Capítulo 12

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Isis 

        Cheguei ao apartamento da Lavínia em tempo recorde, na verdade nem sei como cheguei viva. Meu desespero era enorme e não conseguia entender porque eu estava agindo assim. Eu sabia que não tínhamos nada além de sexo, mas como fazer meu coração entender isso? Eu estava perturbada e precisava de um carinho da minha amiga. Queria muito que minha mãe estivesse perto para me jogar no colo dela, mas ela não estava. Lavínia com certeza me daria o colo que eu precisava.

 – Não acredito no que você está me falando. - Lavínia disse revoltada assim que me joguei aos prantos em seu colo e contei tudo o que tinha visto.

– Pode acreditar.

– Não fique assim, meu amor. - tentou me consolar.

– Eu sei que eu estou exagerando, Lala, só estávamos transando, mas quando eu o vi beijando-a, senti um ódio tão grande, uma tristeza gigante e eu só pensava em matar aquela cachorra por estar no lugar que eu deveria estar.

– Eu sei, meu bem. Você não está exagerando, teve a reação que qualquer pessoa teria. Você está apaixonada por ele e quer ter muito mais do que noites de sexo, e isso é mais do que normal. Você nunca se apaixonou antes, então, tudo o que está sentindo é novo e está te assustando.

– Está me assustando muito. – falei, enxugando minhas lágrimas e me ajeitando em seu colo.

– E você não quis ouvir a explicação dele?

– Não. O que ele iria explicar? O que ele iria falar? Olha aqui, Isis, fizemos sexos maravilhosos durante todos esses dias, mas foi só isso. Foi bom ter você na minha cama, no sofá, no chão, na praia, mas foi só isso. E agora eu estou aqui com a próxima da fila, que na verdade sempre volta para o final da fila, mas que sempre estará no primeiro lugar depois que alguma idiota que se apaixona por mim.

– Na praia? - perguntou curiosa, como se essa fosse a única coisa que eu disse.

– Sim, na praia.

– E como isso ainda me surpreende?

– Não deveria.

– Mas, então, aquela mulher que não saía da cola dele na festa é a oficial?

– Pelo que ela disse, acho que sim.

– Quem tem boca fala o que quer, Isis, você deveria ter deixado ele se explicar.

– Claro que não, Lavínia, eu já fiz um papel ridículo de ter ficado tão chateada como se ele fosse meu namorado ou coisa do tipo. Eu não seria mais ridícula em lhe cobrar uma explicação.

– Mas você não cobrou nada. Ele que pediu para se explicar.

– Eu sei, mas não tem explicação. Aliás, a explicação é a que já conhecemos e não vou repetir.

Enquanto nós conversávamos, meu celular não parou de tocar, recebi muitas ligações dele e mensagens, eu não queria ouvir nada, afinal, a separação era inevitável, ele iria embora e nunca mais voltaria, pelo menos não para mim. E o que aconteceu acabou servindo para me afastar dele só alguns dias antes do inevitável, e acho que isso acabou sendo um banho de realidade. Apolo não era meu e nunca seria.

     – Os shows dele começam amanhã, não é? - Lala perguntou.

– Sim, ele vai hoje à noite para Brasília. Durante a semana tem outros shows em outras cidades e no final da outra semana ele volta para os últimos shows aqui no Rio.

– E o que você vai fazer?

– Não vou fazer nada.

– Não vai aos shows que ele nos convidou?

Minha EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora