dois.

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Aquele não era, porém, um dia inoportuno. As janelas do quarto estavam abertas, tornando o cômodo ensolarado, e Jeon cantarolava um trecho ou outro da música que pesquisara no aplicativo de streaming. Jimin continuou de pé, corpo apoiado contra a parede, braços cruzados. Então Jungkook ergueu o rosto em direção a ele e os dois trocaram um sorriso antes que Park viesse para perto, sentando-se no chão às suas costas, apoiando o queixo em seu ombro desnudo, ditando naquela voz gostosa que era em parte veludo azul, em parte tempestade e que talvez tivesse mais açúcar do que deveria:

— Estamos sozinhos — ele não precisou se demorar em detalhes para que Jeon entendesse o rumo daquilo e então se deixasse cair para trás, contra o corpo dele. Jimin o abraçou como pôde e iniciou um carinho em seus cabelos, levando Jungkook a fechar os olhos e tragar a fragrância advinda de seu corpo que se confundia com as tintas recém-usadas no afresco. Cheiro de vinho tinto, esperma e encrenca. — Escutei quando Jaebeom comentou sobre o irmãozinho mais novo do Hyunjin precisar de alguém pra acompanhá-lo no dentista. Foi tirar o siso.

E por sozinhos era óbvio que Park não englobava os outros membros da fraternidade, que pelos sons do térreo ainda estavam ali.

Tudo o que lhes bastava era seu colega de quarto permanecer fora tempo o suficiente.

Lim Jaebeom e Hwang Hyunjin namoravam há mais de um ano. Jungkook sabia que o senso de responsabilidade do homem com o qual dividia o dormitório lhe inclinaria a permanecer junto do irmão mais novo do namorado até que tivesse certeza sobre o menino estar bem. Jaebeom lhe levaria ao dentista, compraria todos os medicamentos na farmácia, o deixaria em casa e talvez se demorasse mais um pouco, para ter certeza de que o mais novo não seria acometido pela febre.

voyeur 🎨 jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora