I Miss You

Capítulo 7

Pov. Yuzu

Confusa?! É o que estou agora, eu simplesmente sair de minha casa sem rumo algum. Quando fui perceber estava no único lugar em que eu podia ir, no cemitério onde o meu querido pai está enterrado.

Eu e meu pai tínhamos uma ligação muito forte antes dele morrer, sempre estava ao meu lado, brincava comigo o tempo todo, sempre me levava para passear e sempre dormia comigo quando mamãe viajava a trabalho.

Quando ele morreu, o meu mundo desabou, não tinha perdido só o meu pai mas também o meu melhor amigo, o meu companheiro de todas as horas, foi difícil me adaptar a sua ausência, mas com o tempo conseguir me reinventar, passei a ser mais energética, mas espontânea, tinha certeza que meu pai não iria querer que eu ficasse sofrendo por sua causa, tinha certeza que ele iria querer ver a sua garotinha sorrindo sempre, do jeitinho que ele gostava.

Depois que mamãe me disse que ia se casar de novo eu dei todo meu apoio, não ia pagar de filha rebelde que não quer ver a mãe feliz pelo simples fatos de não querer que substituam o pai, eu sei que papai iria querer que a mama também fosse feliz, sem se falar que eu amo muito o Papa Sho, ele é incrível e faz a minha mama feliz, e ele tem um lugar no meu coração junto com o papai.

Voltando para a minha confusão, como eu disse não sei como eu vim parar aqui, só percebi quando estava parada em frente ao túmulo do meu pai, minha cabeça está uma bagunça, eu não consigo pensar com clareza, eu estou pior do que a primeira vez que a Mei me beijou.

“Mei" por que eu simplesmente não consigo parar de amá-la? Eu queria poder sentir só amor de irmã. Mas o que eu estou pensando? Nem uma relação de irmãs ela quer ter comigo.

A vida às vezes gosta de brincar comigo, primeiro tira o meu pai e agora estou apaixonada por uma pessoa me odeia e sente nojo de mim. Às vezes penso porque ela não me deixou ir junto com o meu pai, talvez eu estaria bem melhor e mais feliz.

Já era noite quando eu cheguei no cemitério, estou muito cansada, a viagem até aqui é muito longa e cansativa, me deito em cima do túmulo do meu pai, me encolho e começo a fazer o que tenho feito nesse último mês, chorar. Chorei tanto que não vi a hora em que eu caí no sono.

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Eu estava em um lugar completamente escuro, não conseguia enxergar nada ao meu redor. Comecei a caminhar para ver se encontro alguma iluminação.

Quanto mais eu andava, mais o medo e a aflição me cercava, vozes confusas começam a surgir, são muitas vozes falando ao mesmo tempo, e eu tentava a todo custo saber de onde elas estavam vindo.

- Vai embora.

Essa voz, eu conheço essa voz, é da Mei.

Não! Tudo de novo não, essas malditas palavras não, essa cena de novo não. Me abaixo e tampo os meus ouvidos.

- De novo não – Digo tentando abafar essa voz.

- Eu tenho nojo de você – A voz persistia em falar.

- Não, Por favor – Começo a implorar – Me deixe em paz, por favor – Lágrimas começam a brotar dos meus olhos.

- Oh doce Yuzu, você não percebeu que tudo não passou de diversão para mim, nunca te amei de verdade – A voz da Mei solta uma risada que arrepiou todo o meu corpo.

Eu não acredito que eu vou passar por isso novamente, eu não suporto mais isso, eu não quero mais isso.

De repente a imaginem do meu pai aparece, ele estava me observando de longe e eu notei que havia tristeza em seu olhar, ele estava triste.

Eu tentei me aproximar dele, mas cada vez que eu me aproximava dele o mesmo se afastava, ele balançava a cabeça negativamente para mim e seu olhar permanecia triste.

- Pai?! O que está acontecendo? Por que o senhor está se afastando? Eu estou morrendo de saudades Pai – Eu o questionei não entendo o porque dele está se afastando toda vez que tento me aproximar.

- Você não ver? Ele tem nojo de você assim como eu também tenho – A voz da Mei ressurgiu do nada me assustando.

- MENTIRA – Gritei – Ele não tem nojo de mim – falei.

A única resposta que recebo é sua voz aterrorizante é sua risada maléfica.

- Acorda Yuzu – Ela disse agora num tom sério? – Vamos Yuzu acorda – Ela repete.

- ME DEIXA EM PAZ, POR FAVOR – Gritei.

- Acorda Yuzu, Vamos você tem que acordar – Sinto alguém tocar meu ombro, mas quando olho para trás não vejo ninguém – Acorda Yuzu.

E tudo ao meu redor começa a se modificar, a imagem do meu pai desaparece, e só a voz de Mei se faz presente.

- Mas o que diacho está acontecendo – Coloco a mão na cabeça, eu estou muito confusa.

- ACORDA POR FAVOR YUZU – A voz grita desesperada e eu me assusto.

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Acordei muito confusa, estou com uma dor de cabeça enorme e todo o meu corpo está doendo e quente, estava tentando regularizar a minha respiração, mas sou despertada pela voz que tanto me atormentava em sonhos nesse último mês.

- Finalmente você acordou, já estava começando a ficar preocupada – olho na direção de onde está vindo a voz e dou um pulo ao enxergar a imagem da Mei – Finalmente te encontrei – ela disse, em seus olhos parece está aliviados ao me ver.

Mas no momento eu estou confusa e agitada demais para poder dar atenção a esse detalhe, ele tentou se aproximar de mim mas eu me afastei imediatamente.

- Não, fica longe de mim – falo, colocando os meus braços ao redor do corpo com intuito de me proteger.

- Calma, eu sei que você está nervosa e que eu sou última pessoa que você queira ver nesse momento, mas me dê a oportunidade de conversar com você, por favor – Ela tenta se aproximar de mim e eu novamente me afasto.

- EU JÁ DISSE PARA NÃO ENCOSTAR EM MIM – Eu grito e começo a correr.

Tudo o que eu menos quero é ter uma conversa com a Mei, eu estou muitto confusa e com ela aqui vai ser pior, eu preciso ficar longe dela, mas parece que a mesma não entende pois está me seguindo.

- Yuzu, por favor pare, precisamos conversar, me escuta por favor – ela fala enquanto corre atrás de mim.

Tampo os meus ouvidos, não quero escutar a sua voz, eu não quero escutar a sua voz.

Estou tão imersa em fugir da Mei que não percebi que estava atravessando a rua, a única coisa que escuto é barulho de pneus freando e a voz da Mei gritando “Cuidado Yuzu” depois sinto um impacto no meu corpo e sou arremessada diretamente para o chão, e tudo o vejo é escuridão.

A vida realmente está de brincadeira comigo.