capítulo 1

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Era o dia da mudança.

Meu alarme já havia tocado umas dez vezes, era o som de uma coruja, artes da Eda, minha mãe, ela amava corujas, mais que tudo.

- LUZ! - ouvi um grito vindo de minha mãe que subia as escadas rapidamente - Luz Clawthorne Noceda, temos que sair em menos de uma hora, não me diga que ainda está deitada criança.

Eda invadiu meu quarto abrindo as cortinas o que me fez cobrir os olhos e soltar um grunhido em reclamação para ela que ignorou totalmente me puxando da cama.

- Mas mãe, eu não quero ir, você sabe. Vou ser estranha lá também, não vou ter amigos émelhor me deixar aqui. - Eda bufou em minha direção fazendo gestos para me levantar rápido e parou na porta.

- Vai dar tudo certo criança, e caso não de, eu bato neles pra você.

Mamãe saiu me deixando apenas com meus pensamentos, logo levantei indo em direção a uma caixa aonde continha minhas roupas, as peguei e fui direto ao banheiro, tomei um banho calmamente pensando em como seria o lugar para onde iríamos, mamãe disse apenas que era sua antiga cidade e que demoraria muito para chegarmos lá. Depois de alguns minutos eu estava pronta, sai do banheiro e encontrei apenas meu celular, minha mochila e um King dormindo calmamente (King era o cachorro que mamãe havia adotado a um tempo comigo) nós estávamos passeando no parque quando eu o vi, pelos pretos com manchas brancas, nunca havia visto tal criatura tão linda, mamãe e eu nos apaixonamos na hora e levamos pra casa o que deixou minha mãe Camila muito brava, pois não tínhamos tempo de ter outro animalzinho, mas mamãe e eu insistimos tanto que ela topou.

- King, meu bebezinho temos que ir, vem! - Coloquei ele em meu colo e o mesmo se ajeitou em meus braços, peguei meus pertences e me encontrei descendo a escada pela última vez. Mamãe camy estava bebericando seu chá de ervas naturais - Bom dia mami. - Mamãe camy era cinco anos mais nova que Eda. Eda tinha cabelos grisalhos ela achava super "moderno", já mamãe camy tinha cabelos escuros como eu.

Eu era sua cópia fiel, porém a personalidade de Eda todinha.

- Buenos dias mi hija, Cómo estás?

- Estoy bien mamá. - sentei à mesa com ela colocando King no chão que logo adormeceu nos meus pés, peguei um pouco do café enquanto ouvia minha mãe gritar com as pessoas que carregavam nossas coisas para o caminhão de mudança.

- Bien, tenemos que ir cariño. Está ficando tarde. - Mamãe pegou minha caneca e a dela, lavando as e as secando, levou para fora de casa para guarda-las.

- Luz? - avistei apenas a cabeça de minha mãe na porta, Eda estava de lado o que não me deixava ver ela por completo.

- Sim mãe?

- Feche a casa querida, Owlbert já está no carro, falta apenas você e King. - acenei com a cabeça pegando as chaves de sua mão e vi King a seguir rápido enquanto ela chamava seu nome de várias formas Fofas. Estava tudo certo, chegaríamos na cidade na hora do almoço, o caminhão havia partido há cinco minutos, precisávamos ir logo, coloquei a chave na porta e vi a casa que cresci pela última vez. Não estava acostumada a mudar nada, nada mesmo, tudo era muito novo, sentirei saudade do balanço que mamãe Eda fez no Jardim de trás para mim, da mamãe Camy fazendo pipoca para vermos filmes todas juntas, das duas marcando meu tamanho na porta do meu quarto só pra eu poder dizer que estava muito alta, de correr atrás do King e de fazer truques de mágica com owlbert, iria sentir falta disso tudo, dessas memórias, encostei a porta calmamente e tranquei a casa, fui até um jarro de plantas e posicionei a chave lá, definitivamente esse dia iria mudar tudo.

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Eu estava cansada de ficar sentada, mamãe estava dirigindo a horas e parecia que a cidade não chegava nunca. Cidades pequenas são sempre tão afastadas de tudo e de todos.

Between blows and kissesOnde histórias criam vida. Descubra agora