Prólogo - Louis

48 7 8
                                    

      Os flashes das câmeras só faziam a minha cabeça doer mais, enquanto eu saia do carro e ia em direção ao saguão do hotel onde eu, Scott, Dave e Peter estávamos hospedados. Olhei para a multidão que gritava pela banda, decidi parar para atender alguns fãs, principalmente porque eu sei que eles nunca faziam isso. 
     O fato é, estávamos em uma banda, éramos praticamente uma família de jovens agraciados com a fama em uma banda de indie rock. Nosso primeiro álbum lançado de forma independente tinha conseguido um sucesso enorme, três de suas músicas foram para trilha sonora de um filme da Netflix, enquanto outra se tornou alguma trend do tiktok que eu não consegui entender. Mas eu estava feliz -eu acho- afinal, tinha realizado meu sonho de me tornar um músico reconhecido, além de estar casado com o vocalista da banda - o recém citado, Scott-. 
Naquele dia em específico eu estava com uma ressaca enorme, a qual precisei ignorar durante boa parte do dia para que eu não aparecesse péssimo nas fotos daqueles tablóides estúpidos, que constantemente tentavam acabar com meu relacionamento. 
      Como sempre, eu havia deixado a chave do meu quarto de hotel na recepção, fui diretamente até lá para buscá-la, o recepcionista me olhou assustado antes de me entregar a chave e eu ir direto ao elevador espaçoso que conseguia subir onze andares tão rápido que eu tive que me segurar pra não vomitar ali mesmo.
Já no corredor que dava acesso ao nosso quarto estava tudo bagunçado, embalagens de comida e bebidas, peças de roupa, um desconhecido dormindo agarrado na planta que ficava ao lado da porta e uma cueca pendurada na nossa maçaneta. Ignorei toda essa bagunça e abri a porta. E foi nesse instante que eu vi que aquela banda não era uma família para mim, nem meu marido era. Meu corpo ficou paralisado quando vi aquela cena. Juntos na cama estavam os três em posições que eu nem sabia serem possíveis, eles nem perceberam a minha presença e continuaram com aquela suruba feia. 

    —Mas que porra é essa?! — Quase chorei quando vi aquela cena asquerosa, mas fui impedido quando meu estômago decidiu que não teria mais como aguentar, então eu vomitei ali mesmo na porta, enquanto Scott desesperado corria tentando se cobrir para falar comigo. 

     —Louis, por favor, não é o que você tá pensando. — Ele disse, enquanto eu limpava a minha boca com as costas da minha mão. 

    — Sério? Você tem uma explicação para estar transando com nossos melhores amigos? — O desprezo na minha voz era evidente e obviamente eu não fiquei ali para escutar qualquer justificativa dele possível. 

    Fui até o elevador, enquanto Scott tentava se vestir o mais rápido possível, mas mesmo assim não foi o bastante para me alcançar. Me encostei em uma das paredes do elevador, que agora parecia não ter tanta pressa quanto antes, durante aqueles segundos senti o grande ponto de interrogação que a minha vida se tornaria agora, eu não tinha ideia do que aconteceria a partir daqui.

Second Chances - L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora