O Investigador

capítulo 4

O agente especial Jimin Park estava seguindo Bridget há três dias.  Três dias longos e dolorosos durante os quais ele se chutou mentalmente uma centena de vezes por deixar isso acontecer...

Ele se arrependeu de se envolver com ela.  Tirando vantagem dela.  Usando ela. Apaixonando-se por ela. Droga.

E agora, ela nunca acreditaria nele, especialmente por causa da maneira como ela descobriu que ele estava trabalhando disfarçado.  Ela o conhecia como o bom, sólido e chato vendedor de carros Jimin Park, com os ternos mal ajustados, o cabelo desgrenhado e os óculos tortos.

Ele queria que ela o conhecesse assim. Como o agente responsável Jimin Park. Ele queria que ela gostasse dele, confiasse nele. E ele jogou tudo isso pro ar. Ela tinha sido - ainda era - a mulher mais adorável que ele já conheceu. Doce e engraçada.  Bem-humorada e inteligente. Tudo o que ele sempre quis em uma mulher ... mas ele teve que usá-la.

Ganhando sua confiança, precisando saber - para ter certeza - que Bridget não tinha se envolvido com os jogos financeiros de seu empregador.  Seu chefe estava limpando algum dinheiro sujo para um casal de traficantes de drogas locais.

Bridget tinha sido a contadora do lugar. Todos do FBI- incluindo Jimin , a princípio - presumiram que ela era cúmplice.  Foi só depois de conhecê-la que ele começou a suspeitar que todos estavam errados, e ele queria provar isso, mas só depois que ele se aproximou dela.  Perto o suficiente para fazê-la confiar nele.  Perto o suficiente para fazê-la se preocupar com ele.

Perto o suficiente para se importar muito com ela. E agora alguém queria machuca-la . Ele ainda não havia processado completamente essa informação .  Porque desde o momento em que ele descobriu - depois de ser chamado pelo seu chefe  três dias atrás - ele estava operando com pura raiva e adrenalina.

Deus ajude o bastardo enviado para machucá-la.  Quando Jimin o encontrasse , o cara ia desejar não ter nascido. Ele queria protegê -la, cuidar dela e fazer com que ela pudesse confiar nele novamente. Mas depois de tudo que ele havia feito, ele perdeu a cabeça e transou com a mulher na mesa do escritório. Droga!

Então, depois de tudo ela tinha o direito de odiá-lo quando a verdade foi revelada, quando ela estava na concessionária uma tarde e o encontrou lá, com sua equipe, destruindo o lugar e levando  Marty sob custódia.  Ela não queria ouvir nada do que ele tinha a dizer.  Ela o rejeitou, sem lhe dar uma segunda chance de se explicar.

Ela não teria confiado nele agora se ele tivesse vindo até ela para dizer que ela estava em perigo.

Então ele não tinha vindo ate ela.  Ele ficou fora de vista, certo de que ela não o tinha visto.  Mas sim, ele definitivamente manteve os olhos grudados nela.  Às vezes, andando perto o suficiente atrás dela para respirar os resquícios de seu perfume suave e floral persistente no ar depois que ela passou por ele.  Ele manteve seu olhar de águia em suas costas esguias e vulneráveis, o cabelo longo e castanho claro caindo em uma cortina sobre seus ombros.  Ele captou vislumbres tentadores de sua bochecha e seus lábios carnudos quando ela sorriu e ouviu o eco de sua risada mais de uma vez, enquanto ela participava das comemorações  da despedida de solteiro de sua prima.

Todo o tempo sabendo que alguém queria matá-la.

— Droga, me coloque no chão! -  ela retrucou.

Seus braços e pernas, todos numa bagunça se debatendo e batendo nele, exigindo sua liberdade. Ele obedeceu, abaixando-a para ficar de pé, embora mantivesse um braço em volta da cintura dela para impedi-la de fugir.  Com a outra mão , ele destrancou a porta de seu SUV.  Ele estava estacionado nos fundos, atrás de uma lixeira, perto de alguns carros nos espaços reservados para funcionários.  Desimpedido pela multidão, provavelmente reunindo-se na frente ... ele estava com fácil acesso a um beco nos fundos.  Ele o deixou aqui quando seguiu a limusine de Bridget no início da noite, antecipando a possível necessidade de uma fuga rápida.