- Olha, eu devia matar vocês dois! - Minha mãe disse quando entrei no meu quarto. - Vocês podiam avisar que iam passar a noite fora. - Ela estava puta comigo. E sim, passamos a noite na casa. Tínhamos bebido e pro Justin dirigir bêbado, ainda mais de noite, seria perigoso. E outra, lá estava bom.
- Tá. Desculpa. Não vai acontecer de novo.
- É, espero que não. Eu mato você se isso acontecer. E eu tava ansiosa pra te contar. - Arqueei uma sobrancelha.
- Contar o que?
- Eu vou casar! - Ela disse sorrindo eu arregalei os olhos.
- Hein?
- É, eu vou casar!
- E como foi isso?
- Ontem de manhã. Ele dormiu aqui em casa. - Sorri junto com ela, apesar de que ver minha mãe apaixonada era uma coisa inédita.
- E já tem uma data?
- Ainda não. Estamos resolvendo as coisas ainda, mas lógico que queremos que isso aconteça no restaurante.
- Vai ser divertido.
- É, e não vamos precisar pagar ninguém pra decorar a igreja, né. - Ri fraco.
- Já que você insiste, eu decoro.
- Ah, e mais uma coisa. Falei com a minha mãe e vamos viajar.
- Do nada?
- Resolvemos fazer a festa pra oficializar o noivado no sítio.
- Quem vai?
- A família ué. E claro, os filhos dele.
- Não sabia que ele tinha mais de um. Mas não é isso que eu quis dizer. A "coisa" vai tá lá?
- É óbvio. Eles moram lá. Pra nossa infelicidade. - Bufei. A "coisa" pra mim era a minha prima. Já pra minha mãe era a mulher do meu tio. Minha mãe vivia falando que não sabia onde meu tio estava com a cabeça quando quis casar com a "coisinha". - Ah, se quiser chamar o Justin pra ir com a gente, tudo bem.
- Pra ele ficar exposto aquele projeto de prostituta? Mas nem! - Ela riu.
- Ela não pode forçar ele a nada.
- Ah, jura? - Disse irônica. Na ultima vez que nos vimos, era aniversário da mãe dela. E meu tio fez questão que todo mundo fosse. Ela quase obrigou um sobrinho da mãe dela a ficar com ela. E um detalhe básico, eu tinha 12 anos quando isso aconteceu e ela 11.
- É só ficar longe dela. Vai ser divertido. - Revirei os olhos. - Pensa na piscina. - Ri fraco.
- Quando vai ser essa viagem?
- No próximo final de semana. Vou te pegar na escola e a gente vai direto. Voltamos no domingo de noite. - Dei de ombros.
(...)
- Viajar? - Justin me perguntou.
- É. Ouviu o que eu falei?
- Lógico que ouvi.
- Você tem jogo?
- Não. Ah... Ah!
- Que foi? - Perguntei assustada.
- Nada. To pensando em algo.
- Que seria...?
- Nada de interessante. - Bufei.
- Mas eae, vai ou não? - Ele poderia falar que não. Ou que ele tá de castigo. Eu queria manter ele longe o máximo possível daquela garota!
- Vou. - Respirei fundo.
- Ok. Leva quinta as coisas lá em casa então. - Ele assentiu. - Mas... Vai ser chato lá. - Mentira, é mó legal. - E imagina ficar um final de semana inteiro vendo minha mãe e o Robert. Vai ser um tédio e...
- Você quer que eu não vá?
- Ér... Não. Só to avisando.
- O que tem lá pra você não querer que eu vá?
- Não tem nada, Justin. Já disse, to só avisando. - Ele arqueou uma sobrancelha e continuou olhando pra mim. - Ok, tem uma vadia lá. - Ele riu.
- E o que tem?
- Como o que tem?! - Ele pareceu pensar. - Tem você lá!
- Não vai dar nada.
- Eu não diria o mesmo.
- Você vai tá junto.
- Não vai desgrudar de mim? - Perguntei com bico. Ele riu.
- Não.
- Promete?
- Para de frescura, Jenny.
- Não é frescura.
- Tá bom, prometo. - Sorri.
(...)
- Mãe? - Perguntei batendo na porta do quarto dela.
- Eu.
- To entrando. - Disse abrindo a porta. - Queria falar comigo?
- Lógico. Nem me contou como foi lá na casa no dia que vocês sumiram. - Sentei na cama.
- Ah... Foi bom.
- Aconteceu alguma coisa pelo menos? - Sorri de canto e senti minhas bochechas esquentarem.
- Tá cada vez melhor.
- Eu te falei que quem anda pra trás é caranguejo.
- Eu lembro. Ele é tão perfeito, mãe! - Ela sorriu. - Ele disse que vai na viagem. Isso se a mãe dela não implicar. Mas acho que não. Eu disse que o vô e a vó vão também.
- Deixou de paranoia, então?
- Não tem paranoia. E eu espero que não esteja calor lá.
- Por que não?
- Já viu o tamanho das roupas dela quando tá calor?
- Para com isso, Jenny.
- Ela é mais bonita que eu.
- Mas quem ele gosta é você.
- Mãe, ele é um garoto! Você sabe bem mais que eu como eles ficam quando veem um rabo de saia. Ou melhor, de uma minissaia! - Bufei.
- Você é tão chata, Jenny.
- Puxei a você.
- Você devia tá alegre, nas nuvens, sorrindo pra tudo e todos.
- Qual o motivo?
- Além de vocês dois estarem bem, sua vida sexual tá ativa. Alias tá bem ativa pelo o que eu tenho reparado. - Dei de ombros.
- O que tá tirando o meu humor é saber que eu vou encontrar a Ruth de novo.
- É só não ligar pra ela. E quantas vezes?
- Quantas vezes o que?
- Vocês já...?
- Mãe! Isso é desnecessário.
- Desnecessário nada.
- Três vezes. - Mordi a parte de dentro da bochecha. - E como o Robert te pediu em casamento? Você nem me contou.
- Ai, foi tão lindo! Ele veio dormir aqui em casa. Eu tinha concluído já que você ia passar a noite fora quando deu 21h00.
- Ahn, tá. Mas e depois?
- Bom, ele não só dormiu aqui né. A gente...
- Tá, mãe. Eu sei o que aconteceu, mas e depois?
- Ele me acordou uma cesta linda de café da manhã. Tinha uma carta lá também. Aí quando eu terminei de ler ele apareceu com o anel e fez o pedido.
- Aw! - Berramos as duas juntas. Normais? Claro. Por que não?
- Finalmente a gente tá bem no amor. - Minha mãe disse e eu fiz que sim com a cabeça sorrindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Hate You {TERMINADA}
Fiksi Penggemar"As 7 coisas que eu odeio em você Você é vaidoso, seus jogos, sua insegurança Você me ama, você gosta dela Você me faz rir, você me faz chorar Eu não sei que lado comprar Seus amigos são uns idiotas E quando você age como eles, sabe como machu...