A lenda de Raoni

Raizes

Assim que chegaram no território de Raoni, Camazhots o colocou no chão e sumiu numa nuvem escura que fazia um barulho muito alto de asas batendo e em um piscar de olhos, Raoni estava sozinho, vestido de estrangeiro e machucado em sua terra. Enquanto ele lavava as feridas imaginava o que teria acontecido a sua terra enquanto estivera fora, mas ele já tinha tudo planejado, mesmo que ele tenha viajado uma distancia continental com as garras de um ser das trevas fincadas em sua clavícula e quase morrendo de frio enquanto voava muitas vezes acima das nuvens, Raoni não sofre pelo cansaço de sua trajetória e se sente bem sabendo que pelo menos na área que ele se encontrava estava tudo como sempre foi, uma mata densa e viva cheia de insetos e uma árvore imensa de urucum a sua frente, que por um momento parecia brilhar para ele. Raoni estava todo vermelho pelo urucum que ele passou em todas as feridas, e agora ele seguia em direção ao sul que era sua casa, e como não fazia ideia de onde ele estava, ele apenas seguiu a luz e fumaça que vinha a 5 km dali.

"Algo está errado" pensou Raoni enquanto chegava próximo a aldeia que ele imaginou que seria de seus irmãos. Raoni usando seu instinto, não entrou na área desmatada pois havia homens brancos segurando pequenos canhões em suas mãos em um pátio totalmente iluminado, eles abraçavam aquelas coisas como se fossem seus próprios filhos e Raoni circulou pela área da mata onde ele se sentia protegido. Com as pernas das partes de baixo da roupa já cortadas até acima do joelho e a parte de cima da roupa já jazia no galho de alguma árvore, Raoni calculava o tempo que aqueles homens levariam para carregar os canhões depois do primeiro tiro, pois já tinha lutado contra essas armas da primeira vez que os encontrou. Raoni desenrolava sua arma em cima de uma árvore e pensava em como matar o maior número possível daqueles homens pois ele sabia que não teria nem tempo para a sucessão de explosões e chamas que viria assim que eles o avistassem. Mas ele estava lá, se preparando para saltar no primeiro homem que ele viu que estava abaixo da altura dele. Quando ele contraiu os músculos da perna para atacar, ele vê em uma das pequenas ocas uma criança branca saindo correndo rindo e sua mãe atrás dele com uma fisionomia alegre carregada em suas feições. Aquilo relaxou e confundiu Raoni de uma maneira tão forte, que ele não conseguiu perceber uma pessoa se aproximando dele vindo de dentro da mata fechada.

-eiiii, pssiiiiii, xiiiiiiiiiiiii - sussurrou a pessoa enquanto com as mãos chamava o Raoni de uma forma familiar.

- Rana é você - sussurrou em uma voz trêmula Raoni quase chamando a atenção dos guardas. E então os dois homens que pareciam se conhecer embrenharam na mata sem fazer nenhum barulho.

Nota do chefe:

Mais uma semana trancado, mais um capitulo lançado.

Se puder mande essa historia pra algum conhecido, se vc gostou mande pra alguém legal, se achou uma bosta, mande pro seu inimigo.