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Acho que fiz das minhas madrugadas uma festa.

Todas as noites a insônia, a solidão e a saudade aparecem.

A insônia é aquela que conversa com todos mas não é amiga de ninguém.

A solidão fica com o mesmo copo de bebida até amanhecer sentada em um canto, vez ou outra ela retribui o cumprimento de alguém.

E a saudade... é a pior de todas.
Ela fica bêbada e se agarra ao meu pescoço, colocando a boca bem perto do meu ouvido e grita relembrando dos velhos momentos.
Alto demais para uma festa sem música.

Às vezes aparecem outros, como a paranóia que vem junto com a ansiedade.

Esses dois são os piores já que me embebedam e eu não consigo fugir.

Quando percebo é tarde demais e eu me encontro chorando no chão   me sentindo sufocar forçando a cabeça para tentar lembrar de como respira mas tudo o que penso é em o que vai acontecer amanhã quando a noite chegar ao fim.

Depois que a tonteira passa um pouco, a depressão chega e me pergunta se eu não quero usar "algo" para me aliviar, e antes mesmo de responder, ela coloca a lâmina na minha mão como se tivesse pressa para ver eu me acabando em...

Acabar... é tudo o que eu desejo.

Ao olhar para a janela vejo o sol raiando, o sono não apareceu, ele dificilmente aparece.

Mesmo que eu o convide todas as noites para a droga da festa.

Se ele ao menos avisasse...

SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora