6 - Ele fuma

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Passei o resto da noite conversando em intervalos com Adam - já que como anfitrião, ele deveria estar sempre em alerta - mas também conversei com os convidados, mulheres em vestidos extravagantes e homens usando smokings charmosos.

Arthur foi embora á algum tempo, sem mim, que decidi aceitar a carona de Adam. Enquanto a equipe de limpeza limpava o salão, ficamos na varanda, bebendo o resto do vinho de uma garrafa.

- Foi um evento muito bonito, fico feliz que Arthur não tenha perdido isso - comentei, bebendo direto da garrafa.

- Obrigado de novo por traze-lo.

- Nos dois meses que sou sua vizinha, não imaginava que você fosse um cara tão legal.

- Vou aceitar isso como um elogio - disse ele colocando a garrafa na mesa e se levantando - como foi em sua prova? - questionou ele, começando um novo assunto.

- O que?

- No dia que me machuquei você estava estudando para um aprova, como foi?

- Ah, tudo bem, não caiu nada que eu estudei, mas mesmo assim fui bem.

Ele riu.

- E sua mão? Como esta? - foi minha vez de pergunta.

- Bem - contou ele, mostrando a palma da mão, que exibia uma fraca cicatriz.

- Ah que ótimo, cicatrizou direitinho, nem marca vai deixa.

Ele analisou a mão dando de ombros.

- Se tivesse deixado, eu teria inventado uma historia divertida por trás dela.

Ri, me surpreendendo quando ele tirou do bolso uma caixa de cigarro e um isqueiro.

- Você fuma?

- Eu tinha parado, mas em momento ruins, os péssimos hábitos voltam.

Observei ele acendendo, levando o cigarro a sua boca, e então o modo que a fumaça saia de seus lábios.

- Por mais que a noite tenha saído muito melhor do que o planejado, ainda sim foi estressante - comentou ele, dando outras tragada antes de continuar - fico feliz que veio, digo você não faz parte do estresse da noite, na verdade foi você que a deixou perfeita.

- Então porque o cigarro?

- Minha ex namorada estava na festa, ela também é editora, e o fato dela ter respirado por aqui me estressa.

- Bem, então vamos embora.

- Tenho que esperar a limpeza.

- Eles já foram embora - contei.

- Sério? Porque não falaram comigo?

- Porque você estava distraído, então tomei a liberdade de dispensa-los - deixei a varanda, o olhando por cima do ombro - vamos?

No carro, mexi no radio ate achar minha estação preferida, que tocava "Sweater Weather".

- Eu amo essa música! - anunciei, começando a cantar junto.

Adam riu, enquanto dirigia.

- Quanto você bebeu? - perguntou ele.

As características do meu vizinho.Onde histórias criam vida. Descubra agora