Predestinados

♧15

Valentina

Eu nunca tive mãe, não mãe presente na minha vida, muito novinha minha mãe me deixou com meu pai, meu pai cuidava de mim com ajuda da minha tia Mia que hoje chamo de Ma, ela e minha vó me ajudaram muito. Meu pai se envolveu com uma mulher, Leila. Não deu certo, porque meu pai passou por um momento difícil e Leila não suportou. No início da minha adolescência tive que me mudar para morar com meus avos porque meu pai não estava bem, perdeu trabalho, perdeu Leila e não estava bem pra cuidar de mim. Eu me preocupava com ele, ele estava muito mal e ninguém conseguia ajudar ele. Eu não queria perder meu pai, eu já não tinha mãe e ficar sem pai também, eu não queria. Mas num belo ou melhor, num péssimo dia meu pai resolveu ir embora, já tinha pedido tudo. Ou quase tudo. Eu ainda estava ali. Mas ele se foi, eu supliquei para ele não ir, mas ele quis ir. Ele se foi e partiu meu coração. Mas uma pessoa que deveria me amar me deixou e eu fiquei tão mal. Mas Ma me ajudou e logo veio Mathias para me tirar um pouco aquela dor. Eu ainda chorava quase toda noite por saudades do meu pai. As vezes ele se comunicava pelo celular com Ma, eu falava pouco com ele. Mas não o suficiente o que me deixava mal. E me fazia ficar dias assim. Decidi deixar pra lá, machucava muito. Em todos os meus aniversário eu esperava meu pai voltar ou uma mensagem de feliz aniversário, mas ele nunca veio e a mensagem era ano si e outro não. Eu perdi a esperança em Christian. Eu cresci e já não sou mais aquela garota boba, agora ele chega assim do nada e diz que voltou. Parabéns para minha família que aceitou bem isso, mas eu não consigo aceitar e não quero saber o motivo disso tudo. Só não entendi o motivo de Ana está ali, mas no momento não importa. Sai correndo para meu quarto e comecei a chorar realmente. Eu sabia que quando voltasse a sentir esse sentimento de dor, seria ainda pior. Eu tenho saudades dele, mas ele machucou muito. Ele deveria ter ficado comigo. Ter me amado, cuidado de mim e ter ficado ao meu lado.

Ouvi batidas na porta, era ele só podia ser.

- eu realmente não tô afim de conversar com você Christian.

Ouvi um suspiro.

- eu entendo você, sei que fiz besteira. Mas eu só quero te explicar as coisas e te pedir perdão.

- não preciso das suas explicação e quanto ao perdão. Quem sabe um dia. Você se foi sem olhar para trás, sumiu da minha vida e agora do nada aparece ?

Abri a porta, porque queria que ele visse o quanto de mal ele me fez.

- As coisas não são assim. Não sou mais uma criancinha, sou uma pessoa adulta e que entendi muitas coisas. Eu não tinha mãe, eu só tinha você, meu pai e você me deixou. Sinto muito, mas faz tanto tempo que nós não somos mais "pai e filha", na verdade nós nunca fomos isso. Eu não tenho culpa das coisas que aconteceram pai, não tenho culpa de nada, e eu não tenho que entender o porquê das suas atitudes, acima de tudo você é meu pai ainda né, e o que eu queria de você era amor, cuidado e carinho. Mas você me deixou assim como a que deveria ser minha mãe fez.
Você não pode chegar agora e eu ter que te aceitar assim como se nada tivesse acontecido. Quando eu estiver preparada, eu vou conversar com você.. mas no momento só me deixe, por favor.

Eu estava em lágrimas, meu coração estava quebrado, queria muito poder abraca-lo. Mas eu tinha muita coisa mal resolvida e não era tão fácil assim. O olhar dele estava triste e arrependido. Eu podia ver, mas no momento não queria ter aquela conversa com ele. Ele suspirou e me olhou.

- Darei tempo a você, quando estiver pronta, pode me ligar. Mas saiba Tina, eu te amo tanto e eu sei que errei. Mas vou resolver isso.

Então vi ele sair, assim que ele se foi fechei a porta e me joguei na minha cama. Eu deveria está tão feliz com a volta dele, mas não sei, não foi bem assim.