Capítulo 8

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Pov. Mei

Yuzuuuuuuu – assim que eu percebi que vinha um carro em alta velocidade em sua direção.

Tudo ficou em câmera lenta, o carro a atingiu em cheio jogando ela longe, corri em sua direção.

- Yuzu?! Pelo amor de Deus... – eu ia balança-la, mas fui impedida.

- Você não pode tocar nela, espere a emergência chegar – o cara que foi responsável pelo atropelamento da Yuzu disse.

- Seu idiota, olha o que você fez? – Eu disse indo para cima do cara – Você não sabe que é proibido dirigir em alta velocidade? – Eu disse socando ele – Se prepare para um enorme processo que vou jogar em suas costas – Eu disse com morrendo de raiva – Se a minha mulher morrer, eu vou fazer da sua vida um inferno – Eu disse.

- Calma moça, eu sei que eu vacilei, mas eu estou prestando ajuda para reparar o meu erro – Ele disse ficando nervoso quando eu citei o lance do processo.

- Isso é mínimo que você poderia fazer, meus advogados vão entrar em contato com você, se prepare – Eu disse me afastando daquele indivíduo, a minha vontade era socar aquele cara até a morte.

Voltei para perto da Yuzu, eu não sei bem o que eu estava sentindo, eu só sabia de uma coisa, tudo aquilo era minha culpa.

Por minha culpa a Yuzu entrou em depressão, por minha culpa a Yuzu fugiu de casa, e é minha culpa ela ter sido atropelada, tudo é minha culpa, eu minha maldita ambição, eu e meus malditos medos. Agora a pessoa que eu mais amo está ferida por causa de uma maldita escolha, eu estou pagando pelos meus erros, se a Yuzu morrer eu não vou conseguir suportar, a culpa vai acabar comigo.

Sou tirada dos meus pensamentos com o barulho da Sirene, a ambulância para e dele descem dos enfermeiros com uma maca.

- Você é o que da paciente – um deles me pergunta enquanto o outro examinava a Yuzu.

- Irmã – respondi no automático, meus olhos não saiam da Yuzu – Ela vai ficar bem? – Eu perguntei sentindo os meus olhos arderem por causa do choro.

- Eu não sei lhe dizer ainda senhorita – ele disse – vou precisar que a senhorita nos acompanhe para que você possa passar os dados da paciente – Ele disse enquanto ajudava o seu companheiro a colocar a Yuzu na maca e colocar dentro da ambulância.

Entrei na mesma, eu continuo agindo no automático, eu estava em estado de choque, minha mente não passava nada, eu só encarava o rosto da Yuzu sendo limpado pelos enfermeiros, pois a instantes atrás estava todo ensanguentado.

Chegamos no hospital e eu fui acompanhando os enfermeiros que levavam a Yuzu com urgência para umas das salas, mas no meio do caminho fui impedida de continuar, fui até a recepção passar os dados para a atendente e liguei para mamãe e os amigos da Yuzi contando o que aconteceu.

Já havia se passado meia hora quando vejo oka-san e as meninas entrando na recepção, oka-san correu até mim e me abraçou e só assim desabei de uma vez, coloquei tudo o que eu estava prendendo desde o momento em que todas essas merdas aconteceram, desde o dia em que eu fui burra o suficiente em magoar a pessoa que eu mais amava.

- Isso é tudo culpa minha oka-san, por minha culpa a Yuzu está machucada,eu não a mereço – falei em meio ao choro, todas as meninas observavam em silêncio.

- É claro que não filha, não é sua culpa e nem culpa da Yuzu, só aconteceu o que tinha para acontecer, nada disso é culpa de ninguém – Ela disse fazendo carinho em minhas costas enquanto me abraçava – o que podemos fazer agora é orar para que a nossa Yuzu volte para casa conosco – Ela beija a minha cabeça.

Eu sei que a oka-san está tentando ser forte, eu sei que ela está tão aflita quanto qualquer uma que está ali naquela sala, está com medo de perder a única filha dela, ela está tentando ser forte por nós, pela Yuzu, eu a admiro muito, queria ser como ela, mas não consigo.

Duas horas haviam se passado e ninguém nos trazia informações sobre o caso da Yuzu, eu já estava sem paciência, andava de um lado para o outro, já havia ido mais de sete vezes no balcão a procura de notícias e só recebia a mesma resposta “Desculpe senhorita, mas não temos nenhuma informação, você deve aguardar o médico” e blá blá blá.

- Presi, será que poderia sentar e ficar quieta, você está nos deixando mais nervosas do que já estamos – Taniguchi falou com leve tom de irritação.

- Ela tem razão filha, ficar desse jeito não vai adiantar de nada, temos que aguardar o médico – Oka-san disse e eu suspirei e me sentei ao seu lado.

- Eu sei, mas eles estão demorando muito – Eu disse colocando a mão no rosto.

- Familiares de Aihara Yuzu? – O médico fala e seu semblante é de puro cansaço.

- Aqui Doutor – Oka-san se levanta juntamente comigo e as meninas – Como a minha filha está doutor? – Ela pergunta extremamente preocupada.

O médico suspira e nos encara, e pelo seu olhar noto que coisa boa não vem por aí.

- Então, vou direto ao assunto – ele fala com o tom serio – o caso da senhorita Aihara é bem delicado, ela teve que se submeter há uma cirurgia, e durante essa cirurgia ela sofreu uma parada cardíaca, conseguimos reanima-la mas infelizmente a senhorita Aihara entrou em estado de coma, e não tem previsão de quando ela vá acordar, eu sinto muito – ele falou com pesar.

- O que? – Eu disse – Isso é algum tipo de brincadeira, eu quero ver a Yuzu agora – Eu disse desesperada – Eu exijo ver a Yuzu agora – lágrimas já rolavam pelo meu rosto.

- Infelizmente isso não será possível agora, o caso da senhorita Aihara é muito crítico, ela está na ÚTEI para ser monitoradas – Médico disse.

- Calma filha, você precisa ficar calma – minha mãe tenta me acalmar.

- Não, eu preciso vê-la nesse exato momento, ela precisa de mim oka-san – eu disse em meio a lágrimas – A Yuzu não pode fazer isso comigo Oka-san, ela não pode fazer isso – Eu chorava como nunca havia chorado em toda a minha vida – Eu preciso dela mãe, eu preciso do sorriso dela, preciso do abraço dela, eu preciso dizer que a amo, que ela é coisa mais importante na minha vida, eu preciso dizer que a quero do meu lado, que eu quero me casar com ela, ter filhos com ela, ter uma família com ela – eu dizia tudo rapidamente em meio ao prantos.

- Ei, ei... olha para mim – ela pegou meu rosto fazendo com que eu olhasse para ela – me escuta, ela vai sair dessa e você vai poder falar tudo isso para ela, está me escutando – eu assentir – Então se acalme, ela precisa da gente mais do que nunca e você precisa ser forte por você e por ela, ok? – Ela me abraçou e eu fui me acalmando.

Ela tinha razão, eu precisava ser forte, não só por mim mas também pela Yuzu, eu vou terminar o meu noivado com o Udagawa, eu vou ficar com a pessoa que eu realmente amo, que se dane a academia, que se dane a herança, tudo que me importa agora é ser feliz com a pessoa que eu amo.

I Miss YouOnde histórias criam vida. Descubra agora