𝑌𝑜𝑢 𝑔𝑜𝑛𝑛𝑎 𝑏𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑒.

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Uma semana depois do ocorrido, Amélia abre os olhos naquela cama fria, observando a claridade que entrava pela fresta da porta.

Se levantando rapidamente, ela segue em rumo ao andar de baixo. Era estranho que, olhando pela janela, poderia dizer que ja era mais ou menos onze da manhã, porém não havia ninguém acordado na casa.

-Pai?- Ela chama, ao reconhecer a figura que se encontrava em pé e de costas na sala.

-Olha só!- Ele se vira, a observando com seus olhos azuis bem claros, ajeitando os fios de seu cabelo moreno. Sua semelhança com Derek era muito aparente- Você cresceu tanto, pequena Amy... Estive te acompanhando esse tempo todo.

-Você quer dizer...que sempre esteve aqui?- Ela pergunta, se aproximando.

- Vi você crescer, filha. Não como eu queria... Não pude estar lá. Não te impedi quando pegou na Oxicodona pela primeira vez.- O rapaz abaixa a cabeça.- Não estive la quando você pegou na tequila pela primeira vez.

- Eu me tornei fraca... O Derek... Ele me tornou mais forte. Ele é um bom irmão, pai... - Ela sorri de lado, emocionada com a presença do moreno, que era tão parecido com seu irmão.

-Eu sei. Amei vocês até meu ultimo suspiro... Naquela loja.

-Queria ir até você. Juro que queria ajudar... Mas...

-Você não conseguia. E foi melhor assim. Você teria sido machucada também.- Ele se aproxima, olhando o relógio como se estivesse com pressa.- Sabe a coisa mais difícil em ver vocês crescendo? É ver que você conseguiu crescer sem mim. O Derek cresceu sem mim. Vocês se tornaram cirurgiões incríveis e pais maravilhosos... Sem precisar de mim. Sem precisar de um pai. Ja Liz, Kathleen e Nancy ... Elas são amargas.

-Mamãe também era muito exigente. Quem me criou foi o Derek... Ele é paciente. Ele esteve comigo como um pai.- Ela diz, fazendo o pai sorrir com o sentimento de que fez um bom trabalho.

-Tenho muito orgulho da mulher e da cirurgiã que você se tornou, meu pequeno unicórnio.- O Shepherd mais velho resmunga, atento ao sorriso da mulher.

- Ficou sabendo?

-Do Christopher? Sim. Ele é uma alma tão pura... Tão parecido com o Scout. É uma pena que ele não pode crescer junto com o seu pequeno. Sabe? Eu mimaria tanto meu neto, se pudesse conhecê-lo. Ele é tão bonitinho. Tem o seu rostinho angelical de quando era bebê.

-Então você está mesmo sabendo de tudo...- Ela abaixa a cabeça.

-Amelia... Se eu...pudesse, chamaria esse Lincoln para uma conversinha.- Ele diz, dando ênfase na palavra, como se estivesse se referindo a outra coisa.- Luta por isso. Pelo seu filho. Pelo seus filhos.- O homem se aproxima o suficiente para repousar a mão na barriga da filha.- Sinto sua falta, pequena.

-Acredite em mim. Não tem um minuto... De toda a minha vida... Que eu não tenha pensado em você.-Ela fala, observando atentamente cada detalhe do rosto do rapaz.

-Você precisa ir. Tem que descansar antes da audiência com o juiz hoje.- Ele resmunga, com uma lagrima escorrendo de seu rosto.

-Porque? Você ja sabe o que vai acontecer?

-Sei.- Ele se mantém alheio ao assunto, já que sabia qual era a proxima pergunta.

-E o que vai ser? Vou poder ficar com meu filho? Vou poder cuidar dele? Para sempre?- Ela pergunta, seguindo o pai que agora andava em círculos pela sala.

-Você precisa ir, Amelia! Agora!- Ele diz alto e autoritário.- Não posso te contar o futuro. Você pode descobrir sozinha.

-Tudo bem...- Ela resmunga, ainda achando estranho, estar conversando com um homem morto.- Até mais, pai... Espero te ver mais vezes. Eu...amo você.- Ela se vira, voltando para as escadas.

-Também te amo, minha Amy.- Ele diz, mais como um sopro, com uma voz angelical... Soava como musica ao ouvido da Shepherd.- Uma ultima coisa... Pare com isso. Chega de drogas, Amélia. Chega de bebidas. Você precisa cuidar dos seus filhos. Precisa se cuidar... Precisa se cuidar do jeito que a loira cuida do seu irmão e dos filhinhos deles. Precisa ser forte.

-Serei!- Ela grita do topo da escada, e vai em direção ao seu quarto.

Passando pelo corredor, com as portas abertas, ela pode ver Meredith e Derek repousando em um quarto. Ele estava agarrado á cintura dela, enquanto ela dormia tranquilamente, de costas para ele.

No quarto ao lado, quatro crianças dormiam calmas, cada uma com um jeitinho diferente... Era essa paz que ela queria agora.

Entrando no seu quarto, pode ver a si mesma descansando na cama. Ela podia se ver! Era como se... Seu corpo tivesse se separado de sua alma.

Em um pulo, era como se sua alma voltasse para o corpo.

Ela acorda assustada, corpo suado e o coração batendo acelerado... Havia tido uma progestão astral.

𝑴𝒆𝒎𝒐𝒓𝒊𝒆𝒔 𝑩𝒓𝒊𝒏𝒈 𝑩𝒂𝒄𝒌 𝒀𝒐𝒖- ❁𝐴𝑚𝑒𝑙𝑖𝑛𝑘❁Onde histórias criam vida. Descubra agora