Encontro-me por vezes perdida na minha mente, com uma luta constante entre viver e desaparecer. Pensamentos que me preenchem na mente mas que me deixam vazia, sem vontade de me encarar por pensar em tais coisas.
Sei que não sou eu.
A pressão de viver, sobrepõem-se por vezes em mim, e tentar saber lidar com isso acaba por ser algo difícil. Mas eu consigo sempre dar a volta.
Por que não sou eu.
Por vezes deparo-me com um sentimento perdido na qual não sei onde estou, ou como estou. Se quero permitir o "estar bem" entrar em mim ou depositar aquela positividade e felicidade interior que tenho e que deposito nos que estão perto de mim. Pois, precisam mais. A necessidade de oferecer o que contenho é maior do que conter somente para mim. É nessa transmissão que vejo-me a preencher o meu estar. E que vejo em mim, que me permito sempre estar bem, até mesmo quando a minha mente me diz:
"não queres, por isso, não estejas".
No entanto, um vazio dentro de mim surge de vez em quando, um vazio que parece meio cheio mas que nada parece conter. Difícil, é explicar isso mesmo. Serei eu? Será outra de mim? Pois, não sei se sou eu. Se já é só da minha mente, ou será de outro espírito em mim? Como saber explicar essa diferença? Como posso saber se sou realmente eu a trazer estas mágoas, estes vazios, estas felicidades...? Se é algo em mim? Tendo em conta que algo em mim acaba por seu "eu", por isso mesmo que me questiono:
sou eu ou não?
Quero ser capaz de sobrepor este "não ser eu" na pessoa que sou. Quero ser capaz de controlar a minha mente e de permitir aberturas de um caminho que sempre desejei levar. Quero ser capaz de aceitar o que sinto, sem ter medo... sem fazer um rio no meu chão, em vez disso, oferecer as minhas lágrimas ao oceano, que se escondem por que são pequenas o suficiente para não preencher nada. Nas quais essas serão enroladas entre as ondas e levadas por elas mesmas, sem ter que limpar uma mágoa, pois o meu grande amigo, azul e vasto, limpa-as por mim, dando-me de volta, uma frescura que me bate na pele e que limpa todas as impurezas interiores.
O oceano, como disse é vasto... e tem muita descoberta dentro dele.
Sinto-me um oceano.
A descoberta de "nós", é o maior mistério que alguma vez poderá ser descoberto por inteiro. Fascinante que passamos uma vida inteira a procurar um "significante eu" que na qual nunca vai ser descoberto.
E se for...?! Então... se calhar... não tenho tanto por descobrir. Mas a diferença está ai... eu tenho... se não fosse eu a questionar-me quem sou, ou o que está dento de mim... então esse tal "vazio" que tanto sinto e digo, está completo...
Completo de mistérios... nas quais o oceano contém, e por conter, não deixa de ser só aquilo que vemos... um oceano vasto.
E parecendo que não, reflete num espelhar de nós mesmos.
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Soul on Writing
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