-Eu não me surpreendo em te ver de novo... Não depois da história anterior, qualquer um iria querer mais, não acha? Enfim, vamos para a:
Agrizoophobia
Elizabeth nunca tinha saído de uma área urbana, sempre viveu por ali, mas por curiosidade, o interesse por florestas e zonas rurais foi crescendo mais e mais em seu coração, que aos vinte e dois anos, já estava farto daquela sensação, então a moça decidiu se aventurar pela floresta que se localizava do outro lado da cidade.
-Eu não aguento mais esse sentimento de curiosidade, eu preciso descobrir o que tem lá e por que algumas pessoas vão pra lá por vontade própria. - E foi o que ela fez, subiu em sua mobilete, girou a chave, e seguiu seu caminho até o matagal.
Elizabeth estacionou o mais perto possível daquele amontoado de árvores, desceu da moto, retirou o capacete, e avançou perante aquele vasto escuro.
Pouco a pouco, uma névoa ia crescendo na frente da mulher, até que eventualmente, a névoa se dissipasse e formasse algo como uma linha, que parecia guiar Elizabeth a algum lugar.
Quanto mais ela andava, mais seus sentidos ativavam, ela estava com medo, mas também determinada em seguir em frente para saber os segredos daquele lugar.
No fim da trilha, havia uma porta de madeira escura, com uma maçaneta redonda, dourada, e com uma fechadura bem no meio da mesma. Elizabeth, sem ressentimento algum, gira a maçaneta, e para a surpresa dela, era um vasto escuro, sem nenhum tipo de objeto ou ser vivo, dentro daquilo, e o mais surpreendente, era que vendo por fora, a floresta continuava normalmente.
Com medo daquilo, ela foi se afastando lentamente da porta, até que sentisse uma presença em suas costas, porém já era tarde de mais. Junto a uma dor e a pressão de um empurrão, ela escutou um rugido bruto, e medonho, o que apenas acrescentou para o medo da mesma, que havia caído naquela sala, que não tinha nada.
Ela estava caindo infinitamente, e com isso, a velocidade aumentava cada vez mais, até que por conta da pressão, ela acabasse por desmaiar, pensando que aquele seria seu fim...
Elizabeth abre seus olhos novamente, ela não sente dor, mas está naquela vasta escuridão novamente, só que uma coisa lhe intriga, ela consegue ver a lua, que não ilumina nada o local, contudo, é possível perceber a grama abaixo da moça.
Segundos depois, envolta de Elizabeth, surge um círculo de fogo, o que esquenta o local, e ilumina um pouco ao redor, mesmo que as únicas coisas possíveis de se ver, são seu próprio corpo e a grama deste estranho local.
Uma silhueta aparece diante do fogo, é algo grande, peludo, e quadrúpede, que, poucos momentos depois, surgem mais e mais silhuetas, uma maior que a outra, até que uma delas, dê um passo a frente e seja possível ver seu rosto, que é parecido com a de um lobo, cujo os olhos são completamente brancos e vazios, os pelos tem manchas em vermelho, e seu suspiro pode ser escutado a alguns metros de distância.
Um rugido ecoa pelo local, e um pedaço de uma silhueta muito maior aparece por alguns segundos, e desaparece levando algumas das antigas consigo, que mesmo depois do desaparecimento, é possível ver um líquido vermelho, puxado pro vinho, saindo das sombras e se dissipando em meio as chamas. Elizabeth está congelada, e acaba nem percebendo que aquela criatura havia sumido junto com o bando.
Uma silhueta diferente aparece, e em poucos segundos se revela. É algo parecido com uma raposa, porém no mínimo quatro vezes maior que a mulher, fora isso, seus dentes parecem apodrecidos assim como boa parte de seu corpo, que está quase completamente manchado pelo líquido vermelho. O monstro se aproxima de Elizabeth, que ainda não consegue se mexer, abre a boca e solta um rugido num tom pesado e ensurdecedor, que chega a tremer um pouco a visão da moça, que estava silenciosamente lacrimejando, ela já sabia que este era seu fim.
A criatura derruba ela com um coice de seu focinho, que mais parecia um chute, de tão forte. O monstro põe uma de suas patas, que tem unas extremamente afiadas, em cima do peito de Elizabeth, e começa a empurrar contra o chão. Imagine poder ouvir seus ossos se quebrando pouco a pouco, ao mesmo tempo de sentir uma dor equivalente a de um tiro, porém continuamente. A moça consegue sentir seus ossos encostando seus órgãos, que eventualmente acabam por furar os pulmões e o pâncreas, assim fazendo com que ela puxasse o ar, porém continuasse com a sensação de estar segurando a respiração. Pouco antes de finalmente sucumbir e terminar com esse sofrimento, uma única palavra surge em sua mente...Agrizoophobia
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Angústia | Contos De Terror
De Todo"Angústia" é um livro em que cada capítulo é um conto diferente, em cada um deles você pode presenciar cada tipo de fobia ou medo, bem na sua frente.