André Ventura e João Ferreira - E depois das eleições?

Capítulo 1 - O reencontro

Ventura acordou de manhã, olhou para o relógio e acariciou o seu mein kampf. 
Levantou-se para fazer a sua higiene pessoal e seguiu para tomar o seu café da manhã, sozinho, como homem independente que é. 

Do outro lado da cidade, num motel após uma noite de sexo selvagem com um homem e uma mulher que conheceu na noite, João Ferreira sai para fumar e beber café. 

João entra no café com a tshirt branca da noite anterior e uns calções justos e vê o seu opositor sentado numa mesa sozinho. 

André está calmo e pleno, conseguiu arranjar alguns membros da comunidade cigana que são a seu favor para ir à manifestação de sábado, a vida sorriu-lhe, olha para cima e vê-lo, a João Ferreira, com um estampado de Karl Marx na camisola, a sorrir para ele, o tempo parou. Ventura nunca pensou que um sorriso pudesse ter sobre ele tamanho efeito, sentiu algo na sua barriga, seriam borboletas ou fome?

 - Olá, bom dia camarada- diz Ferreira com um brilho especial no olhos, como se para o pôr do sol estivesse a um toque de distância.

- Camarada é a tua mãe - respondeu, assertivamente Ventura, "é a tua mãe a sério que foi isso que disseste André?" pensa para si... -Que fazes por aqui comuna?

-Cheguei a Lisboa ontem, precisava de tomar pequeno almoço sabes, tive uma daquelas noites...- responde Ferreira, a pensar na louca noite anterior- há sempre espaço para ti se quiseres vir um dia destes...- diz a rir-se pois sabe que de apenas uma piada se trata.

-Vou considerar, talvez para chamar a polícia devido aos vossos comportamentos, drogas  e prostituição, homossexualismos, enfim...

-Não foi isso que disseste depois da noite que passamos depois das eleições...- atira-lhe Ferreira à cara.

-Pensei que tínhamos concordado em NUNCA mais falar disso!

-Já te disse André, é só mandar mensagem, não precisas de falar, apesar de teres sido bastante vocal- 

-PARA!- corta André de repente a chamar alguma atenção para eles dentro do café- Eu vou me embora- pousa uma nota de 100 euros na mesa- Serve-te, por minha conta, até nunca.

-Adeus André- diz Ferreira num sussurro enquanto vê, mais uma vez, André a sair porta fora, abandonando-o mais uma vez.

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