Capítulo Três

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Meggie:

Odiar é uma palavra extremamente forte. Antes de dizer esta terrível palavra, direi qualquer palavrão existente, ou ao menos os que eu conheço.

Eu e você, ambos, sabemos que eu não falo esta palavra a não ser que não exista mais nenhuma outra que possa especificar o que eu sinto, e eu naturalmente não sinto ódio. Mesmo assim, sabemos que existem exceções.

Eu odeio minha avó. Odeio quando ela me tranca dentro de meu quarto cor de rosa enquanto costura alguma roupa para minha mãe, e xinga meus jeans skinny baixinho como se eu não podesse escutar do quarto ao lado. Odeio quando ela me chama de maluca, por causa da esquizofrenia. Odeio a esquizofrenia. Mas sinto-me tão mal ao dizer que odeio uma velhinha, que prefiro nem mesmo pensar.

Então, sei muito bem que esta é uma péssima maneira de começar um maldito diário, mas eu geralmente começo da péssima maneira.

Muito prazer. *aperto de mãos* me chamo Meggie, e serei a pessoa que escreverá em você. Lamento muito dizer-te mas, é muito difícil que quando eu tiver vinte e dois anos, ou um pouco mais ( mesmo que minha meta de vida não vá muito além disso) eu virei a lê-lo, realmente acho que terei coisas melhores para fazer, como transar ou ir a alguma festa, ou então balançar baloiços, e coisas que eu gosto de fazer. Provavelmente nesta época eu ainda tenha minha lei de não odiar nada além da minha avó e algumas coisas que ela faz, e também a doença.

Porém mesmo sentindo rancor de minha avó, eu sempre a levo para o café da esquina, para ela paquerar o senhor que é dono do café, enquanto tomo meu pequeno almoço.

Pequeno-almoço: Chá de camomila, e algumas poucas vezes, poucas mesmo, com torradas.

Mas hoje, na manhã seguinte ao meu atraso de dez minutos devido a duas garotas totalmente desconhecidas, bom... quase, Jeremy conhecia a garota chamada Cassidy, e também por culpa de Luke e Jeremy que simplesmente resolveram dar boleia a elas, quando eu finalmente me levantei, me vesti, e acordei minha avó, seus olhos se abriram e ela disse:

"Parede usar essas calças", e então voltou a dormir, me deixando só, e com uma incontrolável vontade de soca-la.

Eu fui obrigada a ir caminhando sozinha até o café, não literalmente sozinha, com Alison, Andrew, Albert, mas eles simplesmente evaporaram no meio do caminho.

E então eu tropeço na linda pedra que estava diante a mim e acabo tendo um encontro pouco romântico com o chão.

Sabes muito bem que eu nunca iria levantar-me do chão em uma situação destas. Então fiquei ali, como uma banana encarando o chão, enquanto pessoas passavam por mim e me olhavam estranho, até um velho chegar em mim.

"Está bem querida?", ele pergunta.

"Claro! Estou apenas beijando meu amigo chão", eu digo levantando-me.

Obviamente no café estava tudo completamente normal. Faço o pedido, e então a empregada de mesas trouxe-me o mesmo.

E tudo estava completamente calmo e chato, até eu sentir lábios quentes beijarem o meu pescoço. Sendo sincera, senti-me um sorvete a derreter em pleno Polo Sul.

Um garoto louro com olhos levementes azuis, senta-se na minha frente. William.

"Chá!", ele guincha e toma-me das mãos a xícara e bebe inteiramente o meu chá.

"Will...", gemo.

Will: odeia café. Bebe chá pelo menos vinte e três vezes ao decorrer de um dia.

E então ele bate três vezes na mesa.

Três batidas: estamos sozinhos?

*Eu* duas batidas: sim.

*William* sete batidas: Posso lhe beijar?

*Eu* uma batida: Não.

Batidas: forma como eu e William nos comunicamos quando não queremos que ninguém saiba o que estamos falando. Criamos isto no começo de nosso namoro, um ano atrás.

William pede para a empregada de mesa trazer-nos duas xícaras de café, ela traz-nos em menos de três minutos e coloca um pequeno pedaço de papel na mão de William que ri e bebe um gole de chá.

"Deixa-me ver", eu digo.

"Não"

"Eu quero ver!", digo novamente pegando o bilhete.

Eu leio o bilhete e olho para William perplexa, volto a ler o bilhete e olhar enquanto William ria e gozava comigo.

Escrito lá estava:
Me liga xxxx-xxxx
P.S. Aposto que sou melhor que a loirinha.
P.S.2 Na cama.

William bebeu o resto de seu chá e se levantou, ainda rindo.

"Está vendo? Podes ser facilmente substituída", ele diz.

E então bate dez vezes na mesa, beija-me no pescoço novamente e saí, rindo de mim, murmurando o quão linda eu fico quando coro.

Dez batidas: Eu te amo.

William: Cabrão.

Empregada de mesa: Cabra.

Meggie, também conhecida como eu: Imbecil

E isto ficou tão idiota.

Terceiro!!! Realmente não mudou quase nada...
O que acharam??
(Vão me deixar no vácuo não é?? Eu sei)
Acho que Elizabeth Janne seria uma perfeita Meggie.
Beijos!!!

Big girls (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora