Pov. Yuzu
“Vai embora...”
“Tudo só foi diversão...”
“Doce Yuzu... Você é tão ingênua”
“ Não só te odeio como tenho pavor"
“Você foi a pior coisa que aconteceu na minha vida"
Essas malditas não saem da minha cabeça, não há um dia sequer que elas não me perturbem, elas se fazem presentes a todo momento, até mesmo quando eu fecho os olhos, nunca em toda minha vida cheguei ao fundo do posso poço como estou agora, nem mesmo com a morte do meu pai.
Hoje está fazendo exatamente um mês em que a minha vida perdeu o sentindo, parei de ir a aulas, não atendia os telefonemas das minhas amigas, não tenho me alimentado direito, a única pessoa que converso é a mama, mas ela nem imagina o que anda acontecendo na minha vida.
Nesse último mês minha vida tem se resumido em ficar trancada em meu quarto sendo atormentada por essas malditas lembranças, e essa dor em meu coração que não quer sarar, tento me distrair com alguma coisa, mas nada é capaz de afastar essa dor que se instalou em meu peito.
Eu sou tão fraca, eu sou patética, eu poderia superá-la mas eu não consigo, não consigo seguir em frente, eu simplesmente não consigo.
Me levanto da cama e vou em direção ao banheiro, olho para o espelho e vejo meu reflexo, eu estou acabada, estou cheia de orelha, minha boca está seca, vejo traço de um rosto pálido, meus cabelos estão bagunçados e ressecados, meu olhar está sem brilho e sem vida, olho para os meus pulsos e vejo as feridas se fechando, sim, eu estou me mutilando, meus pulsos estão cheio de cortes, para vocês verem como estou no fundo do poço.
Olho outra vez para o meu rosto e sinto raiva tremenda de mim mesma, aperto meus pulsos e digo para mim mesma:
- Você é uma inútil Yuzu – sustento meu olhar no meu reflexo – Você é uma ingênua, só serve para ser brinquedinho nas mãos das pessoas – lágrimas começam a cair em meu rosto e meu pulso começa a doer – Você não merece viver – Digo com raiva.
E com o resto de força que existe em mim, dou um murro no espelho fazendo com que o mesmo se quebre.
Sinto um ardor em minha mão e vejo que está sangrando, pego uma tolha que estava pendurada ao meu lado e tento estancar o sangue, sento-me no chão do banheiro e a lágrimas descem com mais força, eu não aguento mais essa situação, eu tenho que botar um ponto final nisso, eu não aguento mais essa dor, me sinto sufocada, não dar mais para viver assim.
Faço um curativo em minha mão e me levanto, pego dois comprimidos de calmante, coloco em minha boca e engulo a seco, graças a esses comprimidos que eu tenho conseguido dormir e me acalmar um pouco.
Saio do banheiro e me dirijo até a mesa onde se encontra o meu celular, o mesmo só tem servido para atender as ligações da minha mãe e gravar uns vídeos que estou produzindo.
Aí vocês me perguntam “Que vídeos são esses Yuzu?” pois vou explicar, eu decidi gravar um vídeo para cada pessoa que participou da minha vida, para a mama, papa, Harumin, Matsuri, Nene, até para a Momokino-san também gravei, e claro não podia deixar a Mei de fora, eu deixei o vídeo dela por último, o que eu vou fazer quando eu terminar de gravar essed vídeos? Não sei, talvez eu suma de uma vez sem deixar pista nenhuma, eu estou cheia, cansada dessa dor, não quero mais senti-la, nem que para isso e eu termine com minha existência desse mundo.
Pego o celular e coloco numa posição legal e dou início ao Vídeo.
- Olá Mei, quanto tempo? Sei que talvez esse vídeo não chegue até você ou quem sabe chegue e você não queira vê-lo, mas se por acaso você esteja vendo eu gostaria de te falar que apesar de tudo o que você me disse eu ainda te amo, eu sei que eu deveria deixar de te amar, mas infelizmente eu não consigo não te amar, eu posso ter sido a pior coisa que aconteceu na sua vida, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha – dei uma pausa tentando segurar as lágrimas, depois de me recuperar continuei – Mei acho que nunca te contei isso, mas você foi a minha primeira em tudo, o meu primeiro amor, meu primeiro beijo, minha primeira namorada, com você eu aprendi o que era o amor mesmo que você não retribuiu, mas foi por sua causa que eu descobrir tudo isso – a primeira lágrima cai e eu limpo rapidamente – Sabe Mei, eu não tenho comido, não tenho dormido, tenho me machucado muito nesse último mês, mas não se sinta culpada, isso são consequências do que eu escolhi para mim, eu escolhi não comer, eu que não quero dormir, eu que quero me machucar, então tudo partiu de mim e não de você, apesar de tudo essas são as consequências de ter me apaixonado por você e te forçar a ficar comigo durante esse tempo, estou aqui diante dessa câmera para te dizer que eu respeito a sua decisão, e do fundo do meu coração eu desejo que você consiga herdar a academia, e principalmente Mei, eu desejo que você seja muito feliz, talvez quando você terminar de ver esse vídeo você queira me procurar, mas você não irá me encontrar, então estou lhe avisando logo para você não perder o seu tempo, eu me disperso aqui de você, fique bem e Adeus Mei – Sorrio para câmera de olhos fechados e dou tchauzinho.
Desligo a câmera e me jogo na cama, todas as lágrimas que estava segurando descem com força, isso dói tanto cara, choro como nunca tinha chorado antes, acho que vida agora é essa, viver chorando o tempo todo, eu me odeio, mas isso logo vai acabar, eu prometo.
Pov. Mei
Chego no prédio onde tem sido meu lar nos últimos dois anos, entro as pressas e vou direto para o elevador, entro no mesmo e aperto o meu andar, ao chegar lá saio apressadamente, toco a companhia e espero que ela possa atender, alguns minutos passam e nada, toco de novo e nada, bato na porta e chamo por Yuzu e a mesma nada de me responder o que só aumenta a minha aflição.
Lembro que oka-san tinha me dado uma chave de reserva para caso ei chegasse e não topasse ninguém em casa.
Procuro essa chave em minha bolsa, para minha sorte nunca tiro minhas chaves da bolsa, a encontro e fico aliviada.
Abro a porta e vejo que tudo está do mesmo jeito desde a última vez que estive aqui, varias lembranças me invadem, lembrança que me fizeram feliz e todas elas envolvia a nossa família e Yuzu.
- Yuzu? Você está aí? – Chamo e ela não responde – Yuzu? – Tento mais uma vez, só o que recebo em troca é o silêncio.
Vou em direção ao quarto, abro a porta e vejo que o mesmo está vazio, vou até o banheiro que tinha no nosso quarto, sim, nosso quarto, pois ainda o considero meu, entro no banheiro e nenhum sinal dela, vejo também que o espelho está quebrado e vejo pingos de sague na pia, ela se machucou? Agora estou ainda mais preocupada.
Saio do banheiro e olho ao redor no quarto e uma coisa me chama atenção, me aproximo um pouco mais e vejo o celular da Yuzu junto com um bilhete.
O bilhete estava escrito “Para quem encontrou esse bilhete por favor mostre o conteúdo que está com o nome Mei para ela, pois ela não tem celular, adeus" pego o celular que está em cima da mesa e o desbloqueio, acho o arquivo que está o meu nome e encontro um vídeo, dou o play e uma Yuzu completamente diferente da que eu estava acostumada a ver aparece na tela.
A cada palavras que eu ouvia saindo daquele vídeo dói por dentro, não sabia que ela estava sofrendo tanto assim por mim, eu sou uma completa idiota, machuquei a única pessoa que foi capaz de me fazer amar, eu sou uma idiota, uma egoísta sem correção, agora entendo de quais consequências o Udagawa estava dizendo, eu arrependo completamente do que fiz, e por minha culpa a Yuzu está por aí, e só Deus sabe onde ela possa está.
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I Miss You
FanfictionEssa vai ser uma Short Fic Ao saber que seu grande amor vai se casar com outra pessoa, Yuzu vai atrás de Mei para tentar impedir que a mesma comenta uma grande estupidez, mas ao ouvir de sua amada que tudo não se passou de uma mera diversão a relaçã...