Enfim, Você

Tomando na Cara

***Atenção!!!! Se ainda não conhece a música da capa, ouve, é muito boa e fofinha. Ok, agora já pode começar a leitura. Era só isso mesmo. 😝😝***

Uma das piores noites de sono que tive, se é que posso chamar assim, ja que não consegui dormir, não parei de pensar na traição do Paulo com a Barbara, minha cabeça latejava, as lágrimas escorriam involuntariamente, aquela foto não saia da minha cabeça, todas as vezes que pensei pegar no sono, sonhei com coisas ruins, resumindo, minha mente estava perturbada. Não só a minha, algo parecia incomodar a Olívia, pois passou a noite se revirando na cama, inquieta.

Inventei de dormir quando já era hora de acordar, parece que cochilei por 20 minutos e o despertador do meu celular tocou. Permaneci de olhos fechados, na verdade eu não conseguia abrir eles, de tão cansada que eu estava.

Passando alguns minutos, ouvi batidas na porta.

-Laura? - Minha mãe entrou no quarto devagar.

- Oi, mãe. - Respondi me sentando no colchão e enfim notando que eu estava sozinha, Olívia já não estava em sua cama, e eu não vi ela saindo do quarto.

- Você quer ficar em casa hoje? Podemos assistir algum filme... - Falou cautelosamente.

- Eu estou bem mãe, eu surtei ontem porque estou de tpm, e porque... - Fiz uma pausa pensando se deveria ou não contar a ela sobre o término do meu namoro.

Enquanto eu tentava raciocinar, ela se ajoelhou no meu colchão e me puxou para um abraço apertado. Eu afundei meu rosto em seu peito enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto, e sua mão acariciava meu cabelo.

- Eu sei que você não queria vir, eu só queria o melhor pra você, pensei que isso fosse o melhor. Eu sei que fui egoísta te trazendo pra cá contra sua vontade. - Sua voz era trêmula.

- Não mãe, a culpa não é sua, de verdade, ontem eu estava mal, porque eu e o Paulo terminamos, definitivamente. - Falei enquanto me afastava do seu peito para olhar em seu rosto de culpa. - Nós decidimos que não daria para levar o relacionamento, e que seria mais fácil para nós dois terminarmos agora.

- Laura, me perdoa, filha... Eu acabei com o seu relacionamento para que o meu desse certo. - Minha mãe começou a chorar enquanto tentava esconder o rosto avermelhado em suas mãos.

- Mãe, para de chorar, ele não valia a pena. Eu estou bem aliviada por estar aqui com você. -Dessa vez fui eu quem a puxou para um abraço, e ficamos assim por alguns longos minutos, sem dizer absolutamente nada.

Acho que nós duas precisávamos desse momento, eu precisava desabafar sobre um dos meus problemas, mesmo precisando omitir alguns detalhes, me senti mais aliviada, e ela precisava saber que nada do que eu estava sentindo era culpa dela.

Sendo otimista, foi muito bom estar longe de tudo, se eu não tivesse vindo pra cá, até quando meu relacionamento com o Paulo seria uma mentira? Ou as minhas falsas amizades? É como aquele velho ditado:
"Há males que vem para o bem."

- E então? Que filme você vai querer assistir? - Disse minha mãe findando nosso abraço.

- Por mais que eu queira muito ficar e assistir um filme com você, eu tenho mesmo que ir para a escola. Não quero ficar atrasada com as matérias, além de que, eu já estou meio perdida. - Falei enquanto me levantava para me arrumar.

- Então é melhor se esforçar, se você reprovar em alguma matéria vai ter que ir para a escola nas férias de verão, em julho. -Disse dando uma risadinha fraca.

- Quê?! - Como assim ir para a escola nas férias? Eu realmente estava indignada só de pensar, o próprio nome ja diz, Férias.

- Você está no seu segundo dia, Laura, pelo amor de Deus. - Disse ela se levantando do colchão, e caminhando em direção a porta.