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Imagino que a formatura é o grande dia de muitas pessoas, eu mesmo estava me sentindo extremamente realizado - apesar de altamente apavorado com o futuro -, porém meus olhos procuravam somente um ser em meio toda aquela multidão. Era inevitável não procurar os olhos verdes e azuis em meio a tantos rostos conhecidos, eu queria aquela mulher ali, queria que ela visse que eu finalmente estava me formando.

Eu andava em meio ao imenso salão, cumprimentando amigos, familiares, professores, diretores, colegas da escola e mães de alguns amigos.

- Onde está ela?

Minha cabeça fervilhava, era intensa a necessidade de tê-la ali me observando e vendo que finalmente cresci, que aos poucos eu estava conquistando meus sonhos - assim como ela sempre disse que eu faria.

- Em busca do teu amor? - Carol perguntou se colocando ao meu lado, batendo levemente teu ombro no meu e também procurando a mulher com os olhos.

- Sempre... - soltei um suspiro cansado e me virei para ela. - Às vezes chega a ser cansativo pensar tanto nela. - soltei um sorriso triste e desviei o olhar.

- Ei, Dus, relaxa. Ela vai vir. - Carol abraçou  meu ombro, assegurando a última frase de uma forma que me fez acreditar que era verdade.

- Eu espero que sim... - novamente me perdi em meio aos pensamentos e os olhos desfocados da multidão.

Poucas horas depois

Era interessante pensar que quando chegamos aqui o sol estava prestes a se pôr completamente, e agora já se fazia noite. Tão escura e brilhosa, majestosa como somente ela poderia ser. A lua cheia parecia alcançar minha alma e me iluminar por dentro, acendendo cada parte do meu ser notoriamente assustado e inseguro.
Eu escutava as palmas da plateia para cada pessoa em minha frente que passava pela passarela de tapete vermelho, escuro como sangue, e logo mais a próxima pessoa seria eu.

- Essa seria uma péssima hora para começar uma crise de ansiedade.
- Por que mudanças são tão terrivelmente assustadoras?

De repente senti um leve empurrão no meu ombro, olhei para o lado e vi meu irmão de braço dado comigo, com um sorriso orgulhoso no rosto e lágrimas presas nos olhos acastanhados. Escutei uma nova música começar a tocar e um suspiro profundo foi solto pela minha boca.

- Hernandus Delacruz! - meu nome foi fortemente esbravejado pelo diretor segurando o microfone, sendo acompanhado de uma chuva de palmas e gritos de histeria.

Olhei novamente meu irmão, ele apertou suavemente meu braço e começou a me levar pelo tapete.

- Talvez mudanças não sejam tão ruins assim...

Um sorriso leve de puro nervosismo e felicidade infestava meu rosto e eu segurava as lágrimas que adorariam fugir, olhava as pessoas em volta reconhecendo vários rostos sorridentes e finalmente me sentindo orgulhosa de mim mesma.
Senti um beijo no meu rosto e um "Eu te amo" baixo proferido pelo homem ao meu lado, logo vendo-o me soltar e ir se sentar em seu lugar, enquanto eu andava mais um pouco indo em direção ao professor que entregaria meu diploma.

- Será que vai ser ela?

Me perguntei, vendo aquele amontoado de docentes arrumados, com sorrisos nos rostos.
Sentia meu coração alcançando cada vez mais minha boca conforme mais perto eu chegava da multidão em minha frente, tentando inutilmente controlar a respiração e minhas emoções destrambelhadas.
Eu adoraria tanto que ela aparecesse ali, que pudesse sentir um último abraço seu, sentir aquele cheiro que me prende a alma, ver seus olhos tão de perto novamente, escutar sua voz no meu ouvido, eu queria TANTO que fosse ela...

Ao chegar em frente a pequena multidão ali posta, pude ver um sorriso aberto em minha direção vindo junto do tão esperado diploma, senti mãos quentes enveloparem as minhas e um perfume levemente adocicado tocar minhas narinas suavemente. Seu corpo quentinho enlaçou o meu num abraço apertado e aconchegante, deu um beijo no topo de minha cabeça em meio ao meu cabelo e sua voz tocou me ouvido.

- Meus parabéns, Hernandus! Nem imagina o quão orgulhosa estou de você. - a voz doce pronunciava.

- Obrigado, professora. - falei baixo, sentindo uma vontade absurda de chorar. Minhas emoções completamente bagunçadas dentro de mim.

- Lamento muito... - ela continuou. - Sei como gostaria que fosse ela aqui... Mas infelizmente Lita não pôde vir. - Laila proferiu, num tom levemente entristecido.

- Tudo bem... Muito obrigado de toda forma. - agradeci, sentindo seu aperto me soltar e vendo seu sorriso tentando me acalmar, retribui o favor.

Nos afastamos e fui rapidamente me sentar junto dos meus amigos, deixando-me afogar pelos meus pensamentos.

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Oii, leitores querides! Sei que já faz realmente muitos meses desde a última vez e peço verdadeiros mil perdões por toda essa demora.
Esse ano tem sido uma completa loucura e tem realmente acontecido MUITA coisa ao mesmo tempo e somente agora consegui arranjar um tempo para continuar com OC. Finalmente a história está chegando numa parte muito importante e da qual eu estava ansiosa para acontecer logo, então com certeza agora vou voltar mais brevemente assim como vocês tanto querem.

Novamente peço mil perdões por isso e por esse capítulo curtíssimo, logo voltarei com mais.
Amo vocês, por favor não desistam de nós <3

Olhos OceânicosOnde histórias criam vida. Descubra agora