Capítulo 2

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Novamente fiquei sem ar. Eu não sabia se caminhava até ele ou se o deixava curtir. Nós não éramos nada um do outro, então eu não poderia impedi-lo de ficar com ninguém. E vamos combinar que Charlie parecia ser aqueles caras mulherengos que por onde passa, fica com uma mulher bonita. 

Pensei em procurar um lugar para sentar e sair dali antes que ele me visse o observando. Mas eu estava petrificada ao ver aquela cena. Três mulheres ao seu redor, uma sentada em seu colo e as outras duas penduradas no seu pescoço. Ele parecia calmo, falando alguma coisa que as faziam rir. Estava na cara que elas queriam que ele as levassem para cama e ele com certeza adoraria ter uma aventura a quatro. Minha mente começou a imaginar essa aventura, me deixando totalmente com ciúmes, zangada e triste ao mesmo tempo. Era para ele ter vindo ao Brasil para transar comigo e não com essas mulheres que ele nem conhece. Pare de pensar nisso, Giovanna. Me repreendi e no mesmo instante em que pensei em arrumar um lugar bem longe dali, Charlie se levantou e me puxou para si. 

- Desculpa, garotas. Mas hoje eu estou com ela. Não posso ficar com vocês. - Ele se dirigiu as três mulheres e elas me olharam de cima a baixo, me deixando desconfortável. Charlie percebeu isso e me abraçou, tentando me reconfortar. - Talvez uma próxima. - Ele disse a elas e no mesmo instante bufaram e foram embora. - Por que nós não vamos para a ala vip? - Ele sugeriu após me dar um beijo na bochecha, me fazendo sorrir. 

- Não precisamos disso, Charlie. - Comentei, mas ele me ignorou, me puxando e nos levando até aonde acertava o pagamento da área vip. Eu comecei a falar vários motivos para ele não precisar gastar dinheiro com isso, até eu olhar para trás e ver um cara conhecido dançando com mais dois outros homens.  - Quer saber? Vamos logo para essa ala. - Falei, concordando com ele. 

- Por que mudou de ideia e ficou tão tensa de repente? - Ele segurava minha mão, que agora suava por conta do nervosismo de encontrar meu ex naquele lugar. 

Pensei no que responder. Ao mesmo tempo que eu não queria admitir que ainda sentia coisas nada agradáveis quando via o meu ex, eu não queria mentir para Charlie. Refleti sobre isso por alguns segundos e por fim decidi contar a verdade.

- Acabo de ver meu ex ali dançando. - Falei apontando discretamente para ele.

- Que tipo de ex ele é? - Ele me perguntou curioso. Como estávamos em uma balada, era difícil ficar conversando, por conta do som. Então eu apenas resumi a história.

- Resumindo, nós éramos melhores amigos que acabamos transando algumas vezes e ele se cansou de mim e me deixou no passado como se eu nunca tivesse significado nada. - Para minha surpresa, Charlie deu um sorriso malicioso ao ouvir aquilo e eu franzi a testa, sem entender nada.

- Vai lá cumprimentar ele então. - Ele falou com naturalidade. Com seus lábios quase grudados ao meu ouvido, continuou.  - Mostre o que ele perdeu. - Um calor imenso tomou conta de mim e eu só queria beijar Charlie. Olhei em seu olhos azuis e desci meu olhar para sua boca. Estava entreaberta, muito convidativa.

- Eu não posso fazer isso. Faz tempo que não nos falamos. A gente finge que o outro não existe. - Falei, tentando argumentar que não seria uma boa ideia.

- Gi, você está linda. Nada mais prazeroso para você do que mostrar a ele o que ele perdeu. Deixe ele louco por você e depois vá embora e volte para mim. - Ele comentou com um sorriso nos lábios.

Inesperadamente uma coragem tomou conta de mim e eu aceitei a ideia de Charlie. Respirei fundo e ajeitei minha roupa antes de ir em direção ao meu ex.

- Oi, Vitor. - Falei ao me aproximar dele. Vitor se virou para mim com uma cara de espanto. Surpreso por eu estar ali.

- Você em uma balada? - Ele perguntou, me cumprimentando com um beijo na bochecha.

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