Capítulo 4 - Ventira (Vent[ura] + [ferre]ira)

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André sabe que estes sentimentos que tem pelo João são errados... Não se deve deitar como outro homem, é o que diz na bíblia, porém isso já aconteceu, apesar de não ter passado assim tanto tempo deitado nessa noite... 
Agora Ventura apenas espera por João Ferreira chegar ao seu apartamento, combinaram por mensagem que João iria ter com ele pois André estava bastante stressado com tudo o que se estava a passar... Marcelo era um dos seus, homem, branco... com uma pequena homofobia leve que apenas lhe dava um pouco mais de personalidade diriam muitos... Nunca passou pela cabeça de André mandar matar alguém que não fizesse parte de uma minoria... Já tentou ponderar, "mas ele era velho"mas sentia que Marcelo com aquele corpito estava na flor da idade... 
Os melhores vão sempre mais cedo, e morreu sem André nunca poder lhe ter dito o quanto o queriar papar por tr----

Toca a campainha...

- Olá, posso entrar? - pergunta Ferreira...

André não o deixa responder apenas se atira e joga-se nos braços fortes de João e chora, encostado a ele, como nunca chorou antes, como se tivesse guardado todas as lágrimas de macho oprimido no coração.
João consegue continuar a andar um pouco e fecha a porta com o pé.

- Eu sei que não foste tu André... - Acaricia a face de Ventura

- Tira a mão da minha cara paneleiro - soluça André, apesar de se encontrar enterrado contra o peitoral de João.

João ri-se.

- Recebi uma ameaça João não sei que fazer... Aposto que foram os ciganos...- diz ainda a chorar.

João pressiona os seus lábios contra a testa de André e com uma voz serena e firme diz:

- Nós, juntos, vamos descobrir o que aconteceu, juro pela alma dos meus camaradas do proletariado . 

André sem força apenas diz que sim com a cabeça e naquele momento decide...




Vai entregar a demissão ao Chega.

André Ventura e João Ferreira -  E depois das eleições?Onde histórias criam vida. Descubra agora