Capítulo 7

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Isis

Os dias estavam passando muito rápido e isso me entristecia, quanto mais rápido passavam, mais perto estava o dia de Apolo ir embora. Eu não queria sofrer por antecipação, porque sabia que já ia sofrer quando ele fosse embora e eu não queria que isso acontecesse, queria ficar numa boa e encarar o que tive com ele como uma coisa passageira, como um amor de verão, aceitar que foi uma coisa muito boa, mas que passou e que agora a minha vida continuaria a ser a mesma linda e bela de sempre, mas não era o que estava acontecendo. Eu sabia que o que estávamos vivendo juntos era passageiro, que ele iria embora e a única coisa que iria existir dessa relação eram as deliciosas lembranças, mas estava difícil de encarar a realidade.

Eu e Apolo nos víamos todos os dias depois do meu trabalho. Ele fazia tudo o que tinha que fazer durante o dia e a noite era toda dedicada a mim, palavras ditas por ele. Apolo sempre me buscava na agência ou no meu apartamento. Jantávamos e depois íamos para o seu hotel e lá passávamos a noite toda conversando e transando. Era impossível ficarmos mais de uma hora sem nenhum contato físico. Confesso que meu corpo estava completamente exausto nos últimos dias, mas mesmo assim eu estava adorando tudo. Eu não entendia muito bem o que acontecia entre nós, era um sentimento, uma sensação, uma química sem explicação. Fiz com ele coisas que jamais pensei em fazer na vida, fiz tudo na maior naturalidade e adorei. Senti coisas que nem sabia que era possível sentir e no dia em que ele me falou que eu consegui, naturalmente, fazer com ele coisas que ele jamais permitiu que outra pessoa fizesse, de certo modo, me senti especial. Nós passávamos a noite quase toda juntos, mas eu sempre voltava para meu apartamento, não sei o porquê, mas sentia que se realmente dormíssemos juntos, toda aquela coisa de pernas entrelaçadas, cabeça no peito, conchinha e acordar no dia seguinte do lado dele iriam dificultar mais ainda quando ele fosse embora. Eu queria colocar na minha mente, e principalmente em meu coração, que era apenas sexo, talvez assim me sentisse menos mal quando chegasse o fim. A única coisa que era certa entre nós, além da atração física, era o fim de tudo aquilo.

Cheguei em casa no sábado às quatro da manhã depois de uma noite louca, onde transamos em quase todos os centímetros daquele quarto de hotel, até começamos uns amassos na sacada, mas antes que a coisa pegasse fogo realmente, entramos e terminamos no chão da sala, pois qualquer pessoa poderia nos ver ali.

No sábado tínhamos combinado de fazer um passeio durante o dia e à noite iríamos a uma baladinha com Lavínia e Lara. Ao meio dia em ponto Apolo já estava à minha espera na garagem do meu prédio. Entrei no carro e ele me surpreendeu com um espontâneo e delicioso beijo.

- Aonde vamos? - perguntei, ainda recuperando o fôlego.

- Sei que para você deve ser um programa de índio, mas eu estava a fim de ir ao Cristo Redentor e depois ir à praia. - ele disse, levantando a sobrancelhas.

- Não é programa de índio. - eu disse sorrindo.

- Mesmo? - quis ter certeza.

- Mesmo. Eu adoro aquele lugar e vou adorar ainda mais ir lá com você.

- Que bom. Eu nunca fui lá, sempre que venho para o Rio de Janeiro tenho vontade de ir lá, mas nunca dá tempo, sempre tenho muitas coisas para fazer e acabo deixando para lá, mas como tenho um bom tempo e uma companhia maravilhosa, quero aproveitar.

- Então vamos. Vou ser sua guia turística. - eu disse, fazendo graça.

- Um turista pode beijar sua guia?

- Só se o turista for lindo, uma delícia, tiver os olhos verdes e beijar muito bem. - Apolo me agarrou e beijou-me docemente.

Visitamos o Cristo Redentor como ele queria, passamos algum tempo lá e Apolo estava devidamente disfarçado com seu chapéu, óculos escuros e uma câmera fotográfica pendurada no pescoço, ele passou despercebido e não foi agarrado por nenhuma fã fervorosa. Tiramos algumas fotos e aquela pose típica de todo o turista de braços abertos imitando o Cristo não podia faltar. Seus seguranças também estavam devidamente disfarçados e, sem aqueles ternos pretos, eles até que pareciam ser mais bonzinhos.

Minha EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora