"Insignificância De Um Corpo"

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Em poucos minutos
somos cinza
poeira que se trata como terra
terra aquela que antes vivíamos,

Vida que na terra tem, e que na terra contém
onde na nossa poeira também permanence,

Ou será a caso que nada éramos antes de nascer e de certa forma deixamos rasto ao desaparecer,

Aquele rasto que será espalhado onde vivíamos ou então guardado pelo seguinte,

E se formos guardados, vamos ser passados
de geração em geração,

Se formos a ver, até em cinzas podemos ser presos,

Diria eu que o melhor seria de certa forma libertar, deitar essas cinzas na terra em que vivi,

Sejam elas espalhadas pelo vento mas andarei sempre por aqui,

De um canto para o outro, e mesmo então posso dissolver,

Mas estarei espalhada, estarei livre,

Mas no final são cinzas, não é a minha alma, é poeira sem sentimento, sem toque...

Tal essa que é guardada por muitos por ser parte de nós, mas é poeira...

De como se trata então de um grande afecto por cinzas?

É um corpo sem nada, que fica em pó mas ainda assim, torna-se algo sentimentalista, algo com afecto, para aqueles que perderam,

Por aí ser guardado, por que se "sente" a presença de essa pessoa nessa poeira,

Mas de certo modo essa presença é nula,

Pois para mim, espiritualismo está para além do corpo em que vivemos,

Nós abandonamos esse corpo, e não nos diz nada no final,

Mas aos que vivem diz tudo,

Somos livres não pela libertação da poeira, mas sim do corpo em que no certo segundo decidimos abandonar,

Se ao menos a alma se apegasse as cinzas, seria de todo algo mais significativo,

Mas... pó, poeira, terra, areia, cinza... insignificância do que o corpo se torna.

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