Dias sem fim, se passaram, antes que eu percebesse que não haveria ajuda.
Então, sozinho, decidi escalar as paredes daquele poço. Cai muitas vezes. Deixei pedaços de mim pelo caminho. Mas, eu não podia desistir.
Embora, me parece pequeno, o céu era bem melhor que a fria escuridão onde me encontrava.
Ao alcance do sol, atônito, descobri um céu imponente, alto, imenso e leve. Mas, não só isso. Olhando em volta, percebi um número indefinido de poços dispostos ao meu redor.
Próximo de alguns deles, havia pessoas. Algumas, ajudam outras a sair. A maioria era indiferente ao sofrimento que observavam e algumas outras ainda, apenas se afastavam. Ignoravam os pedidos de ajuda daqueles que ficavam para trás.
A curiosidade me levou a olhar para dentro de alguns poços. Contemplei em um deles, o esforço de alguém que como eu havia feito antes, lutava para escalar as paredes de seu próprio poço. Em outros, vi pessoas sentadas no fundo úmido. Vencidas pelo peso de suas tristezas, perdas, e o medo de tentar novamente. Algumas outras se prostavam, implorando por alguma inesperada ajuda vinda dos céus. Acho que não podiam sair sozinhas.
Eu alcancei as bordas do meu poço, por finalmente saber que a única força que agiria ao meu favor, seria a minha própria.
O mais triste foi saber que algumas pessoas nem mesmo estava cientes de que se encontravam em um poço. Enquanto outras tropeçavam e caiam em poços que nem mesmo lhes pertenciam.
Todos temos poços sob nossos pés e céus sobre nossas cabeças. No fim, é apenas uma questão de escolha.
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Óbvio
RandomSe, em algum momento, enquanto lê qualquer um dos diversos textos aqui presentes, você pensar: Isto não deveria ser óbvio. .? Saiba que alcancei meu intento ao escrever este livro.