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Quando digo que ela é caos,
não é poesia.

Uma guerra dentro dela.

Uma calma que transparece.

Tão quente quanto um dia de verão,
e mesmo assim,
tão fria quanto um iceberg.

Talvez por isso ela seja tão enigmática...

Um corpo quente para um coração gelado.

Sua maior conquista, sua pior ruína;
depende do dia.

Amada e odiada;
depende da ocasião.

Ela marcará sua vida
tão profundo quanto uma cicatriz.

Você irá jurar que vai esquecê-la,
que vai deixar de amá-la,
mas ela lhe assombrará para sempre.

Não sei se ela faz de propósito,

Se já nasceu assim,

Ou apenas se transformou.

Não deixa de ser um mistério.

O que posso fazer é observa-la,
anotando sua trajetória
cuidadosamente para não notar-me.

Será que já me perdi em sua loucura?

Tanto tempo lhe vendo.

Ora amando,

Ora odiando.

Difícil dizer.

Quando o dia chega ao fim, ela deita em sua cama e repassa tudo o que aconteceu.

Nos piores dias

As lembranças vêm.

É quando ela some.

E ao voltar, nunca sei qual delas vem junto.

Às vezes ela sai e fica dias fora.

Nesses dias eu tenho esperanças.

O caderno não é aberto,

O lápis não é tocado

E a borracha não é gasta.

Mas de repente ela entra abruptamente e bate a porta.

Então eu escrevo enquanto ela enche o lugar de água.

É refrescante.

Ela nota que está sendo observada,

Porém ignora.

Nunca se cansa de ser inconstante.

Isso a torna quem é.

Um grande defeito que não abandona;
te seduz
e vai embora.

Sempre impermanente.

SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora