Capítulo 3: 27 filhos

1.5K 73 13
                                    

O ambiente no auditório estava pesado com a revelação do filho de Nazi, mas Brasil, sempre com um ar amistoso, tentou quebrar a tensão.

— Parabéns, Nazi. O importante é que você está feliz com seu filho e seu casamento — disse Brasil, sua voz suave e sincera. No entanto, seus olhos traíam um sentimento diferente. Nazi percebeu algo que não esperava: tristeza... e talvez um pouco de culpa?

Nazi, ainda se recuperando da enxurrada de emoções e revelações sobre seu futuro, apenas assentiu, mas a expressão de Brasil ficou gravada em sua mente.

Antes que pudesse refletir mais, ONU interveio, sua voz cortando o murmúrio no ar.

— Bem, agora que já falamos sobre o futuro de Nazi, vamos focar em outro país que, no futuro, é um dos mais badalados: Brasil. — Todos os olhares se voltaram para o brasileiro, que parecia surpreso. — Brasil, por favor, poderia se juntar a mim e a Reich no palco para falarmos sobre você no futuro?

Brasil hesitou por um momento, claramente relutante em se expor ainda mais, mas acabou caminhando em direção ao palco. Ele se posicionou ao lado de Nazi, que o observava com uma mistura de curiosidade e solidariedade.

ONU sorriu, um brilho quase brincalhão nos olhos, e levantou a mão.

— Agora, vamos ver a foto mais recente que temos de você... do ano de 2024.

A sala explodiu em murmúrios. O ano era 1900, e a ideia de que a imagem a ser exibida tivesse 124 anos de diferença era surreal. Todos ficaram em um silêncio incrédulo, os olhos fixos na tela à espera do que viria a seguir.

Quando a imagem apareceu, um suspiro coletivo tomou conta da sala. Brasil, agora mais velho, estava na tela. Seus cabelos longos, presos em um rabo de cavalo alto, caíam sobre seus ombros. Seu corpo estava visivelmente mais forte, musculoso e bronzeado, e ele não usava camisa, revelando uma pele marcada por desenhos, tatuagens que cobriam parte do braço e do peitoral. Usava uma bermuda de praia preta e estranhos óculos de lentes escuras, o que lhe dava uma aparência moderna e enigmática.

O próprio Brasil olhou para a imagem com os olhos arregalados, incapaz de esconder o espanto.

— O que são essas marcas no meu braço e peitoral? — perguntou, admirado, enquanto examinava a foto mais de perto. Seu tom era de curiosidade genuína, como se ele mal reconhecesse a pessoa que via.

Nazi, ao seu lado, permaneceu boquiaberto. O amigo que conhecia parecia tão distante daquele homem maduro e confiante da imagem. Ele tentou articular alguma palavra, mas nada saiu. Ao redor, alguns suspiros podiam ser ouvidos. Alguns presentes estavam impressionados, outros pareciam intimidados, e outros ainda olhavam para Brasil com um fascínio quase irreconhecível.

ONU, percebendo o impacto que a imagem causara, manteve seu sorriso enigmático.

— Essas são tatuagens, Brasil — disse ele, respondendo à pergunta do jovem. — No futuro, elas são comuns, representando muitas coisas: histórias, identidades, lutas e, às vezes, pura estética. Aquele é você, no auge de sua juventude em 2024, uma época de grandes transformações.

O Brasil mais jovem ficou em silêncio, refletindo sobre a imagem, tentando processar o fato de que, em mais de um século, ele se tornaria alguém tão diferente e, ao mesmo tempo, tão ele mesmo. Nazi o observava, compartilhando do espanto e da reverência que todos sentiam.

- Agora- disse ONU com um olhar malicioso- Vamos ver mais uma foto do Brasil.

Havia um brilho de curiosidade no ar. Nazi, sempre inquieto, não conseguiu conter a pergunta ao ver a nova imagem projetada diante deles. A cena revelava algo surpreendente: Brasil estava sendo levantado por vários jovens. Suas expressões de força e alegria contrastavam com a suavidade da imagem anterior, onde o brilho único do Brasil já havia encantado a todos. Mas agora, a surpresa não era apenas sua beleza, mas a diversidade dos que o cercavam.

Brasil, sempre altivo e imponente, estava cercado por jovens que, à primeira vista, pareciam vir de todas as partes do mundo. Havia diferentes cores de pele, cabelos de diversos formatos, olhares que transmitiam uma rica variedade de histórias. Alguns pareciam mais velhos, com traços de sabedoria precoce, outros tinham aquela chama juvenil de quem está apenas começando a trilhar seu caminho. Mas, apesar de todas as diferenças, havia algo em comum: o brilho no olhar e a maneira afetuosa com que todos pareciam amar o brasileiro.

- Quem são esses jovens? - perguntou Nazi, os olhos arregalados, absorvendo cada detalhe da cena.

ONU, sempre sereno e enigmático, esboçou um sorriso doce. Seus olhos brilharam como se estivesse prestes a revelar um segredo guardado há muito tempo.

- Esses - ele respondeu com uma tranquilidade que soava como uma canção suave - são os 27 filhos do Brasil.

Nazi franziu a testa, confuso, sem entender a magnitude da resposta.

Filhos do Brasil? Como assim?


























Contínua...?

Um Futuro Improvável Onde histórias criam vida. Descubra agora