2. Piadinas, caffè e Vincenzo

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Olá!! Como vocês estão hoje? Espero que bem. No capítulo de hoje vocês vão conhecer melhor a Rosalinda e, principalmente, a Dayane. O capítulo hoje tá bem soft, beeeem tranquilo, mas não se acostumem, ok? Por enquanto, podem guardar os coletes kkkk

Não esqueçam de comentar bastante e divulgar, se possível, são essas coisas que motivam a continuar escrevendo, o apoio de vocês é essencial!

Espero que gostem do presentinho de dia dos namorados;

Aproveitem a leitura!

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Rosalinda Cannavò

Eu sempre era a primeira a chegar na Caffeteria di Nonna Cannavò. Lembro perfeitamente de ter crescido aqui rodeada pelo cheiro delicioso das massas, dos cafés e dos salgados que a minha avó preparava, eu passeava por todas as mesas e roubava algumas coisas da cozinha para comer escondida embaixo do balcão, por isso eu ainda fazia questão de manter o lugar de portas abertas e ainda preservar um pouco da decoração que ele tinha quando eu era mais nova, as memórias da minha inocência estavam todas guardadas entre aquelas paredes. Quando eu cresci, comecei a perceber as visitas que o meu avô recebia, de homens de terno e colares que reluziam o ouro imensuravelmente caro, os sacos de farinha que entravam e saíam o tempo todo eram apenas um disfarce para o verdadeiro negócio que a Caffeteria escondia, então a magia das massas e dos bolos se dissipou, eu descobri que a minha avó estava ali apenas como uma maquiagem e escondia algo muito mais obscuro. De alguma forma eu terminei herdando os dois negócios, agora a Caffeteria era apenas um estabelecimento comum e os negócios do meu avô estavam muito bem separados dali, eu tentava não misturar as coisas.

Ali eu era a verdadeira Rosalinda Cannavò, ou quase isso, quando você se divide em duas identidades, você se torna uma pessoa de meias verdades e nunca sabe mais encontrar quem é você por inteiro. Mas na Caffeteria eu era Rosalinda, a menina que cresceu inocente e que não dava ordens de roubos, negociava proprinas, estava envolvida com tráfico de drogas e muitas outras coisas na imensa lista de erros que eu carrego nas costas. Me dividir entre Adua e Rosalinda talvez foi a forma que eu encontrei de não me sentir tão culpada pelos meus pecados, eu apenas me enganava e ainda conseguia manter o meu nome fora de investigações, todos conheciam Adua del Vesco, mas ninguém sabia qual era a sua aparência, era perfeito.

O sino da loja tocou e eu me virei para ver quem era mesmo sabendo quem estaria ali, Leon chegou em seu horário de sempre, o senhor sempre fazia questão de ser pontual ao extremo. Com seu terno impecável e os clássicos lenços que sempre usava no pescoço para esconder suas cicatrizes, ele destoava completamente do ambiente, chamando atenção de todos que entravam na Caffeteria e sempre viam ele ali.

– Senhorita Cannavò, tive alguns compromissos ontem e não pude comparecer a reunião, ocorreu tudo bem? – Ele falou com o seu sotaque carregado.

Leon Peeters era um senhor excêntrico e essa definitivamente era a melhor maneira de defini-lo, ele nasceu e cresceu na Bélgica e veio para a Itália em busca de atingir suas ambições altas, ele ainda carregava seu sotaque forte que sempre chamava atenção quando ele estava falando em meio a um grupo. Leon, diferente de tantos outros que estão na minha vida, não é apenas mais um para mim, ele foi a única coisa que sobrou da minha família, o único que realmente me conhece também.

Ele chegou a conhecer o meu avô, mas a sua verdadeira amizade foi com o meu pai. Os dois se tornaram praticamente irmãos como se o destino tivesse escrito assim há muito tempo, quando meu pai herdou a máfia, Leon foi o escolhido para ser o seu conselheiro. Ele era o braço direito dele, uma das mentes por trás de todos os planos e sabia muito mais dos segredos do meu pai do que a minha própria mãe, ele também estava lá quando assassinaram meus pais. Ele foi quem me deu a notícia e foi o único que chorou ao meu lado, Leon também me acordou para a realidade quando disse que eu tinha um lugar importante para assumir, ele me preparou e se hoje eu sou quem eu sou, é por causa dele. Foi este homem que me fez merecer o trono que ocupo.

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