Na esperança de juntar os pedaços de seu coração partido, Anthony passou a frequentar bares e boates. E foi em uma delas que encontrou Kate, a mulher de sorriso fácil que só queria reencontrar a felicidade que perdeu em meio a relação abusiva que vi...
ooi abelhinhas! demorei mas cheguei com o último capítulo dessa história tão especial para mim. foi ela que me trouxe de volta para esse universo das fanfics e sou muito grata pela forma como fui recebida aqui de novo.
vou deixar a parte emotiva lá pra baixa. então, boa leitura!
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P.O.V Anthony
[Mayfair, Londres, Inglaterra — 06.04.2021]
Eu não fui embora, como prometi.
Me mantive ao lado de Kate por meses — e continuaria por quanto tempo mais ela quisesse. E durante todo esse tempo, Katie deixava cada vez mais claro que também não queria que eu fosse. Além, também, de deixar claro que o que ela mais procurava na relação que estávamos construindo de pouquinho em pouquinho, era respeito por seu tempo e espaço. E foi exatamente isso que eu lhe dei.
Meu respeito pelos medos e traumas dela moldavam a base da nossa relação, e essa escolha gerou consequências boas e que provavam a evolução de Kate consigo e com aqueles que estavam à sua volta — como Penelope, por exemplo, que ganhou cada vez mais espaço na vida da mulher de uma forma carinhosa. Além, é claro, da evolução que aconteceu dentro dela mesma.
Mesmo de forma lenta e arrastada, a mulher vinha se tornando uma pessoa mais aberta às coisas que seu coração sentia e passava a não ter mais medo de senti-las. Eu percebia o quanto ela se esforçava para melhorar esse aspecto em si e deixar, de fato, o passado no passado. E eu me sentia imensamente orgulhoso disso. As marcas que os pais de Kate deixaram nela eram profundas e demorariam a cicatrizar, mas era gratificante ver o quão forte ela estava sendo ao encarar tudo isso com um sorriso no rosto em uma força de vontade invejável.
Obviamente que havia aquelas horas em que parecia que Kate regredia nessa caminhada e a única coisa que queria era ficar reclusa. E mesmo que eu não quisesse deixá-la sozinha — ou, na pior da hipóteses, junto dos pensamentos e memórias ruins em relação aos seus pais e suas inseguranças — eu saía. O coração apertado ao ouvir a porta do quarto ser trancada e angustiado com o tempo de espera até que Kate se sentisse confortável novamente e se abrigasse por vontade própria em meio aos meus braços.
Eu sabia que seria um processo lento e que necessitaria de paciência, mas por ela eu tinha isso de sobra. Sempre estaria ali para suportar, em sua companhia, os seus medos e traumas, e suas inseguranças. Assim como ela esteve comigo no início, quando eu ainda me sentia receoso por conta da marca que Siena deixou em meu coração.
A traição é um episódio que pode ser deixado para trás facilmente, mas o que ela deixa em você, as marcas e sentimentos, não são facilmente superados e Kate tem me ajudado muito nesse aspecto. Nossa relação é uma troca mútua de compressão e respeito, e talvez isso tenha sido o motivo de estarmos nos dando tão bem até hoje.
