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"Mulher Cativante" entrava pelos meus ouvidos. Eu gostaria de saber quem que montou essa playlist e lhe dar um beijo na boca.

- Sabe o que essa música me lembra? - minha outra amiga, Carol, me perguntou.

- O que?

- Que somos duas gays fodidas. - levantou seu copo, o que me obrigou a bater o meu contra o dela.

- Não sabia que você bebia, Cá. - falei lentamente, a bebida já entrando vagarosamente por minhas veias.

- Eu não bebo. - sorriu de lado.

- Isso explica muita coisa. - soltei uma baixa risada, cuja fui acompanhada.

- Sabe, já que a gente tá na merda juntas... Eu acho que é coisa do destino. É pra gente casar, ter 3 filhos, 4 gatos, 10 cachorros e ir morar em Miami! - sua voz levemente embriagada tomou meus ouvidos.

- Eu acho que você tá certa. Pelo menos a gente não sofre mais. - tombei minha cabeça no seu ombro, logo sentindo seus dedos entrarem por meus fios, me fazendo um gostoso cafuné.

A essa altura da festa, o pessoal já estava espalhado, dançando, bebendo, beijando e fazendo sabe-se lá mais o quê. Eu estava sentada num banco bebendo meu terceiro copo de batida, do meu lado estava minha fiel escudeira, Carol. A garota mais alta tinha em mãos alguma bebida de cor estranha e cheiro forte.

Seus cabelos escuros estavam soltos e levemente armados, seus olhos tinham uma pequena quantidade de rímel e delineador, apesar de estarem vagarosamente cobertos pelo óculos de grau, sua boca era coberta por um batom nude, acentuando toda aquela carne.
Ela usava um vestido azul claro, com algumas rosas brancas rendadas, que ia até o meio de suas coxas, soltinho. Seus pés eram cobertos por seu velho all-star preto de cano alto.

A garota tinha uma beleza única, apesar da vestimenta consideravelmente simples. Ela tinha um perfume fraco e gostoso de sentir.

A nossa frente estavam sentadas as duas mulheres que tinham lugar em nossos corações, ambas conversando como se nada estivesse acontecendo.
A professora Lita tinha em mãos o que parecia ser uma Heineken, seus fios amarelados estavam soltos e caindo por seus ombros. A mulher trazia consigo um sorriso solto e olhos imensamente azuis.
Seu corpo era coberto por um vestido longo na cor vinho e levemente colado ao corpo, o que demarcava parte de suas curvas, me fazendo suspirar a cada minuto. Seus pés pareciam ser cobertos por um scarpin da mesma cor. Sem contar com o decote fundo que mostrava algumas sardinhas no seu busto, eu estava delirando completamente.
Seu rosto era coberto por uma fina camada de maquiagem, olhos marcados e boca vermelha, eu me sentia pegar fogo.

- Maldita professora!

A sua companheira de copo, professora Laila, estava tão bela quanto, o que era explícito pela maneira em que minha amiga olhava aquela mulher.
Seu cabelo castanho com alguns fios dourados estavam soltos. Seu corpo era coberto por um vestido que ia até a canela, da cor bege, com algumas folhas desenhadas, ele era solto apesar de delimitar suas curvas levemente. Seus pés eram cobertos por um coturno marrom avermelhado.
Seu rosto tinha uma pequena quantidade de maquiagem, seus lábios eram pintados de um rosa fraco, apesar de bonito. Era tudo somente o necessário para mostrar ainda mais sua beleza. Naquele momento eu tive certeza de que aquela mulher realmente combinava com minha amiga.

- Acha que ela é do tipo que me jogaria contra a parede? - perguntei, viajando completamente.

- Não sei, mas eu espero que a minha seja. - minha amiga respondeu, o que me fez virar de maneira abrupta em sua direção.

- Você é uma safada! - exclamei desacredita. Ela deu de ombros.

- Você quer que a Lita rasgue sua calcinha, cale a boca! - se defendeu.

- Bom, realmente. - levantei a sobrancelha e fiz um pequeno bico, sorrindo em seguida.

- Imagina se...

- Ah, não, Dus! Tu não me venha pensar em safadeza do meu lado! - me olhou feio.

- Osh mulher, tô pensando nada não! Mas bem que seria interessante a ideia... - sorri pervertidamente.

- Credo, que bicha pervertida! Vou é no banheiro, já que eu volto. - ela avisou, já saindo do meu encalço.

- Não quer que eu vá junto? - perguntei, verdadeiramente preocupada com o álcool em seu sangue.

- Não precisa, mô. Já que eu volto. - saiu andando.

- Tá né... - respondi baixo.

Bebi mais um gole do líquido vermelho do meu copo, logo vendo que a professora estava sentada sozinha.

- Vai lá, garota.
- É sua chance, gata!

Respirei fundo e virei o resto da bebida. Me levantei do banco e fui até o bar, logo pegando um copo com água. Caminhei vagarosamente em direção a mulher que parecia distraída, logo pude sentir seu cheiro doce entrar por meus poros.

- Professora? - chamei baixo e lentamente. Logo pude ver seus oceanos em meu rosto, descendo lentamente por todo meu corpo, me fazendo queimar mais do que o necessário.

- Olá, querida. Por favor, não me chame assim fora da sala de aula, sim? - sua voz rouca e educada entrou em meus ouvidos.

- Claro, perdão. - lhe dei um sorriso envergonhado e a vi sorrindo também.

- Está sozinha?

- Não, mas meus amigos estão por aí fazendo sabe-se lá o quê. - soltei um baixa risada, eu bem sabia o que aqueles tarados estavam aprontando.

- Eu nem quero imaginar! - ela riu. - Vocês nessa idade, hormônios a flor da pele... Qualquer coisa é uma fagulha.

- E qualquer fagulha pode fazer pegar fogo. - sorri malvadamente, o álcool já se fazia presente em meu corpo. Eu podia sentir resquícios do meu outro eu vir a tona. Bebi um pouco da água em meu copo.

- Sim... Eu imagino. - seus olhos ganharam um brilho diferente, o quê fez minha cabeça girar para tentar entender o por quê disso. - Quer se sentar? - me ofereceu a cadeira ao seu lado, aceitei de prontidão e pude sentir sua presença de mais perto.

- A noite está bem agradável hoje. - comentei, na busca de um assunto.

- Sim. Me perdi algumas vezes observando essa beleza. - seus olhos bateram contra os meus e eu me perguntei se ela falava da noite ou de mim. Não pude deixar de sorrir levemente. Logo seus diamantes miraram o céu nas nossas cabeças.

- Devo admitir que passei toda a noite fazendo o mesmo... - falei firme e torci para a mulher entender o duplo sentido da minha frase. Eu observei seu perfil e me vi a desejando mais uma vez.

- Malditas cores!

Olhos OceânicosOnde histórias criam vida. Descubra agora