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— "Quando eu me aproximei, tinha um carro parado lá na frente, era especificamente um Mustang Black Shadow da cor vermelho zadar. Não lembro a placa, muito menos consegui ver quem estava lá dentro, mas foi questão de segundos para ele entrar, só saiu de casa pela frente e entrou no veículo, ele só olhou pra trás antes, acho que era para ter certeza que os amigos não estavam o seguindo. Eu então só fui embora, ele me chamou ali, mas, aparentemente, encontrou uma companhia melhor, tanto que me mandou uma mensagem dizendo que eu não precisava ir mais, só que eu já estava lá na frente..."

— E então? — questionou ao ver a outra largar os papeis em cima da mesa, deixando de ler o depoimento escrito ali.

— Meio bizarro, não? — a investigadora comentou. — Digo, a gente vai ignorar o fato que ele tava na frente da casa do Jungkook no meio da madrugada?

— Ignorar não, Somin. Acontece que não é útil o motivo dele, o Jungkook o chamou ali, e logo depois disse que não precisava ir mais, que se algo fosse necessário ele ligava. — O delegado deu ombros. — Eu confio nele até vendado.

— Se você diz, eu que não vou discordar...

— Porém, uma coisa me chamou bastante atenção.

— Me deixe adivinhar, é o fato de um Mustang não custar menos que trezentos mil?

— Bingo! — Estalou os dedos, apontando para a colega ao mesmo tempo que fazia um biquinho que a fez rir.

De certo modo, Jimin estava animado — agora que a raiva pelo vazamento da informação havia passado —, ainda mais sabendo que, em uma cidade pequena como Uturno, não seria muito difícil encontrar o dono de um Mustang. Claro que ainda sim teriam muito a investigar, e um carro não provava nada, todavia era uma pontinha de esperança ao delegado que, até então, estava andando no escuro quanto a esse caso.

— O Jungkook foi o que? Morto por um traficante? Mafioso? Político? Porque sério, pra ser a porra de um Mustang claramente não era um pobre clt assalariado.

— Isso me frustra tanto. Já percebeu que a ficha desse garoto é quase que um papel em branco? Tudo que sabemos é que ele foi morto, que brigava com todo mundo e agora que entrou no carro de alguém que nadava em dinheiro.

— Jimin você tem um Porsche — riu, enrolando os fios longos no indicador. — E olha, a gente não pode descartar a hipótese de ser alguém que veio visitar a cidade e alugou, embora seja improvável, ainda é uma opção.

— Não acho que seja, Jungkook não seria burro assim de entrar no carro de um estranho, seria? Acho que ele não seria tão jumento a esse ponto, pelo menos pelo o que sei até agora, ele não aparenta ser nenhum pouco inocente.

— Eu sei lá, com isso do Tinder hoje em dia os jovens estão cada vez mais sem noção.

O loiro balançou a cabeça em negação, rindo das palavras da amiga, o fato do garoto entrar em um carro no meio da noite o deixava intrigado, ainda mais por minutos antes ter convidado outra pessoa à sua casa quando os próprios amigos já estavam lá. Na verdade, de forma sincera, o caso inteiro o deixava, como um garoto era magicamente assassinado e nenhuma pista era deixada? Seria esse o tal 'crime perfeito' que o Park sempre disse não existir?

Bufou, xingando mentalmente todos os nomes possíveis o tal do Jeon Jungkook, filho da puta insensível que não deixou uma mísera pista sobre o seu assassinato, e mais filho da puta ainda quem orquestrou tudo.

"Não existe crime perfeito" o cérebro do delegado se auto respondeu, e mais uma vez ele bufou. Iria reler os arquivos do Jeon e descobrir onde a informação do carro lhe seria útil.

3NOIR | knj + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora