O BANQUETE DE PLATÃO

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Carmem Amber queria atender a todos os chamados para entrevistas, mas sua saúde debilitada, com o câncer se agravando mais ainda, não a permitia atender a todos os pedidos. Camila Bastos mantinha-se inseparável de sua patroa sempre a seguindo onde quer que fosse.

O livro havia tomado proporções mundiais em termos de conhecimento, procura e vendas.

Camila tinha sugestionado à milionária que contratasse mais seguranças para protegê-la.

- Eu acho que a senhora deveria contratar mais seguranças dona Carmem. Como seu livro e a senhora está famosa, más pessoas podem querer sequestra-la pra te forçarem a falar onde está o tesouro!

- Eu entendo sua preocupação Camila, mas o Alberto e o Carlos devem dar conta do recado, e mesmo se não derem e alguém me sequestrar, simplesmente vou rir da cara dos sequestradores. Uma velhinha igual eu que está morrendo não tem nada a perder, podem me matar que eu não conto o segredo do enigma nem que a vaca tussa.

Camila teve que rir de sua patroa. A cuidadora admirava a coragem e argúcia da senhora Amber.


Iniciou-se um verdadeiro frenesi mundial em busca do tesouro. Alguns empresários contrataram pessoas com um alto QI formando equipes de busca no intuito de chegar primeiro ao desejável prêmio. Um empresário em especial,Bartolomeu Sena Coimbra, um empreendedor português do ramo alimentício conseguiu reunir uma bela equipe de jovens pensadores europeus. Ele havia oferecido duzentos e cinquenta mil euros para cada integrante da equipe, independente do resultado, se achassem primeiro o tesouro ou não, e, ao todo, tinham doze integrantes totalizando assim três milhões de euros. Bartolomeu sabia que era um tiro no escuro oferecer dinheiro sem ter a certeza do retorno, mas seria um grande investimento se achassem o prêmio dando-lhe uma margem de lucro gigantesca. A maioria dos jovens aceitaram a proposta pois eram estudantes pobres e que, além de estarem ganhando um bom dinheiro, estavam vivendo uma aventura com um desafio enigmático exigindo uma solução para as mentes férteis deles.

Carmem tinha certeza que essa fortuna não só iria deixar alguém muito rico, ela sabia que muitas pessoas iriam se beneficiar com as atitudes como Bartolomeu estava fazendo.

O empresário caminhava lentamente em volta da grande mesa de reuniões no seu luxuoso restaurante em Portugal onde a equipe estava sentada. À frente de cada integrante tinha um exemplar do livro CAÇA AO TESOURO.

A equipe tinha vários jovens inteligentes, cada um com sua peculiaridade. Físico. Geólogo.Programador de computador. Historiador. Filósofo. Arquiteto.Biólogo. Engenheiro. Bibliotecário. Bilíngue em vários idiomas.Estudante de artes e até uma estudante de letras aficionada por livros de mistério.

Bartolomeu enxugava o suor de sua careca brilhante com um lenço, fumava um charuto impregnando o ambiente com a fumaça e gesticulava sua mão branca e rechonchuda.

- Alguém já tem uma ideia de onde possa estar a resposta do primeiro enigma? - As bolsas abaixo dos olhos castanhos de Bartolomeu aumentaram quando ele encarou sua equipe de forma inquisidora, com os olhos semicerrados.

Foi James, um rapaz corpulento,viciado em jogos de RPG, programador e hacker que tomou a palavra.

- Segundo o livro, Carmem fala que são duas divindades que indica o local onde encontrar a resposta e, ao que me parece, achando a primeira pista encontraremos a segunda no mesmo local - o Hacker falava sem tirar os olhos da tela de seu notebook.

- Tudo bem, acho que isso a maioria já descobriu. - risadas abafadas ecoaram pelo recinto. - Oque eu quero saber são coisas mais concretas, tipo, a resposta do enigma está em tal lugar, no monte Everest, sei lá - crispou Bartolomeu.

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