Capítulo II

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Minhas mãos  começaram a suar e meu coração batia freneticamente, minha mente foi envadida por as terríveis  lembranças do nosso último encontro

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Minhas mãos  começaram a suar e meu coração batia freneticamente, minha mente foi envadida por as terríveis  lembranças do nosso último encontro. E temia que algo pior estava prestes a acontecer.

Eu estava deitada e encolhida no canto da sala escura de casa, havia estilhaços de vidro de garrafas por todo lugar, assim como os vestígios do que um dia foi uma bela mesinha de centro

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Eu estava deitada e encolhida no canto da sala escura de casa, havia estilhaços de vidro de garrafas por todo lugar, assim como os vestígios do que um dia foi uma bela mesinha de centro. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto pedia para Hanck parar, a cada chute, a cada soco. Minha visão foi ficando turva rapidamente e a única culpa que me torturava aquele instate -foi em achar que ele mudaria-  mas Hanck não parou, ele  apenas cessou quando apaguei e desisti de lutar.

***

Suspirei afastando aquelas lembranças para longe, meu plano agora era tentar fugir, como todas as outras vezes. Fugir e fugir, nunca olhando para trás. Um brilho familiar se mesclou aos meus olhos castanhos, uma luz que seria meu guia para a liberdade do passado. Mal sabendo eu, que o destino estava me direcionando a um novo começo cheio de reviravoltas e um futuro escrito nas estrelas. Com coragem, dei um passo a frente determinada.

- Eu sei que você me culpa pelo o que aconteceu, homens como você precisam colocar a culpa em alguem para se sentir melhor - cruzei os braços com raiva, sem medo e o olhei fixamente. - Cansei Hank, não serei mais sua prisioneira, isso acaba aqui. Nosso relacionamento, o amor, tudo. Você não vale mais a pena.

Pude perceber como aquelas palavras o afetaram, e vi quanto o coração dele se quebrou refletido em seus olhos marejados. Agora eu o havia ferido de uma forma mais dolorosa como ele fez comigo. Antes pensei que havia uma esperança de voltarmos a ser o que um dia fomos, mas aquele antigo eu morreu desde o primeiro instante em que qualquer tentativa do termino começasse com uma discussão e acabasse com meu rosto cheio de hematomas. Nunca mais abaixaria a cabeça.

Tomada pela adrenalina e pelo desespero em se vê livre dele, de tudo. Não pensei duas vezes quando me virei, paguei o abajur em cima do balcão e acertei a cabeça de Hanck com toda a força que pude. Ele gritou de dor, quando o estilhaços de vidro tombaram com a latetal de seu rosto em cheio, o corpo dele caiu de lado e meus olhos se encheram de água quando o murmúrio de dor escapou de sua garganta.

Corri em disparada em direção a porta e vi com descrente pavor, a dor ser substituída no rosto dele por um ódio mortal, quando Hanck gritou e se virou a tempo de me encarar, sentenciando o fim de minha vida  :

- Eu vou matar você!!

Quando me dei conta já estava correndo em meio a floresta escura e fria, a lua acima era minha lanterna

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Quando me dei conta já estava correndo em meio a floresta escura e fria, a lua acima era minha lanterna. As florestas ao redor da cidade eram perigosas a noite, haviam ursos da montanha, lobos e um frio mortal, mas tudo isso pareceu irrelevante quando se tinha um psicopata atrás de você determinado a tirar a sua vida com mais facilidade do que qualquer força da natureza. Tropecei em uma raiz alta de mais e rolei ladeira a baixo sentindo a terra molhada e as folhas grudarem em meu rosto. Olhei para o céu estrelado obsevando a nevoa branca escapar pelas minhas narinas e gritei de dor sentindo as lágrimas quentes lavarem minhas bochechas quando ouvi o estalo em meu tornozelo a cada tentativa para se levantar.

- Droga! - falei entre dentes, gemendo de dor ao tocar o tornozelo ferido.

Cai uma, duas vezes na clareira perto do lago congelado e minha dor se mesclou com medo quando ouvi o barulho de passos perto dali. Consegui me rastejar para perto de alguns arbustos me escondendo na escuridão, minha cabeça doia e meu corpo tremia pelo frio, mordi o lábio inferior para conter o grito quando a voz de Hanck soou pelo silêncio noturno:

- Não a para onde fugir, querida.

Minha mão trêmula e ferida alcançou a primeira pedra que vi, fechei os olhos e apenas esperei enquanto os passos ficavam cada vez mais próximos. E então ouvi sussurros, palavras que não compreendi o que era, olhei freneticamente para ambos os lados em busca de algum traço humano mas não havia mais ninguém. O barulho dos passos de Hanck pareciam diminuir a cada barulho vindo das sombras, e então a neblina apareceu e o frio intensificou. Acima do vale uma calorosa luz me chamava, como um brilho radiante de todo início do dia, mas ainda faltava muito para amanhecer.

Meu corpo ficou petrificado, quando aquela luz tomou a forma de uma esfera e vinha em minha direção seguido por uma poeira estelar dourada, engoli a seco quando senti o calor e o brilho a centímetros de mim.

- O que é você? - perguntei com um sorriso no canto da boca, erguendo os dedos ensanguentados para tocar a pequena estrela.

Hanck pareceu ouvir minha voz e o brilho que denunciava a localização de meu esconderijo e ergueu o pequeno canivete com um sorriso vitorioso e sanguinário a cada passo que dava em minha direção. Predi o ar nos pulmões quando meus dedos tocaram a esfera e senti o calor que vinha dela, a luz e não apenas isso. Aquilo não era uma estrela, era poder. Não pude fugir quando senti meu corpo sendo consumido pelo brilho - além de fechar o olhos e gritar- e em seguida a luz desapareceu junto comigo.

Hank saltou no arbusto assim que o brilho se decipou e o sorriso em seu rosto desapareceu quando não encontrou nada. Não havia mais ninguém ali.

CORTE DE LUZ ESTELAR ( FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora