Capítulo 1

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Arthur

Um impacto forte, foi isso que senti acordando diretamente no chão, olho para minha cama e vejo a Isadora toda aberta na mesma, sim minha filha de três anos me derrubou da minha cama de casal enquanto dormia, bufo eu queria ficar irritado mais não consigo e abro um pequeno sorriso

Olho o relógio na mesinha que fica próxima a cama e faltam dois minutos para o alarme tocar, fico observando a razão de eu ter seguindo enfrente após a morte da Luana, a Isa é quase a cópia dela, tem apenas os meus olhos o que me deixou bravo pois terei muitos problemas com garotos fedendo a mijo atrás da minha menininha, fecho a cara e  minha pequena começa a despertar irritada por causa da zoada do alarme

Volto a sorrir, vou até a mesinha e desligo o alarme, me sento na cama e a Isa está com um bico enorme no rosto ela odeia acordar cedo

-Bom dia minha princesa- digo beijando sua testa e ela sorri

-A dia Papai- sim ela fala algumas palavras erradas, mas ela só tem três anos, não vou obrigar a menina falar como se tivesse engolido um dicionário -Eu quelo mimi nobo- ela fala formando o bico novamente irritada e eu riu -Num odi ri deu papai- reclama e eu vou até ela e começo a fazer cócegas na mesma que solta a gargalhada mais gostosa que poderia existir, somos interrompidos pelas batidas na porta

-Pode entrar Matilde ela já acordou- digo rindo e a dona Matilda entra no quarto, ela é uma senhora de 58 anos, é a cozinheira aqui de casa e como não gosta de ajuda mesmo eu insistindo para ela ter uma ajudante nos afazeres da casa ela nega -Amanhã vou entrevistar algumas pessoas para o cargo de babá...- ela me interrompe

-Eu já disse que não precisa meu menino a baixinha aqui não me da trabalho algum- ela fala apontando para a Isa que está em pé segurando com uma mão seu unicórnio azul de cabelo rosa e com a outra segurando a mão de Matilde

-Nem comece dona Matilde, essa menina pode ser um furacão quando quer- digo apontando para a minha filha que faz um bico

-Eu não sou um fulação- ela diz brava, me agacho ficando da mesma altura que ela, dou um beijo na sua testa, nas suas bochechas e na ponta do nariz dela e ela sorri e me abraça -Te amo papai

-Eu te amo minha princesa-beijo novamente a testa dela -Agora vá se arrumar que eu é quem vou te levar para o colégio hoje- digo e ela começa a pular, pega na mão da Matilde novamente e começa a puxar ela para o seu quarto para ela vestir ela

Faz um ano que me mudei definitivamente para Londres, mesmo sem a Luana presente eu segui o nosso planejamento, bom pelo menos uma parte dele... Eu tinha uma babá bom tive umas dez mas a Matilde reclamava sempre delas, bom de algumas eu não tirava a razão dela, um tentou me roubar, outra apareceu pelada na minha cama, outra tentou fazer com que a Isa a chamasse de mãe, entre muitas outras loucas

Não voltei a namorar, não vou mentir, eu tentei, porém não durou uma semana. Também não desprezo a minha filha pelo fato de ela ter sobrevivido aquele acidente e a mãe dela não, acredito que se eu tivesse perdido as duas não iria conseguir me reerguer jamais, também não culpo minha irmã e nem meu cunhado, afinal eles não tem culpa de nada

Minha filha é minha vida, minha irmã é como uma mãe para ela, e meu cunhado é como irmão para mim, agradeço sempre a Deus por eles terem sobrevivido e meus sobrinhos também, sou um pouco religioso, não direi cem porcento, mais sou, minha mãe adotiva me levava todos os domingos de manhã para a igreja, e mesmo depois que ela se foi eu continuo indo e também levo a Isa comigo

Termino meu banho, visto um terno cinza com uma gravata azul e desço para tomar café com a Isa, depois de comermos eu a levo para escola e depois de deixar ela lá, sigo para o escritório de advocacia qual criei com um amigo meu que também é advogado, não é uma empresa enorme, porém algo que temos orgulho por ser fruto de nosso trabalho


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Tainá

-Tem certeza disso Carla?- pergunto novamente a ela

Carla é minha melhor amiga, ela trabalha em um escritório de advocacia como secretária, depois que minha mãe morreu eu fui despejada da pequena casa em que morávamos pelo atraso de dois alugueis. Então a Carla me chamou para vir morar com ela, e a mesma dorme mais na casa do namorado do que aqui

-Sim Tainá, eu posso conversar com meu chefe, ele disse que estava precisando de uma babá e você é perfeita com crianças, claro que vai ter mais 17 pessoas fazendo essa entrevista, mais com minha mera recomendação você já tem dez ou trinta pontos na frete- ela diz e eu pula para cima dela a abraçando

-Te amoooooo- digo beijando a bochecha delas várias vezes seguidas e ela sorri -E aliás Carla, você tem que aprender a ser menos convencida amiga- digo ela da de ombros

-Não sou convencida, sou realista baby, é diferente- diz jogando o cabelo para trás e pega bolsa dela -Agora me deixa ir se não vou chegar atrasada assinto, o sorriso não sai do meu rosto

-Pegou meu currículo?-pergunto quando ela abre a porta

-Sim... e não me espere para jantar- diz e eu assinto, ela sai e eu começo a pular e dançar mesmo sem música

Desde que fui despejada eu procuro por emprego, consegui dois, um como babá mais os pais da criança se mudaram por causa do trabalho e o outro de cuidadora de uma senhorinha idosa que era super amavél, porém ela morreu

Espero conseguir esse emprego, não gosto de dar trabalho aos outros, muito menos que me banquem, lógico que a Carla fica com raiva quando eu digo que vou pagar tudo que a fiz gastar comigo, mais é minha forma de ser, mas por agora eu só preciso de um emprego

Espero que a Carla consiga... 



Continua...

Uma Nova Chance (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora