Another mission

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Muito trabalho surgira para os Vingadores, na semana que se seguiu; analisar e cruzar os dados de Nuremberg, rastreando origens de transmissões, servidores de computador, cargas recebidas e pessoas contratadas tomava praticamente 24 horas de seus dias, mesmo com a abençoada ajuda constante de Jarvis.

            Para Natasha, o trabalho assumia conotação extremamente pessoal: sentia-se responsável por não ter investigado as ações a respeito das informações que roubara, na primeira vez, e saber sobre todos os experimentos conduzidos naquela unidade, e depois em outras pelo mundo, aumentavam sua determinação em ir até o fundo naquilo. Cada vez que a contagem de mortos aumentava, os colegas percebiam o aumento da tensão no ânimo da amiga, que sequer respeitara – como todos já esperavam – os quatro dias de repouso para virar noites atrás de informações. E tão logo seu corpo se recompôs, assumiu outra vez missões de campo. Não lhe faltavam nomes dos quais ir atrás, mesmo na América.

            Com dez dias de procura, a pesquisa os levara a Izmar Von Hecker, geneticista, supervisor da unidade de Nuremberg. Possuía pelo menos uma dúzia de ajudantes em suas pesquisas com aprimoramento genético, e era um jovem prodígio que mal atingira os 40 anos. Assim, Hidra o cooptara e lhe dera a unidade de Nuremberg para conduzir seus experimentos em cobaias humanas... Dez dias atrás, quando Natasha e Clint “desativaram” – melhor dizendo, explodiram – a instalação, o cientista encontrava-se no Canadá, em viagem de fins não declarados. Rastrear seu paradeiro foi um passo simples, e logo a equipe sabia que Hecker se encontrava agora em território estadunidense, oficialmente em “visitas a amigos”, e fora convidado a um baile de gala dado para a alta sociedade por Guillaume LaRoche, um membro do alto escalão da HIDRA, ex-agente da SHIELD.

            - Incrível! – protestou Steve, ao ler a última ficha. – Esses caras foram expostos para o mundo inteiro, e continuam agindo como se nada...

            - Nós também somos ex-agentes da SHIELD, Rogers. – Respondeu Clint, concentrado nas anotações que fizera. – Alegar inocência é simples, e todos são inocentes até que provem o contrário. Serão anos até que se prove quem é quem, e os culpados sejam presos.

            - A menos que nós façamos o serviço sujo, claro. – Completou Natasha, virando uma página ao mesmo tempo em que ampliava a holo à sua frente. – Que é, em resumo, o que estamos fazendo, agora.

            - Impressionante como você se sente confortável em fazer absolutamente tudo, Natalia. – Comentou Tony. – Sua consciência não pesa nem um pouco?

            - Não quando estou acordada. E pela quantidade de álcool que ingere ultimamente, Anthony, eu diria que você tem mais problemas com seu passado, do que eu com minha profissão. – Respondeu a agente, sem emoção na voz. – Se lhe interessa, até onde sei, destruir os próprios neurônios apenas piora o quadro.

            - Você às vezes pede por essas, Tony. – Sussurrou Banner. – Por que precisa alfinetar toda a equipe?

             O Homem de Ferro deu de ombros, mas Natasha o compreendia: Tony era um ansioso crônico. Sentia coisas demais, carregava coisas demais; ele não fora criado para ser um herói ou agente, e o que fazia era por pura iniciativa própria, desejo de tornar o mundo um lugar ao menos um pouco mais seguro, e de se redimir pelo passado. Ela o admirava por tal vontade, mas via que o peso de ser um “herói”, somando-se às culpas pelos males que as indústrias herdadas do pai haviam causado, além do Transtorno de Estresse-Pós-Traumático gerado pelo sequestro, formavam uma situação na qual os sentimentos de Stark eram uma constante caldeira em ebulição, cuja válvula de escape era arrancar reações dos outros como um modo de projetar a própria frustração e incerteza, para não as demonstrar ele mesmo.

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⏰ Última atualização: Apr 26, 2021 ⏰

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