-Você gosta mesmo das minhas histórias, não é? Bom, a culpa não é sua, eu também adoro elas! - O homem ri, e continua sua fala - Esta história é um tanto quanto desesperadora, ela se chama:
Claustrofobia
Em uma bela manhã, Pedro acorda, e como de costume, escova seus dentes, faz seus alongamentos, prepara um café da manha, e com muita alegria, sai de sua casa a caminho da sua escola.
O dia está bonito, e a escola aparenta estar mais apreensiva do que nos outros dias.
A aula está totalmente normal, e incrivelmente, não tem ninguém conversando durante a explicação da professora, algo raro pra aquela turma. A professora explica com felicidade no olhar:
-Vocês sabiam que existe uma velocidade mais rápida que a da luz? Um exemplo dela, é que, se você dividir um fótum em dois, a metade um do mesmo irá permanecer na direção contrária da metade dois. Então, se a segunda metade estiver na ponta do universo, a primeira irá instantâneamente para a direção contrária, quase como um teletrasporte!
O sinal finalmente toca, e os alunos são liberados. Para nós se passaram só alguns segundos, mas para o menino, várias horas.
Pedro começa a caminhar em direção a sua residência, e estranhamente, as ruas estão desertas.
O menino segue um pouco adiante e começa a ficar cada vez mais escuro, até que ele não consiga ver nada, e antes que pudesse sentir qualquer coisa, Pedro desmaia...
-Mas que coisa é essa? Eu... Meus braços? - Sussura Pedro após abrir seus olhos - Quem...
-Eu, gracinha!
Diante das sombrar que dominavam o local, um homem com dentes afiados, um sorriso maléfico, e pernas compridas e finas, aparece e pergunta para Pedro:
-Você tem algum problema com esta sala?
-Sim, eu tenho, quem é você?
-Você não precisa saber disso, descobrirá no paraíso.
-Paraíso?
-É pra onde as pessoas vão quando morrem. - O homem completa com uma risada alta e aguda.
Pedro está em choque, preso a uma cadeira, e com uma pequena fonte de luz, mas mesmo nestas condições, ele tenta gritar por ajuda:
-SOCORRO! ALGUÉM POR FAVOR, EU NÃO QUERO MORRER, ELE É MALUCO! - O garoto, cercado pelo desespero, começa a cair em lágrimas.
-Vou te deixar sozinho com a sala, ela quer te fazer algo especial... - O homem desaparece novamente.
Poucos momentos depois, é possível perceber o formato de um cubo, porém da perspectiva de dentro, e para piorar, Pedro começa a sentir o local extremamente abafado após se acalmar um pouco.
As paredes parecem cada vez mais próximas, "Eu devo estar louco, é só isso" imagina o garoto, que poucos minutos depois volta ao desespero, pois as paredes estão ainda mais perto, e vão cada vez mais enlouquecendo o rapaz, que já mal consegue respirar devido ao fato do lugar ser completamente fechado.
Pedro começa a sentir a parede gelada encostando seu corpo, chegando a um momento em que todo seu corpo está sendo pressionado cada vez mais e mais. O oxigênio já não está mais presente na sala, e o menino na tentativa de respirar, faz força para puxar ar, e acaba acelerando sua própria morte. O rapaz começa a ser esmagado, seu pé está deslocado devido mal posicionamento, e uma parte de sua perna já foi quebrada, a dor começa a se espalhar mais ainda quando ele tenta se mexer, ou fazer força para escapar dali. Ele consegue sentir todas as suas costelas rachando pouco a pouco até quase virarem pó.
A visão de pedro está turva e embaçada, pouco a pouco, Pedro consegue ver vários pedaços fragmentados de sua vida passando diante de seus olhos, e no final disso tudo, quase como os créditos de um filme, ele consegue ver apenas uma coisa:Agradecimentos Especiais para:
Claustrofobia
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Angústia | Contos De Terror
De Todo"Angústia" é um livro em que cada capítulo é um conto diferente, em cada um deles você pode presenciar cada tipo de fobia ou medo, bem na sua frente.