ter sido um aventura, não te julgo, eu mesmo já passei um situações parecidas, mas devemos saber a quem nos unir por prosperidade de nossas famílias Jeon. Eu disse que quero que se case com minha neta, se quiser continuar brincar de casinha com eles dois não me importa, mas seja prudente e pense em tudo o que jogaria fora se recusar minha proposta. Como disse pode foder quem quiser desde que se case e engravide minha neta. – se levantou – O filho de vocês seria um único herdeiro disso tudo, já que não seria um bastardo.

Jeongguk levantou-se apoiando suas mãos na mesa, seus olhos tinham um brilho escarlate enquanto seus caninos estavam a amostra. Aquele homem irritou seu alfa.

— Vá embora! Não ouse abrir sua boa imunda para falar da minha filha! – saiu como um rugido.

— Tudo bem Jeon, estou de saída de qualquer forma. – deu passos em direção a porta, mas parou virando para o outro – Soube quem comprou uma cobertura em Gangnam-Gu. Desejo prosperidade.

Então saiu deixando Jeongguk extremamente irritado. Sabia que não pode simplesmente cortar laços com ele, já que a maioria das importações das joias são feitas pela empresa da família Shin. Sabia que ter uma filha não era um segredo, mas temia que Yoongi a afastasse se certas fofocas aparecessem em tabloides, além de que agora tudo parecia tomar um rumo, tudo parecia certo. Seus sentimentos estão claros, sabe que se apaixonou pelo ômega, sua filha pede por sua presença diariamente e isso deixa seu lado humano e lobo satisfeitos. Por tudo está tão bem teme o que o alfa mais velho pode fazer, já que é de conhecimento público que ele não tem caráter e que seus interesses financeiros estão a cima da família.

α β Ω

— Papai! – foi o que Jeongguk ouviu assim que passou pela porta do apartamento e foi inevitável um sorriso brotar em seu rosto.

Namjoon – quem havia aberto a porta – sorriu satisfeito enquanto Yoongi ficou chocado, mas não de modo ruim, na verdade estava bem feliz.

Jeongguk não tardou em ir até a filhote e a pegar no colo enchendo de beijos e abraços. Ela retribuiu da mesma forma toda sorridente. Este é um momento feliz da vida do alfa, feliz demais. Então a filhote mostrou um papel que estava segurando com rabiscos coloridos.

— Você estava desenhando Chae? – perguntou o alfa recebendo uma resposta embolada da filhote que não soube o que significava, mas achou adorável como ela.

Caminhou até o ômega sentando ao seu lado e como de costume selou os lábios, mas desta vez demorou alguns segundos, notando a aproximação a garotinha empurrou o alfa para longe do Min. Afinal é uma alfa dominante e ninguém poderia encostar em seu papai.

— Tudo bem, tudo bem. – disse Jeongguk risonho – Por enquanto eu deixo.

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