This is not Betrayal (Polyspace) (Quinnarycato) (Quinnary, Quinncato, Garycato)

.4.

Quinn nunca teve tempo de se concentrar em um relacionamento amoroso. Ela sempre focava em se tornar uma boa Guarda Infinity e cuidar de sua irmã. Depois que foi resgatada por um loiro histérico e totalmente imprevisível, ela não tinha nada em mente além de salvar a Terra de ser destruída.

Embora a pessoa que estivesse sempre tentando chamar sua atenção fosse Gary, ela não pôde evitar reparar no ventrexiano mal-humorado que estava sempre perto dele. Avocato tinha um bom físico e aparentava ser bem treinado e ter experiência, embora seu QI não parecesse ter mais que dois pontos acima que o de Gary, já que ele decidiu ir atrás de seu filho sem ninguém mais que o loiro desmiolado e algumas armas. O que resultou em sua morte, obviamente.

Quinn havia perdido a simpatia por ele no momento em que o felino havia apontado uma arma para seu rosto, mas após ter passado o que pensava que seriam os últimos momentos de sua vida em sua companhia, assim como a de toda a equipe-esquadrão, ela tinha começado a desenvolver alguma afinidade por ele novamente.

Descobrir que ele sentia atração pela pessoa com que ela recentemente havia começado a sair não foi das situações mais confortáveis, mas nada que ela não conseguisse lidar da maneira mais sensata e racional possível. Maneira essa que ela julgou ser ignorar a situação e deixar as coisas como estão a não ser que elas evoluam para um nível incômodo.

Mas, e se não fosse? E se a melhor opção fosse equilibrar as coisas de maneira que ficasse confortável, talvez até agradável, para os três?

- E o que você respondeu? - Ela perguntou, olhando nos olhos do felino, demonstrando que sua estatura não a afetava.

- O óbvio. - Avocato a olhou de baixo a cima - Você não faz meu tipo. - O ventrexiano se virou, se afastando.

"Toda aquela aproximação repentina era mesmo necessária?", Quinn pensou.

- Tem certeza? - Ela perguntou, tentando soar tão desinteressada quanto o felino. Avocato, que já estava pronto para subir na nave, se virou para ela, abaixando uma das orelhas em confusão.

- O que  quer dizer com isso? - O ventrexiano perguntou, intrigado.

- Bem, eu estive pensando no que Little Cato disse e, você acredite ou não, considerando todas as opções, consequências e resultados, não para ser uma má ideia.

Avocato mal podia processar as palavras que saiam da boca de Quinn.

- Você está dizendo o que eu acho que você está dizendo? - Ele perguntou.

- Sim, se o que você acha que eu estou dizendo for o que eu acho que você acha que eu estou dizendo. - Ela disse, sorrindo para o ventrexiano que também riu do comentário confuso. Algo bobo que Quinn certamente havia aprendido com Gary. - O que me diz?

O sorriso se desvaneceu e ele assumiu uma postura séria e pensativa. Aquela podia ser sua única chance de ser mais que um amigo para Gary e Quinn não seria um obstáculo. Na verdade, ela seria uma aliada. Aparentemente, não havia desvantagens.

- Eu topo. - Ele disse, em tom baixo.

- O que disse?

- Eu disse que topo. - Ele afirmou, confiante - Mas vejo várias falhas em seu raciocínio.

- Ah, sim? E quais seriam? - Ela perguntou, içando uma sobrancelha, intrigada.

- Bem, Gary está loucamente apaixonado por você e acho difícil que ele despertaria interesse por outra pessoa. E depois, ele me considera um de seus amigos mais próximos. Duvido que ele pudesse vir a me ver de outra forma. - As orelhas e cauda de Avocato de abaixaram, melancolicamente, admitir tudo aquilo em voz alta, pela primeira vez, o fez perceber como conquistar Gary parecia impossível.

- Bem, Gary certamente tem uma atenção especial por mim, mas não acho que seus sentimentos sejam tão restritos. E mais, não me orgulho de admitir, mas você tem uma aparência perfeita e habilidades impressionantes. Gary apenas nunca parou para reparar nisso, se começarmos a exaltá-las, é só uma questão de tempo até conseguirmos a atenção dele.

- Mas e se ele...

- Sei o que vai dizer e NÃO. você não seria o primeiro homem da vida dele, então, é só uma questão de planejamento para alcançarmos nosso objetivo.

- Uau. Isso é assustador. Tenho medo de perguntar o quão fundo você investigou.

- Não muito. - Quinn riu. - Esse tipo de coisa Gary comenta em uma conversa rotineira.

- Ainda assim, fico feliz que estamos do mesmo lado. - Avocato disse com falso tom de insegurança, causando risadinhas na morena e rindo logo em seguida também.

Eles compartilharam de um momento de silêncio confortável antes do ventrexiano cortar o clima limpando a garganta.

- Bem, eu tenho que ir resolver um assunto, podemos conversar sobre isso quando eu voltar... Se você não tiver mudado de ideia. - Ele revirou os olhos, se preparando para subir na nave.

- Não se preocupe com isso. Em anos, a primeira pessoa que me fez mudar de ideia sobre alguma coisa foi Gary. - Quinn sorriu.

- Igualmente. - Avocato disse, quase involuntariamente, sentindo obrigação de contemplar tudo que tinha relação com o loiro.

Ele entrou na nave e Quinn saiu a procura de Gary. Ela estava refletndo se deveria contar sua "decisão" para ele ou esperar que ele descubra. Talvez ela sugerisse isso e Gary fosse realmente incapaz de se apaixonar por Avocato, o que deixaria o clima estranho entre os três. Não... Era melhor manter isso em segredo.

Aliás, o que ela estava fazendo era pelos três. Não por apenas um. Não há nada de errado nisso.

Isso não é traição...

- Ei, Gary. - Little Cato chamou.

- Sim? - O mencionado respondeu.

- Quantos filhos você quer ter? - A pergunta pegou o loiro de surpresa, mas ele sorriu para o menor para responder.

- Você já quer ser irmão mais velho? - Ele brincou, bagunçando seu cabelo.

- Ei,